6-A CAÇAROLA
Casimiro Cunha
Dos serviços da cozinha onde há sempre grande escola, lembremos o ensinamento da obscura caçarola.
Ao receber substância indispensável à mesa, requisita vigilância no que concerne à limpeza.
Utilizada em serviço, embora pobre e singela, pede todos os desvelos das mãos que se servem dela.
Por limpá-la, muitas vezes é justa a grande atenção; Largos banhos da água pura, doses fortes de sabão.
Se não bastam tais processos, um esforço mais ativo: Recursos da água fervente misturada a corrosivo.
De outra forma é descuidar da pureza do alimento, entregar o pão do corpo ao lixo e ao relaxamento.
A erva mais saborosa, o leite nevado puro, na panela descuidada são coisas para o monturo.
Caçarola maltratada, sem o concurso do asseio, faz o pão envenenado, escuro, amargoso e feio.
Vendo o quadro, não te esqueças que os nobres ensinamentos são substâncias que nutrem a fonte dos pensamentos.
Receber lições divinas sem limpar o coração, é transformar dons de vida em sombras de confusão.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha.Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 6, p.5.
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