21-PACIÊNCIA E SEGURANÇA
Emmanuel
Efetivamente, não te será possível deter as vítimas da precipitação.
Aqui, é alguém que clama intempestivamente por melhores dias, sem despender o mínimo esforço para alicerçá-los.
Ali, é o amigo que desiste da tolerância e se desequilibra no espinheiral da irritação.
Além, é o pai que exige a regeneração imediata de um filho que ele próprio entregou à dissipação e à leviandade por muito tempo.
Mais adiante, é o doente que reclama a própria cura, em poucos dias, acerca de moléstia determinada que o aflige, para a qual ele próprio organizou campo adequado, em vários anos de menosprezo a si mesmo.
Com todos esses casos rentearás, incluindo talvez familiares queridos que se mostrem incursos nesses quadros da pressa, a traduzir-se em perturbação.
Lembrar-te-ás, porém, de que a ansiedade, só por si, não serve a ninguém.
A aflição inútil quase sempre apenas consegue mentalizar alucinações, suscetíveis de piorar quaisquer problemas, já de si mesmos graves e complicados.
Em qualquer percalço dessa ordem, observa os padrões da natureza.
A árvore não dá frutos sem habilitar-se no tempo para isso.
Por mais que um homem vocifere, reclamando a luz do sol num hemisfério, onde o relógio aponte a meia noite, reconhecer-se-á obrigado a esperar pelo amanhecer.
A lâmpada, para inflamar-se, deve ajustar-se à voltagem.
E uma criança, por mais prodígios de inteligência dos quais forneça testemunho, só atuará com responsabilidade, quando o tempo lhe acrescente a madureza.
Em quaisquer circunstâncias, conserva a serenidade da paciência para que te sobreponhas às dificuldades e impactos inevitáveis do sofrimento que comparece no caminho de todos.
Age e constrói sempre, mas não te esqueças de que se não consegues estabelecer a harmonia e a segurança, no íntimo dos outros, podes claramente guardar a calma e a compreensão por dentro de ti.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Algo mais. Uberaba/MG:CEU. Cap 21, p.24.