terça-feira, abril 06, 2021

37-SEIXOS Casimiro Cunha

 




37-SEIXOS

Casimiro Cunha

 

Acorda, vigia e escuta


Na senda que te esclarece.


No conselho da raposa


Toda galinha padece.


Se a maldade te apedreja,


Serve ao bem com fé mais rica.


Quem nada faz neste mundo


É sempre quem mais critica.


Na rota de teu dever,


Vive sem mágoa e sem medo.


Quem se deita, perde o tempo.


Quem se rala, morre cedo.


A vida é o grande oceano,


Nosso corpo é embarcação...


A morte será o porto,


Conforme a navegação.


Seja a tua paciência


Qual fonte que não se esgota.


Arrojo sem disciplina


É trilho para a derrota.


Se queres a independência


Não vivas muito à vontade,


Da escravidão no dever,


Nasce a grande liberdade.


A discórdia por mais leve


Tem sempre um sabor amargo.


Em todo sinal de guerra,


O inferno fica mais largo.


Em qualquer dificuldade,


Não fujas à cortesia,


Mais vale negar com graça


Que ceder com grosseria.


Se ajudas, ampara logo


Sem pergunta ou desavença.


Caridade verdadeira


Nunca pede recompensa.


Se desejas evitar


Angústias e cicatrizes,


Nunca digas o que sabes


Sem saberes o que dizes.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Gotas de luz. Rio de Janeiro: FEB, ed.9 , 1.994. Cap.37, p.64-65.

 

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