Vida e Valores : Liberdade das Escolhas
José Raul Teixeira
É muito importante pensar na nossa capacidade de escolhe
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Em cada momento da nossa vida, em cada gesto de nossa vida, a
escolha é nossa.
Indubitavelmente, a escolha é nossa.
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Cada vez que quisermos avaliar o porque as coisas estão indo
bem, ou não estão indo bem, verifiquemos o tipo de escolhas que vimos fazendo.
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A partir disso, começamos a sentir que todos os nossos
movimentos são ditados por nossa livre vontade.
Fazemos escolhas para nossa
felicidade, fazemos escolhas para nossa infelicidade.
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Cada vez que escolhemos o cônjuge, o parceiro, o namorado, a
namorada, precisamos ter em mente que estamos buscando alguém que se afine
conosco, que esteja junto a nós, com quem possamos compartilhar a vida e essa
escolha precisa ser bem feita.
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Não podemos escolher de escantilhão uma pessoa que se viu uma
primeira vez e supor que tenha surgido um amor à primeira vista, que dispense
esse conhecimento gradual, ponderado, que precisamos ter um do outro.
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Com tudo isso verificamos que, ao cabo e ao fim, não conhecemos
bem as pessoas.
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É muito complicada essa questão da escolha, mas temos que
escolher, é opção nossa.
Quando pensamos no alimento que desejamos para cada
dia, que tipo de refeição queremos fazer, a escolha é nossa.
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Se escolhemos alimentos de graxa, alimentos condimentados,
alimentos leves, vegetarianos, escolha nossa.
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A nossa condição orgânica a partir daí estará definida em função
daquilo que escolhemos para nossa alimentação.
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A forma como desejamos educar os próprios filhos.
Como é que nós
vamos conduzir a nossa prole?
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Vamos educá-la numa religião, em que religião?
Vamos trabalhar
com ela o pensamento político da família, vamos ensinar aos nossos filhos a ver
o mundo, a compreender as pessoas, a ter a mansuetude das pombas e a prudência
das serpentes?
Como é que, afinal, queremos educar os nossos filhos?
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Vamos educá-los para que eles sejam os melhores da rua, do
prédio, da escola, do bairro, ou para que eles sejam melhores do que eles
mesmos a cada dia?
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Nós é que fazemos escolhas e, a partir disso, a vida fica nas
nossas mãos.
É certo que há coisas que, mesmo tendo feito escolhas, a decisão
final não é nossa.
Às vezes, queremos determinada coisa mas, estamos submetidos
à vontade de outros indivíduos.
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Assim se passa na política, por exemplo.
Queremos que a nossa
cidade seja pacífica, seja ordeira, seja limpa, mas há coisas que independem de
nós.
Há indivíduos que foram preparados, eleitos, escolhidos para
atender a essas questões, então, foge à nossa alçada.
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Mas mesmo assim, na condição de cidadãos, poderemos pressionar,
fazer movimentos, nos dirigir às autoridades, nos dirigir aos periódicos -
escolha nossa - ou podemos ficar devidamente acomodados esperando que alguém
resolva por nós as questões.
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É muitíssimo importante que tenhamos essa visão de que a nossa
vida está amarrada às escolhas que fazemos.
E fazer escolhas é alguma coisa que
não é tão simples.
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Se não aprendermos que a vida que levaremos estará em função das
escolhas que façamos, não conseguiremos chegar a bom termo.
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Começaremos a culpar os outros pelas escolhas que são nossas.
Começaremos a dizer que a culpa é do tempo, é dos santos, é de Deus, é da
política quando, em verdade, na maior parte das vezes, o problema está amarrado
às escolhas que fazemos.
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Vale a pena pensar que as escolhas estão atreladas ao que
chamamos de livre-arbítrio.
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O livre-arbítrio é essa condição que todos nós temos de pensar o
que queremos para a nossa vida, de pensar como queremos as coisas para a nossa
vida, e passarmos a implementar porque, graças a essas escolhas que fazemos, a
vida nos responderá positiva ou negativamente.
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Foi Jesus Cristo que estabeleceu que a sementeira nossa é
totalmente livre, nada obstante a colheita nos será obrigatória.
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Essa questão da escolha é de fato fundamental, porque nós
escolhemos tudo: a roupa que vamos pôr, os calçados, a estrada por onde vamos,
onde queremos ir almoçar naquele dia, ou jantar, nós escolhemos tudo.
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Mas, é importantíssima esta percepção de que a nossa escolha não
deve ser uma escolha de qualquer jeito.
Precisa ser uma escolha responsável.
Enquanto não soubermos fazer escolhas responsáveis, a nossa vida com toda
liberdade, será quase sempre um caos.
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O notável filósofo francês Jean-Paul Sartre chegou asseverar que
estamos escravizados a nossa liberdade.
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É graças a essa liberdade que definimos as coisas de nossa vida.
E por causa dessa liberdade é que vemos pessoas como Adolf Hitler, que se
decidiu por fazer o que fez, usando da sua liberdade.
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Ao mesmo tempo descobrimos homens como Gandhi, que podia ter se
tornado um advogado bem sucedido na Inglaterra onde se formou, na África do Sul
onde foi trabalhar.
Mas, ao ver a condição dos negros do seu povo, o domínio da
Inglaterra sobre a Índia e tudo mais, ele optou por abrir mão daquele estilo de
vida que levava na África do Sul, para ir lutar junto aos seus irmãos.
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Naturalmente nós pensamos que foi uma escolha sua.
Ele optou.
Ao
invés de ganhar só para si, ele foi trabalhar junto aos seus irmãos, ao seu
povo, à sua etnia.
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Encontramos escolhas como a de Madre Teresa de Calcutá.
Madre
Teresa era professora de alunas de classe média alta, e poderia ter sido
homenageada sempre, paparicada por suas alunas, como era, amada por suas
alunas, muito querida no trabalho que realizava.
Contudo, depois de ter feito a
célebre viagem de férias a Calcutá para conhecer o que se passava na cidade, e
tendo visto o que viu, Madre Teresa não se conformou, fez a sua escolha, usou
de sua liberdade, escreveu ao Papa, porque ela queria deixar de ser professora
da escola cristã, mas queria continuar a trabalhar pelo Cristo numa outra
frente.
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Fez a opção, foi para Calcutá.
E a história de Madre Teresa o
mundo inteiro conheceu: uma história de liberdade, uma história de opção, uma
história de livre-arbítrio.
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Se pensarmos nos territórios do Espiritualismo, encontraremos no
Espiritismo a figura de Chico Xavier.
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Podia ter se tornado um dos mais ricos escritores do Brasil, se
não tivesse assumido a sua condição de médium.
E os livros assinados por
aqueles seres espirituais viajaram o mundo, se tornaram traduzidos em várias
línguas, levando conforto, orientação, luz, inspiração do bem a tanta gente.
Escolha de Chico, opção que ele fez graças à sua liberdade de escolher.
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Encontramos pessoas que podem ser honestas, mas escolhem o
caminho da desonestidade.
Tem liberdade para isso.
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Achamos outras que podem ser dignas, mas optam pelo labirinto da
indignidade.
Tem liberdade para isso.
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Outras se tornam homicidas, suicidas, exatamente porque optaram
por isso.
E porque optaram por isso, são responsáveis pelas consequências dessa
opção que fizeram.
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Liberdade com Jesus é a opção que deveremos fazer.
Não estamos
proibidos da distração, do esporte, de namorar, de casar, formar família, de
optar pela nossa profissão, de ter o nosso emprego, ganhar nosso dinheiro,
ganhar muito dinheiro, mas que tudo isso, fruto de nossa escolha, fruto de
nossa opção, esteja clareado pela luz do Cristo.
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Somente a partir desse clareamento que a inspiração de Jesus
proporciona sobre nossas vidas é que conseguiremos fazer escolhas positivas,
escolhas para sempre, escolhas para o bem.
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Cabe a você, meu irmão, minha irmã, cabe a cada um de nós, fazer
opções inteligentes, escolhas nobres, como Jesus Cristo fez quando podia ter
ficado no domínio das estrelas, entre os beijos dos astros.
Optou por descer à
Terra e atender aos carentes de médico.
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Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 107,
apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.
Programa gravado em outubro de 2007. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no
dia 22 de março de 2009.