domingo, julho 04, 2021

48-A SEMENTE - Casimiro Cunha

 


48-A SEMENTE

Casimiro Cunha

 

Nos quadros vivos da roça, a semente pequenina é página aberta aos homens, mostrando lição divina.


É minúscula, e somente à luz de grande atenção pode ser reconhecida no campo de plantação.


Quanto pesa? 


Quase nada: Coisa muito inferior, calcada aos pés, sem cuidado, nas lutas do lavrador.


No entanto, grãozinho humilde, que pouca gente repara, tem tarefas e caminhos, lições de beleza rara.


Humilde, pequena e pobre, abandonada ao monturo, a semente é a garantia do edifício do futuro.


Coisa mínima lançada ao vasto lençol do chão, vai ser árvore, celeiro, remédio, alimentação.


Mas é justo ponderar, ao senso da criatura, que a espécie de produção responde à semeadura.


Laranjeira dá laranja, macieira dá maçã, planta rude do espinheiro é mais espinho amanhã.


As sementes ignoradas, da roça desconhecida, são iguais às bagatelas do quadro de nossa vida.


Uma palavra, um conselho, um gesto, uma vibração, vão crescer e produzir conforme nossa intenção.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 48, p.49.


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