Minha mãe, vem aos meus braços!
“Minha mãe, vem aos meus braços!”.
Nesse instante, fitou as mãos nobres que se lhe ofereciam,
num gesto da mais bela ternura. Tomada de comoção profunda, viu nelas duas
chagas, como as que seu filho revelava na cruz e, instintivamente, dirigindo o
olhar ansioso para os pés do peregrino amigo, divisou também aí as vísceras
causadas pelos cravos do suplicio.
Não pode mais.
Compreendendo a visita amorosa que Deus lhe enviava ao
coração, bradou com infinita alegria:
— “Meu filho”!
Meu filho!
As úlceras que te fizeram!...
E, precipitando-se para ele, como mãe carinhosa e desvelada,
quis certificar-se, tocando a ferida que lhe fora produzida pelo último
lançaço, perto do coração.
Suas mãos ternas e solicitas o abraçaram na sombra visitada
pelo luar, procurando sofregamente a úlcera que tantas lagrimas lhe provocara
ao carinho maternal.
A chaga lateral também lá estava sob a caricia de suas mãos.
Não conseguiu dominar o seu intenso júbilo.
Num ímpeto de
amor, fez um movimento para se ajoelhar.
Queria abraçar-se aos pés do seu Jesus e osculá-los com
ternura.
Ele, porém, levantando-se, cercado de um halo de luz
celestial, se lhe ajoelhou aos pés e, beijando-lhe as mãos, disse em carinhoso
transporte:
—“Sim, minha mãe, sou eu!...
Venho buscar-te, pois meu Pai quer que sejas no meu reino a
Rainha dos Anjos!...”.
Trecho do Livro Boa Nova - Humberto de Campos - Psicografia
de Chico Xavier
Nenhum comentário:
Postar um comentário
“Deixe aqui um comentário”