Educação
Emmanuel
Disse-nos o Cristo: “brilhe vossa luz ...“ (1)
E ele mesmo, o Mestre Divino, é a nossa divina luz na
evolução planetária.
Admitia-se antigamente que a recomendação do Senhor fosse
mero aviso de essência mística, conclamando profitentes do Culto
externo da escola religiosa a suposto relevo individual, depois da morte, na
imaginária corte celeste.
Hoje, no entanto, reconhecemos que a lição de Jesus deve ser
aplicada em todas as condições, todos os dias.
A própria ciência terrena atual reconhece a presença da luz
em toda parte.
O corpo humano, devidamente estudado, revelou-se, não mais
como matéria coesa, senão espécie de veículo energético,
estruturado em partículas infinitesimais que se atraem e se repelem, reciprocamente,
com o efeito de microscópicas explosões de luz.
A Química, a Física e a Astronomia demonstram que o homem
terrestre mora num reino entrecortado de raios.
Na intimidade desse glorioso império da energia, temos os
raios mentais condicionando os elementos em que a vida se expressa.
O pensamento é força criativa, a exteriorizar-se, da
criatura que o gera, por intermédio de ondas sutis, em circuitos de ação e reação
no tempo, sendo tão mensurável como o fotônio que, arrojado pelo
fulcro luminescente que o produz, percorre o espaço com Velocidade determinada,
sustentando o hausto fulgurante da Criação.
A mente humana é um espelho de luz, emitindo raios e
assimilando-os, repetimos.
Esse espelho, entretanto, jaz mais ou menos prisioneiro nas
sombras espessas da ignorância, à maneira de pedra valiosa
incrustada no cascalho da furna ou nas anfractuosidades do precipício. Para que
retrate a irradiação celeste e lance de si mesmo o próprio brilho, é
indispensável se desentrance das trevas, à custa do esmeril do trabalho.
Reparamos, assim, a necessidade imprescritível da educação
para todos os seres.
Lembremo-nos de que o Eterno Benfeitor, em sua lição verbal,
fixou na forma imperativa a advertência a que nos referimos:
“Brilhe vossa luz.”
Isso quer dizer que o potencial de luz do nosso espírito
deve fulgir em sua grandeza plena.
E semelhante feito somente poderá ser atingido pela educação
que nos propicie o justo burilamento.
Mas a educação, com o cultivo da inteligência e com o
aperfeiçoamento do campo íntimo, em exaltação de conhecimento e bondade, saber
e virtude, não será conseguida tão-só à força de instrução, que se imponha
de fora para dentro, mas sim com a consciente adesão da vontade que, em
se consagrando ao bem por si própria, sem constrangimento de qualquer
natureza, pode libertar e polir o coração, nele plasmando a face cristalina da alma,
capaz de refletir a Vida Gloriosa e transformar, conseqüentemente, o cérebro em
preciosa usina de energia superior, projetando reflexos de beleza e sublimação.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Pensamento
e Vida, cap.5, p.08-09.
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