48-A SEMENTE
Casimiro Cunha
Nos quadros vivos da roça, a semente pequenina é página aberta aos homens, mostrando lição divina.
É minúscula, e somente à luz de grande atenção pode ser reconhecida no campo de plantação.
Quanto pesa?
Quase nada: Coisa muito inferior, calcada aos pés, sem cuidado, nas lutas do lavrador.
No entanto, grãozinho humilde, que pouca gente repara, tem tarefas e caminhos, lições de beleza rara.
Humilde, pequena e pobre, abandonada ao monturo, a semente é a garantia do edifício do futuro.
Coisa mínima lançada ao vasto lençol do chão, vai ser árvore, celeiro, remédio, alimentação.
Mas é justo ponderar, ao senso da criatura, que a espécie de produção responde à semeadura.
Laranjeira dá laranja, macieira dá maçã, planta rude do espinheiro é mais espinho amanhã.
As sementes ignoradas, da roça desconhecida, são iguais às bagatelas do quadro de nossa vida.
Uma palavra, um conselho, um gesto, uma vibração, vão crescer e produzir conforme nossa intenção.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 48, p.49.
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