45-A PRAIA
Casimiro Cunha
Mar revolto. Sombra densa, ao longo da vastidão.
Vibra a angústia em cada rosto na frágil embarcação.
O vento sopra de rijo espalhando a tempestade, as ondas são monstros verdes no dorso da imensidade.
Dolorosas inquietudes, amarguras, nervosismos...
Céu e mar desesperados – É o choque de dois abismos.
Não mais bússolas, nem velas, tudo horror, trovões e vento, só resta, entre vagalhões, o esforço do salvamento.
Ninguém define a distância e o mais lúcido, o mais forte, mergulha-se em pensamento nos caminhos para a morte.
É quando a costa aparece, trazendo nova esperança.
É a mensagem carinhosa dos planos de segurança.
Que alívio dos viajores, cansados de sofrimento!...
Eis que a praia simboliza a luz dum renascimento.
Ao seu lado, volta a calma, extinguem-se a sombra e a dor, renova-se a confiança na esfera superior.
Esse quadro nos recorda o mundo desesperado, que parece muitas vezes, grande mar encapelado.
Mas todo cristão sincero é uma praia apetecida, onde há paz e segurança, caminho, verdade e vida.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 45, p.46.
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