Autocompaixão
(Mateus 22:36 a 39)
Cezar Braga Said
Em hebraico a palavra compaixão nos remete a útero (rahamim),
o que nos leva a pensar que precisamos de “espaço em nossas entranhas” para
acolher, nos compadecer e ajudar alguém.
Precisamos ser empáticos!
Empatia e compaixão são sentimentos diferentes, porém,
complementares.
Na primeira, nos colocamos no lugar do outro tentando
imaginar e sentir como a pessoa registra seus problemas.
Na segunda, procuramos dar um passo à mais.
Não apenas nos
sensibilizamos e acolhemos o sofrimento alheio, sem especular ou julgar, mas
fazemos o possível para diminuí-lo e até eliminá-lo.
E a autocompaixão?
Na autocompaixão buscamos primeiro entender e
"aceitar" o sofrimento que bate à nossa porta e, em seguida, algo
fazemos para que tal sofrer não permaneça conosco.
Pensamos, sentimos e agimos
na direção de uma solução.
Admitimos a dor ou o erro, mas não ficamos nos martirizando
com censuras e culpas, pois aceitamos as limitações que ainda nos acompanham.
Autocompaixão é diferente de autopiedade, pois nesta
desenvolvemos pena de nós mesmos e nos vitimamos, podendo até nos julgar
injustiçados e incompreendidos.
Comprometemos a própria saúde e nos
candidatamos a um adoecimento progressivo.
Há momentos em que precisamos nos dar colo, redescobrindo o
valor do autoperdão diante dos enganos cometidos.
Enganos que ensinam e nos
fazem despertar para o sentido de estarmos aqui, nessa vida.
O exercício da autocompaixão nos leva a desenvolver
compaixão com os demais.
O que dificilmente acontece quando temos um grau
extremo de autoexigência.
Se desejamos transitar da autopiedade para a autocompaixão, melhoremos nossa relação
conosco e tudo, aos poucos, mudará em nossas relações com os outros.
Nós sabemos que diante de qualquer caminhada o primeiro
passo é fundamental.
Concorda?
E então, você já deu o seu?
Cezar Braga Said
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