domingo, julho 20, 2014

Convite à Gratidão - Joanna de Ângelis




Convite à Gratidão

Joanna de Ângelis



“Bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos insultam.” (Lucas: capítulo 6º, versículo 28).


Por temperamento te retrais em muitas circunstâncias, quando deverias e poderias exteriorizar os sentimentos que portas.


Supões que todos marcham guindados à alegria, tão jubilosos se manifestam, que evitas traduzir os tesouros da boa palavra e da gentileza que se vão enferrujando por desuso nos cofres do teu coração.


Recebes dádivas, fruis oportunidades, recolhes bênçãos, acumulas favores, arrolas benefícios e somente uma formal expressão já desgastada de reconhecimento te escapa dos lábios.


Justificas-te no pressuposto de que retribuiste com a necessária remuneração, nada mais podendo ou devendo fazer.


Não há, porém, moeda que recompense uma noite de assistência carinhosa à cabeceira do leito de um enfermo.


É sempre pálido o pagamento material, passado o sacrifício de quem se nos dedicou em forças e carinho.


Mas o gesto de ternura, a palavra cálida, a atenção gentil, o sorriso expressivo de afeto espontâneo são valores-gratidão que não nos cabe desconsiderar ou esquecer.


Em muitos profissionais deste ou daquele mister esfria-se a dedicação, substituida por uma cortesia estudada e sem vida, em conseqüência da ingratidão constante dos beneficiários das suas mãos e das suas atenções.


Acostumaram-se a ver no cliente de tal ou qual procedência apenas um outro a mais e se desvincularam afetivamente, por não receberem o calor humano do sentimento da gratidão.


Gratidão, como amor, é também dever que não apenas aquece quem recebe, como reconforta quem oferece.


A pétala de rosa espalhando perfume ignora a emoção e a alegria que propicia.


Doa a tua expressão de reconhecimento junto aos que se tornaram frios e o teu amor aquece-los-á.


Batendo-se-lhes às portas da afetividade, por gratidão, elas se abrirão para que a paz que ofereças reine em derredor deles e de ti mesmo, porqüanto a regra excelsa é bendizer até aqueles que nos maldizem, orando por quantos nos insultam.



FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Convites da vida, Cap. 26, p .23-24, 1972.


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