segunda-feira, junho 25, 2018

“Minha mãe, vem aos meus braços!” - Humberto de Campos






Minha mãe, vem aos meus braços!



“Minha mãe, vem aos meus braços!”.


Nesse instante, fitou as mãos nobres que se lhe ofereciam, num gesto da mais bela ternura. Tomada de comoção profunda, viu nelas duas chagas, como as que seu filho revelava na cruz e, instintivamente, dirigindo o olhar ansioso para os pés do peregrino amigo, divisou também aí as vísceras causadas pelos cravos do suplicio.


Não pode mais.


Compreendendo a visita amorosa que Deus lhe enviava ao coração, bradou com infinita alegria:


“Meu filho”!


Meu filho!


As úlceras que te fizeram!...


E, precipitando-se para ele, como mãe carinhosa e desvelada, quis certificar-se, tocando a ferida que lhe fora produzida pelo último lançaço, perto do coração.


Suas mãos ternas e solicitas o abraçaram na sombra visitada pelo luar, procurando sofregamente a úlcera que tantas lagrimas lhe provocara ao carinho maternal.


A chaga lateral também lá estava sob a caricia de suas mãos.


Não conseguiu dominar o seu intenso júbilo. 


Num ímpeto de amor, fez um movimento para se ajoelhar.


Queria abraçar-se aos pés do seu Jesus e osculá-los com ternura.


Ele, porém, levantando-se, cercado de um halo de luz celestial, se lhe ajoelhou aos pés e, beijando-lhe as mãos, disse em carinhoso transporte:


“Sim, minha mãe, sou eu!...


Venho buscar-te, pois meu Pai quer que sejas no meu reino a Rainha dos Anjos!...”.



Trecho do Livro Boa Nova - Humberto de Campos - Psicografia de Chico Xavier



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