Providência Divina
Joanna de Ângelis
A Onisciência Divina estabelece os Seus Códigos Soberanos com perfeição e sem qualquer improviso, tendo em vista os acontecimentos que se deverão desenvolver à medida que o progresso assinale as conquistas que vão sendo conseguidas.
Programando o ministério de Jesus e a difusão da Sua doutrina de amor, fez com que Espíritos Nobres mergulhassem na indumentária carnal em diferentes períodos do pensamento histórico, a fim de que as criaturas pudessem ampliar a percepção em torno do futuro empreendimento libertador para as consciências humanas.
Desde tempos imemoriais, nos diversos países e culturas, missionários sábios trouxeram, por determinação divina, fragmentos da Verdade que deveriam facilitar o entendimento das Leis da Vida preparando o advento do Messias de Nazaré.
Desse modo, jamais faltaram às criaturas terrestres as diretrizes de segurança e as luzes do entendimento que lhes facultassem gerar critérios capazes de despertar os valores eternos que se lhes encontravam adormecidos no germe do ser.
De acordo com o nível de consciência de cada estágio da evolução, assim como da dimensão do pensamento, Leis rigorosas e orientações severas abriram os espaços mentais do ser humano para compreender lentamente os objetivos existenciais e perceber a própria imortalidade em cujo oceano de bênçãos se encontra mergulhado.
À medida que o aprimoramento moral se foi estabelecendo, esses códigos de regência dos destinos se foram tornando amenos e mais compatíveis com os naturais processos de evolução.
Saía-se do primarismo dos instintos para a ética dos costumes, atenuando a belicosidade asselvajada, de forma que a cultura e a civilização se inscreveram nos painéis emocionais e mentais, aprimorando o caráter e o sentimento, embora na atualidade ainda vicejam alguns remanescentes da brutalidade e da sistemática vinculação com a hediondez.
Conhecendo a prevalência das manifestações primárias sobre a natureza espiritual do ser em evolução, o Criador generoso facultou que os Gênios do Bem e do Progresso insistentemente trabalhassem as faculdades da razão e da emoção humana, a fim de poder assimilar a Mensagem incomparável do Mestre, ao mesmo tempo dilatando-lhe a capacidade de comunicação entre os diferentes povos perdidos no labirinto dos seus complexos dialetos e idiomas que lhes dificultavam a aproximação e a transmissão dos conhecimentos.
Lentamente foram-se ampliando os horizontes da humanidade através das guerras, caminho único para aqueles padrões comportamentais do passado, nos quais predominavam a força e a dominação arbitrária.
Os burgos, aparentemente autosuficientes, deram-se conta então da necessidade de cada qual buscar hegemonia sobre os demais, ao tempo em que se pudessem fortalecer contra os inimigos comuns, ampliando dessa forma as suas fortificações e passando a invadirem-se reciprocamente uns aos outros, estabelecendo mecanismos de defesa para sobreviver nos períodos de caos, assim inter-relacionando-se e adotando línguas que lhe facultassem a convivência.
Expandindo-se os territórios físicos do mundo terrestre, foram-se tornando conhecidos os povos, suas culturas e hábitos, mesmo que sob os clangores das guerras lamentáveis.
Nesse comenos, foi convocado à reencarnação o Espírito Alexandre Magno, da Macedônia, que nasceu no ano 356 a.C. com a missão de difundir o pensamento e a língua grega, havendo sido discípulo de Aristóteles e admirador de Diógenes, de modo que os diferentes povos da Eurásia oportunamente pudessem compreender a mensagem de Jesus, que seria divulgada pelo Apóstolo Paulo, também nesse idioma.
Logo depois, reencarnando-se o mesmo Espírito como filho de Flávia Júlia, o futuro Júlio César iria submeter os diversos povos conhecidos a uma única hegemonia, levando-lhes o latim para, ao lado do grego, tornar-se idioma universal sob a inspiração da Divindade, com o mesmo fim de expandir no futuro, por todo o mundo, a mensagem da Boa Nova.
Preparado o solo dos corações, Jesus veio à Terra e tornou-se o divisor incomparável da História.
A Sua proposta de amor, rica de sabedoria, rompeu a treva densa da ignorância, abrindo claridades dantes jamais alcançadas para a construção do Evangelho, isto porque o mundo conhecido quase todo se encontrava sob a dominação de Roma, de onde partiria a Revelação que os Apóstolos Pedro e Paulo deveriam difundir.
Paulo, fascinado pelos Seus ensinos, tendo nascido em Tarso, cidade grega, onde aprendeu o idioma de Atenas, mas submetida ao jugo romano, estudou o latim e, descendente de hebreus, falava o idioma de Israel, equipado, portanto, para o ministério ímpar da disseminação do Reino por toda a parte.
Posteriormente, após a decadência do Império romano, Carlos Magno foi chamado à liça e voltou a reunir parte do mundo fragmentado, de modo a criar as condições sociológicas e históricas para o advento do Espiritismo, que chegaria à Terra mais de mil anos depois.
As lutas sucederam-se na esteira dos tempos e a humanidade esfacelou-se em guerras contínuas, quando a França foi invadida pela Inglaterra, que trazia o peso da cultura anglo-saxônia e ameaçava a ancestral estrutura latina do país.
A Sabedoria Divina conduziu então à reencarnação Joana D’Arc, renascida em 1412 na pequenina Domremy, na França, a fim de reunir e reconduzir a vitórias o desestruturado exército francês, coroando o débil Carlos VII, em Reims e, mesmo tombando vitimada pela intolerância e pusilanimidade dos seus coevos, deixou o país em reequilíbrio, de forma que, no momento próprio, se pudesse concretizar a programação estabelecida para o futuro.
Cansada dos dias do terror, com os códigos dos direitos humanos firmados e os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade desfraldados, a velha Gália recebeu Napoleão Bonaparte, nascido em Ajácio, na Córsega, no ano de 1769 para reunir os Estados europeus, a fim de que Allan Kardec pudesse decodificar o pensamento de Jesus e atualizar o conhecimento espiritual à luz das conquistas da moderna ciência, assim como reconduzir a investigação de laboratório às causas que geram a vida, utilizando-se o então idioma da Cultura e da Diplomacia para logo alcançar as diferentes nações.
Instalados os postulados do Espiritismo no arcabouço cultural da humanidade, aos homens, em perfeita e lúcida comunhão com os Espíritos, cabe a tarefa de fazer resplandecer a Doutrina de Jesus Cristo, instaurando a Era da imortalidade em triunfo acima das convenções vigentes e do materialismo predominante nas Academias e na conduta de muitos que professam o Espiritualismo ancestral nas suas diversas vertentes.
A Onisciência Divina, que programou o Espírito para a glória solar, propicia-lhe, desde os primórdios da Criação, os recursos hábeis para a sua auto-iluminação e o desenvolvimento dos valores adormecidos no imo, alcançando, patamar a patamar, os elevados níveis da sublimação e da plenitude.
Ninguém foge ao destino que lhe está reservado, que é a conquista da paz real e a vitória total sobre as paixões.
Passo a passo, vai-se superando, mesmo que sob as injunções do sofrimento, quando se recusa aos nobres impositivos do amor, e elevando-se, sem cessar, no rumo da angelitude.
O improviso não faz parte dessas Leis Soberanas, encontrando- se delineados os objetivos existenciais e os recursos próprios para que se torne factível o encontro com as consciências pessoal e divina.
Ao ser humano cabe o dever de investir esforço e sacrifício incessantes, trabalhando a conquista das luzes do conhecimento e das bênçãos do sentimento, para apressar a própria felicidade.
Recordando-se de que Jesus comanda a barca terrestre e Deus administra o Universo, a marcha é inexorável no rumo da Grande Luz que a todos nos banha desde ontem.
Pensamentos extraídos da mensagem Providência Divina, recebida em Hofheim, Alemanha, 10 de maio de 2001.
FRANCO, Divaldo Pereira Franco elo Espírito Joanna de
Ângelis, Nascente de bênçãos, p. 54-61.