12. NO LADO OPOSTO
Valérium
O homem vivia no sopé de elevada montanha.
Aplicara a existência estudando os meios de conquistá-la.
Fez projetos
meticulosos.
Planejou a
via de acesso.
Calculou os
patamares da escalada.
Consumiu
longo tempo.
Gastou
dinheiro.
Selecionou o
pessoal necessário ao grande feito.
Depois de ingentes esforços, sacrificando inúmeras vidas de companheiros e animais e perdendo vasta cópia de material no decurso de toda a existência, conseguiu atingir o tope.
Com surpresa, encontrou, lá em cima, toda uma nação de habitantes felizes, em plena comunicação com os vales imensos, através de primorosa estrada que haviam construído no lado oposto...
*
Assim tem
sido a vida de muitos filósofos e teóricos na Terra.
Fazem
estudos.
Traçam
projetos.
Perdem
fortunas.
Dissipam
oportunidades.
Queimam a
saúde.
Articulam
hipóteses e problemas.
Discutem.
Azedam as
horas.
Fogem à
cooperação e à fraternidade.
Mas, galgando as alturas da morte, analisam os gastos inúteis e a falta de objetividade dos esforços que despenderam, pois os planos de levantamento do caminho que buscavam tornam-se pueris e integralmente superados pelas criaturas de boa-vontade que colocam proveito e serviço acima de contenda e conversa.
*
Como
espírita, observe o que você procura.
Estude sempre, mas seja prático, para que, além da morte, o frio e a sombra da inutilidade não lhe surjam à frente.
VIEIRA,
Waldo pelo Espírito Valérium. Bem aventurados os simples. Rio de Janeiro:
FEB,10ª ed., 1962
Nenhum comentário:
Postar um comentário
“Deixe aqui um comentário”