Convite à Edificação
Joanna de Ângelis
“... O amor edifica.”
(1ª Epístola aos Coríntios: capítulo 8º,
versículo 1).
Aqui, escombros acumulados refletindo desolação e queda.
Ali, montanhas de resíduos, assoberbando terrenos baldios.
Além, poluição multiplicando miasmas, em ameaça à vida.
Em toda parte desagregação em regime de urgência, desvalorizando
os estímulos otimistas, como se tudo marchasse para um aniquilamento imediato,
avassalador...
O erro moral em aceitação tácita, tranquila.
A conivência com as vantagens da extravagância, favorecendo
clima de alucinação e balbúrdia perturbadora..
Não obstante as calamidades, medram as flores da esperança, no
mesmo campo terrestre.
O pantanal renovado pela drenagem reverdesce-se.
A aridez desértica socorrida pela irrigação torna-se pomar e
jardim.
Os muros velhos, desolados, sob tépido beijo solar da primavera,
enflorecem-se.
Assim a vida.
Do caos aparente em que o mal governa, a construção nova do bem,
a edificação legítima da felicidade.
Não te consideres marginalizado nestes dias, porque teus olhos fitam paisagens lúgubres em que o desencanto moral se demora vencedor e a aflição conduz triunfante.
Operário da ação nobilitante, possuis recursos valiosos para a
obra superior.
Necessário, apenas, que te disponhas.
Do terreno revolvido surge a sementeira feliz, dos destroços das
demolições nasce a construção atraente.
Edifica o teu lar de paz onde estejas, sem a preocupação de
retificar tudo de um só golpe.
Não te agastes com os ociosos, que nada fazem nem te irrites com
os incompreensíveis, que te dificultam a marcha.
Produze a tua quota, mesmo que ela seja a humilde cooperação da
gentileza, da paciência, do tijolo modesto ou da colher de cimento da boa
vontade, fazendo a tua parte.
Insta contigo próprio a fim de executares o serviço edificante.
Exige-te mais esforço.
Concede-te a oportunidade feliz.
Pondera acuradamente e resolve-te superar quaisquer limites,
sejam dificuldades, incapacidade, problemas...
Acima de tudo lembra-te, também, de reedificar-te interiormente
consoante o ensino do Senhor, facultando que nasça do “homem velho”, que todos
somos, acostumados aos erros e gravames, o “homem novo”, idealista, sonhador do
bem, colocado a posto para o amanhã feliz. E tem em mente que só “o amor
edifica”.
FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Angelis.
Convites da vida, Cap. 15, p .13-14 , 1972.
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