terça-feira, julho 07, 2015

Cooperação - Emmanuel




Cooperação

Emmanuel


Para que alguém dirija com êxito e eficiência uma empresa importante, não lhe basta a nomeação para o encargo.


Exige-se-lhe um conjunto de qualidades superiores para que a obra se consolide e prospere. Não apenas autoridade, mas direção com discernimento.


Não só teoria e cultura, mas virtude e juízo claro de proporções.


Dilatados recursos nas mãos, a serviço de uma cabeça sem rumo, constituem tesouros nos braços da insensatez, assim como a riqueza sem orientação é navio à matroca.


Quem governa emitirá forças de justiça e bondade, trabalho e disciplina, para atingir os objetivos da tarefa em que foi situado.


Quando o poder é intemperante, sofre o povo a intranquilidade e a mazorca, e, quando a inteligência não possui o timão do caráter sadio, espalha, em torno, a miséria e a crueldade.


Daí, conhecermos tantos tiranos nimbados de grandeza mental e tantos gênios de requintada sensibilidade, mas atolados no vício.


No mundo íntimo, a vontade é o capitão que não pode relaxar no mister que lhe é devido.


E assim como o administrador de um serviço reclama a ajuda de assessores corretos, a vontade não prescindirá da ponderação e da lógica, conselheiros respeitáveis na chefia das decisões.


No entanto, urge que o senso de cooperação seja chamado a sustentar-lhe os impulsos.


Nas linhas da atividade terrestre, quem orienta com segurança não ignora a hierarquia natural que vige na coexistência de todos os valores indispensáveis à vida.


Na confecção do agasalho comum, o fio contará com o apoio da máquina, a máquina esperará pela competência do operário, o operário edificar-se-á no técnico que lhe supervisiona o trabalho, o técnico arrimar-se-á na diretoria da fábrica e a diretoria da fábrica equilibrar-se-á no movimento da indústria, dele extraindo o combustível econômico necessário à alimentação do núcleo de serviço que lhe obedece aos ditames.


Observamos, assim, que no Estado Individual a vontade, para satisfazer à governança que lhe compete, sem colapsos de equilíbrio, precisa socorrer-se da colaboração a fim de que se lhe clareie a atividade.


A cooperação espontânea é o supremo ingrediente da ordem.


Da Glória Divina às balizas subatômicas, o Universo pode ser definido como sendo uma cadeia de vidas que se entrosam na Grande Vida.


Cooperação significa obediência construtiva aos impositivos da frente e socorro implícito às privações da retaguarda.


Quem ajuda é ajudado, encontrando, em silêncio, a mais segura fórmula de ajuste aos processos da evolução.



XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Pensamento e Vida, Cap.3, p.06.


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