69-O ESTERCO
Casimiro Cunha
O esterco que espalha o bem, vive em luta meritória; se é pobre, tem seu proveito, seu caminho, sua história.
Quase sempre, chega aos montes dos redis e dos currais, escuros remanescentes da esfera dos animais.
De outras vezes, vem das zonas de imundície e esquecimento, onde a vida se transforma em triste apodrecimento.
Em outras ocasiões, é detrito das estradas, lixo estranho e nauseabundo das taperas desprezadas.
É a decadência das coisas, no resumo do imprestável, fase rude e dolorosa da matéria transformável.
Em síntese, todo esterco é derrocada ou monturo, que das sombras do passado lança forças ao futuro.
Analisando esse quadro, veremos que a podridão vai ser cor, perfume, fruto, doçura e renovação.
Notemos, porém, que a flor vibra ao alto, linda e santa, enquanto o adubo não passa do solo, dos pés da planta.
Na vida também é assim: O erro, a miséria, o mal podem ser algumas vezes, esterco espiritual.
Todavia, é necessário que das lutas, através, aproveitemos o adubo, esmagando-o sob os pés.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha.Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 69, p.70.
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