domingo, outubro 24, 2010




Página à Mulher Espírita



Joanna de Ângelis


 
No momento em que os valores humanos padecem injunções lamentáveis e os postulados éticos em que se devem estruturar os ideais de engrandecimento da criatura malogram no báratro das paixões, o Evangelho, como ocorreu no passado, constitui a única bússola, a segura rota mediante a qual a hodierna civilização poderá encontrar a solução para os múltiplos problemas e os graves compromissos que pesam negativamente na economia da felicidade geral.



As Religiões, na sua feição de Instituições Organizadas, disputando as primazias e mais preocupadas com a dominação e promoção transitórias do que com o "reino de Deus" que é "tomado de assalto" e se estabelece nas paisagens ignotas da alma, fracassaram lamentavelmente, no tentame de consolar e conduzir a Jesus.



Os seus triunfos aparentes se fixam no terreno falso dos destaques mundanos, faltando-lhes as estruturas morais legítimas e os comportamentos espirituais relevantes com que seja possível pôr cobro à anarquia social e ao desequilíbrio moral que grassam, voluptuosamente, tudo conduzindo de roldão...


Isto, porque os padrões em que ainda se firmam asfixiam o espírito do Cristo que deveria vigir nas suas expressões e serviços.



Sem dúvida em todas elas, como em qualquer lugar, a presença do Amor e a manifestação da  Divina Misericórdia constituem sinal de esperança. Sem embargo, a necessidade da vivência evangélica se impõe urgente, impostergável.



Em decorrência de tal malogro, aos cristãos novos, os adeptos da Revelação Espírita, está reservado significativo ministério, relevante apostolado: viver o Cristo e representá-Lo em atos ao aturdido viandante destes dias.



Não assume esta uma tarefa de absurda possibilidade, exceto se o candidato se recusar integração com fidelidade real ao programa de recristianização da Terra.



Nesse sentido, à mulher espírita se reserva preponderante atividade, ou seja a de transformar- se, médium da vida que é, em mensageira da dignificação moral, da santificação da sexualidade, da redençãoespiritual.. .



Arrostando diatribes e espezinhamentos chulos, deverá volver às bases nobres do amor com a conseqüente valorização da maternidade, reconstituindo a família e elevando os sentimentos.



Programada pelo Pai para o sagrado compromisso de co-criadora, a sua libertação, ao invés do nivelamento nos fossos das sórdidas paixões dissolventes, se deve caracterizar pela própria grandeza, que a alça à condição de modelo e paradigma da Humanidade, que se inicia no lar, onde deve reinar, soberana e respeitada.



Organizada essencialmente para o amor, no seu mais nobre significado, dela muito dependem as novas gerações, o homem do futuro.



Conclamá-la à abnegação e ao laboratório da caridade com elevação de propósitos, inspirando-a ao incessante prosseguimento das realizações cristãs primitivas, eis um dever que a todos nos cabe desempenhar.



Pouco importem os contributos de renúncia e de sacrifício. Nesta arrancada para os novos tempos do amanhã, a mulher espírita desempenhará superior desiderato porque modelada, como todas para ser mãe, mesmo que suas carnes não se enfloresçam com as expressões dos filhos, far-se-á o anjo tutelar dos filhos sem mães, mãe pelo coração e pela dedicação a todas as criaturas.



Pelo Espírito Joanna de Ângelis , psicografia do médium Divaldo Pereira Franco. Do livro Sementes de Vida Eterna.Editora LEAL.