domingo, abril 28, 2024

De Toda Parte - Casimiro Cunha

 




De Toda Parte 

Casimiro Cunha

 

Lisonja é moeda falsa


Cunhada pela ilusão


Que a nossa própria vaidade


Coloca em circulação.

*

Virtude eleita e sublime


Que em solidão se consome


É diamante belo e frio


Que não nos sacia a fome.

*

A fama é tuba comprida


De curto discernimento


Que toca mais a fortuna


Que ao justo merecimento.

*

Evita a bajulação


Que te aparece na estrada.


A língua do adulador


É qual lâmina de espada.

*

O sábio corrige em si,


Na luta em que se rodeia,


Aquilo que o desagrada


No campo da vida alheia.

*

Ajuda com diligência,


Sem condições e sem ágio.


O auxílio tardo e' socorro


Quem vem depois do naufrágio.

*

A coragem da justiça


Tem gritos de tempestade,


Mas perdão e paciência


São as forças da humanidade.

*

Uma palavra que emende,


Uma palavra que corte...


Uma pode dar a vida,


Outra pode dar a morte.

*

Dinheiro, poder, conforto,


Nadando em vida insegura,


São tormentos da riqueza


Sobre o trono da fartura.

*

Se desejas luz e paz


Na aflição que te aniquila,


Procura contigo mesmo


A consciência tranquila.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Gotas de luz. Rio de Janeiro: FEB, ed.9 , 1.994. Cap. 11,p.19-20.


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