domingo, outubro 24, 2010


O Amor


Joanna de Ângelis



A exteriorização do psiquismo divino  pode ser considerada como o Amor que  tudo cria e vitaliza.


Por essa razão, o Apóstolo João  afirmava que Deus é amor.


No universo, ele se expressa como a  força da atração e reação gravitacional,  manifestando- se em diferentes leis que  sustentam o equilíbrio das Galáxias.


No reino mineral, ele é a energia que aglutina as moléculas e as mantém unidas, aparentemente insensíveis, nas quais dormem os elementos vitais, que  desabrocharão na sucessão dos milênios.


No reino vegetal, encontra-se como a sensibilidade embrionária, que desperta,  a pouco e pouco, adquirindo os pródomos  das porvindouras sensações.


No reino animal, converte-se na percepção e conquista do instinto que preserva a  vida, estabelecendo os primeiros vínculos  sociais, gregários, em grupos, em  sociedades da mesma espécie, antecipando  os passos do porvir.



No reino hominal, é o sentimento que se expande, manifestando- se em forma de proteção no clã: maternal, paternal, fraternal, nacional, para generalizar- se na comunidade, em ensaios eloqüentes para o universal...



Sem o amor, a vida não existiria, e, mesmo que a Lei da Criação estabelecesse os fenômenos vitais, faltaria o élan de sustentação das formas e dos seres existenciais.



Quando o amor vige, tudo respira paz, e a alma dos homens e das coisas adquire beleza, crescendo para a plenitude.



Na montanha, o canto das bem-aventuranças, proferido por Jesus, é o mais belo poema que a Humanidade jamais escutou, em forma de exaltação da verdade, da justiça, dos valores morais, das virtudes. No Calvário, porém, cuja trajetória tem início na entrada triunfal em Jerusalém, o Mestre viveu-o intensamente, por conhecer a imaturidade psicológica e evolutiva daqueles que O aplaudiam, a princípio, para depois O levarem à Crucificação.



O amor impregnou-Lhe a vida em todos os momentos do mistério, tornando-O, então, o símbolo mais perfeito de que se tem notícia, a respeito desse hálito da Vida, que é o Amor.



Nas estradas da Úmbria, em renúncia comovedora, Francisco de Assis desfraldou a bandeira do amor e penetrou-se desse sentimento, de tal modo que se casou com a senhora pobreza, tomando, como seus irmãos, os animais, as águas, o Sol, a Lua, a natureza, que decantou em hinos de incomparável beleza. Na solidão da Porciúncula, onde morreu, foi o amor que irradiou que o tornou mais sublime símile do Amigo Divino, a Quem imitava.



Nos dolorosos testemunhos das enfermidades, Teresa de Ávila encontrou no amor do Mestre, o seu divino noivo, a força, a coragem e a esperança para ser fiel ao mandato de abnegação, tornando-se sábia e exemplo da plena comunhão com o pensamento do seu Amado.



Pasteur, por amor à Humanidade, entregou-se aos exaustivos labores de pesquisa, e libertou os seres de males e misérias que os dizimavam.



Marie Curie, vitimada pelo câncer contraído nas experiências radioativas, prosseguiu, abnegada, e abriu à Física Nuclear horizontes dantes jamais sonhados, por amor à Ciência.



Miguel Ângelo interpretou em cores as visões transcendentes, com sacrifícios e sob incompreensões terríveis, por amor à arte.



Dante, por amor a Beatriz, compôs a imortal Divina Comédia, colocando em cantos de incomum beleza as visões psíquicas de que era objeto, para engrandecimento dos homens.



O amor está presente em tudo - sem sua vigência se volveria ao caos da origem, que o Amor organizou e deu direcionamento.



Somente quando se ama é que se alcança o fanal da existência.



Quando o ser humano permitir que o amor o ilumine e o mantenha, alcançará o patamar da angelitude e avançará com segurança no rumo do Divino Amor.



Assim sendo, o amor é a expansão do Divino Psiquismo, e sem ele nada existe.


Pelo Espírito Joanna de Ângelis psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco. Do livro  Sob A Proteção de Deus . Editora LEAL.