segunda-feira, agosto 12, 2019

Autocompaixão (Mateus 22:36 a 39) - Cezar Braga Said






Autocompaixão 
(Mateus 22:36 a 39)

Cezar Braga Said


Em hebraico a palavra compaixão nos remete a útero (rahamim), o que nos leva a pensar que precisamos de “espaço em nossas entranhas” para acolher, nos compadecer e ajudar alguém. 


Precisamos ser empáticos!


Empatia e compaixão são sentimentos diferentes, porém, complementares.


Na primeira, nos colocamos no lugar do outro tentando imaginar e sentir como a pessoa registra seus problemas.


Na segunda, procuramos dar um passo à mais. 


Não apenas nos sensibilizamos e acolhemos o sofrimento alheio, sem especular ou julgar, mas fazemos o possível para diminuí-lo e até eliminá-lo.


E a autocompaixão?


Na autocompaixão buscamos primeiro entender e "aceitar" o sofrimento que bate à nossa porta e, em seguida, algo fazemos para que tal sofrer não permaneça conosco. 


Pensamos, sentimos e agimos na direção de uma solução.


Admitimos a dor ou o erro, mas não ficamos nos martirizando com censuras e culpas, pois aceitamos as limitações que ainda nos acompanham.


Autocompaixão é diferente de autopiedade, pois nesta desenvolvemos pena de nós mesmos e nos vitimamos, podendo até nos julgar injustiçados e incompreendidos. 


Comprometemos a própria saúde e nos candidatamos a um adoecimento progressivo.


Há momentos em que precisamos nos dar colo, redescobrindo o valor do autoperdão diante dos enganos cometidos. 


Enganos que ensinam e nos fazem despertar para o sentido de estarmos aqui, nessa vida.

O exercício da autocompaixão nos leva a desenvolver compaixão com os demais. 


O que dificilmente acontece quando temos um grau extremo de autoexigência.


Se desejamos transitar da autopiedade  para a autocompaixão, melhoremos nossa relação conosco e tudo, aos poucos, mudará em nossas relações com os outros.


Nós sabemos que diante de qualquer caminhada o primeiro passo é fundamental. 


Concorda?


E então, você já deu o seu?



Cezar Braga Said


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