quarta-feira, agosto 11, 2021

86-O POSTE - Casimiro Cunha

 


86-O POSTE


Casimiro Cunha


No quadro que te rodeia, em pleno bem destacado, hás de ver no poste humilde um servidor devotado.


Encontra-se em toda parte, com a decisão de quem zela, na cidade mais formosa, na lavoura mais singela.


Conhece o rumo acertado das fábricas, das usinas, coopera nos resultados do esforço das oficinas.


Ao calor do sol a pino, como à frescura do orvalho, sempre firme no seu posto, exemplifica o trabalho.


Atende aos bens do serviço, noite toda, dia inteiro, ampara a luz da avenida, como escura um chuchuzeiro.


Se há lugarejo às escuras, em justa necessidade, o poste vence as distancias, em busca da claridade.


Operários sem recursos, para o pão de cada dia?


Vai direto às quedas da água, à procura da energia.


Auxilia nos transportes, coopera nas ligações, segura avisos na estrada, fornecendo informações.


Não cobra, por seus trabalhos, nem ordenados, nem multa, na sua doce humildade é um benfeitor que se oculta.


O poste compele o homem, sem vaidade, sem cobiça, a fugir, em qualquer parte dos venenos da preguiça.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha.Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 86, p.87.


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