A realidade divina desperta-me para que me
conheça, assim descobrindo-me e identificando-me.
A minha busca já não se veste de ilusão,
mas, sim, de certeza do próximo encontro com a realidade.
Sou o que sou, caminhando para um ser
ideal.
Aceito-me e aprimoro-me, a ninguém nada
exigindo, a todos amando e, a mim, deixando-me dominar pela Realidade.
17. Encontro Com A Realidade
Joanna de Ângelis
O ego iludido busca sobreviver, utilizando-se
de inúmeros mecanismos de fuga da realidade, e expressa-se usando variadas máscaras, a fim
de não se deixar identificar.
No inter-relacionamento pessoal apresenta-se
disfarçado, ora exigente em relação aos outros ou excessivamente severo para consigo mesmo,
projetando os seus conflitos ou introjetando as suas aspirações não realizadas.
Subconscientemente
possui conceitos incorretos sobre si mesmo, não se dispondo à coragem de enfrentar a realidade,
superando-a, quando negativa, ou aprimorando-a, se favorável.
Fixando-se na ilusão dos conflitos, cuida de
apresentar-se de forma conciliadora — a atitude subconsciente com o que gostaria realmente de
ser e a aparência conveniente — expressando-se como pessoa feliz, realizada.
Em razão do desgaste dos valores éticos na
sociedade, o medo de desvelar-se a outrem gera reações e subterfúgios, nos quais procura
compensações psicológicas, que não são plenificadoras.
Porque os seus alicerces são frágeis, logo ruem as
construções de bem-estar que se aparenta possuir, tombando-se em angústias reprimidas e agressões, por
transferência emocional, para compensação íntima.
Há uma gama expressiva de atitudes humanas,
que estão longe de serem legítimas e resultam de posturas opostas à sua realidade.
Ressalvadas algumas exceções, que ocorrem nos
idealistas não apaixonados nem extremistas, a maioria dos que vociferam contra, seja o
que for, mascara desejos subconscientes, que reprime por falta de valor moral para expressá-los com nobreza.
O indivíduo puritano, que fiscaliza a má conduta
alheia, projeta o estado interior que procura combater noutrem, porque não se dispõe a
fazê-lo em si.
O crítico mordaz, persistente, de olhar
clínico para os erros e misérias dos outros, é portador de insegurança pessoal, mantendo um grande
desprezo por si próprio e compensando-se na agressão.
Quem se identifica normalmente com as dores e
aflições, a humildade exagerada, portanto, inautêntica, exterioriza, inconscientemente,
um estado paranóico, ao lado de insopitável desejo de chamar a atenção para si.
Aquele que sempre racionaliza todas as
ocorrências, encontrando justificativas para os próprios insucessos e erros, teme-se, sem
estrutura emocional para libertar-se dos conflitos.
Sem agressividade nem pieguismo, ou ânsia de
confissões injustificáveis, desvela-te aos teus irmãos, aos teus amigos, a fim de que eles se
descontraiam e se te apresentem como são.
Não pretendas ser o censor das vidas,
perturbando os jogos das pessoas com a apresentação das tuas verdades.
Se lhes tiras o suporte de
sustentação, tens o que oferecer-lhes em termo de
comportamento e segurança?
Vigia-te, pois, e descontrai-te, deixando-te
identificar pelos valores grandiosos e pelas deficiências, assim facilitando aos que
convivem contigo o mesmo ato de desvelamento e confiança.
Somente com pessoas que conhecemos, podemos
sentir-nos realmente bem.
FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna
de Ângelis. Momentos de saúde.Cap17 ,1992, p.20.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
“Deixe aqui um comentário”