terça-feira, novembro 01, 2016

Invasão dos Bárbaros - Richard Simonetti




Invasão dos Bárbaros

 Richard Simonetti 



Nestes tempos de transição, em que a população mundial ultrapassa os sete bilhões de habitantes, a impressão é de estamos sofrendo, à semelhança do que ocorreu no passado com o Império Romano, uma invasão de bárbaros.

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A diferença é que no pretérito estas hordas tinham uma conformação étnica, situando-se por hunos, visigodos, vândalos… 


Os bárbaros de hoje surgem das entranhas de nossa própria sociedade, pelas portas da reencarnação.

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Se os fluxos migratórios do continente espiritual para o mundo físico, envolvendo multidões de Espíritos, obedecem à direção do planeta, confiada a Jesus, segundo nos informa Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, fica a pergunta: 

por que foram abertas as porteiras do Umbral, despejando sobre o plano físico multidões desvairadas, cuja característica principal é a agressividade e o desrespeito pela vida humana?

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Diríamos que estamos diante de uma contingência evolutiva.

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O crescimento da população oferece a inteligências primitivas a oportunidade de um contato com as agruras da vida física, qual lixa grossa a desbastar suas imperfeições mais grosseiras, ao mesmo tempo em que sua presença perturbadora impõe às coletividades terrestres uma reavaliação de suas motivações existenciais.

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Consideremos, em princípio, o comportamento do homem comum. 


Nas férias escolares milhões de brasileiros buscam descanso nas praias. 


Os fins de semana são marcados por multidões que procuram “sombra e água fresca” para cultivar a felicidade de não fazer absolutamente nada, dando tratos à fantasia, sob o embalo da indiferença que sempre sugere perigosas incursões no vício e na irresponsabilidade.

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Não há por que censurar o descanso, o lazer, a viagem, a rede… 


O problema é que isso tudo que deveria ser parte da vida, costuma tornar-se a finalidade dela, sob inspiração do velho egoísmo humano.

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Resultado: Prevalece a ideia de que todos os problemas que envolvem o país e a comunidade devem ser resolvidos pelo Governo, ao qual compete educar o ignorante, conter o agressivo, castigar o criminoso, sustentar o desempregado, promover o progresso, realizar nossos sonhos de prosperidade!

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Não nos demos conta de algo elementar: o Governo é apenas uma representação da sociedade! 


Pouco poderá fazer se a população não se engajar decididamente nas iniciativas que visam promover o bem-estar social.


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A decantada civilização cristianizada do Terceiro Milênio não será implantada por decreto celeste. 


Inútil esperar por ela, enquanto as coletividades terrestres não operarem fundamental mudança de comportamento, partindo do egoísmo para o altruísmo, dos interesses pessoais para as necessidades coletivas, das realizações efêmeras do individualismo exacerbado para as gloriosas construções do amor fraterno.

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O confronto atual com Espíritos encarnados ainda presos ao primitivismo não seria necessário, se ao longo dos dois milênios que marcaram o advento do Cristianismo os homens houvessem aprendido as lições fundamentais de Jesus, exercitando o serviço do Bem e educando seus irmãos em Humanidade, com a força do exemplo.

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Imaginemos uma mobilização de toda a população produtiva de uma comunidade, envolvendo a classe média e abastada, a oferecer de seus recursos, de seu tempo, de seu trabalho…

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Não haveria problemas insolúveis. 


A própria subnutrição que aflige milhões de brasileiros, não é simples fruto de uma má distribuição dos bens da produção, de leis injustas criadas por minorias ambiciosas, como pretendem os socialistas de plantão.

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Ela é sustentada muito mais pela omissão de considerável parcela da população que poderia algo fazer, mas simplesmente prefere fechar os olhos, transitando sem traumas e sem constrangimentos entre necessitados e sofredores de todos os matizes, em absoluta indiferença.

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Ingenuidade falar-se em justiça social ao peso de mudanças estruturais, leis ou regimes, num mundo orientado pelo supremo gerador de injustiças que é o egoísmo, a tendência de cada um por si e o resto que se dane!


Richard Simonetti



Nota do Editor:

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