Cura e Autocura
Palestra de Divaldo Pereira Franco
O Almirante Hart, depois da Segunda Guerra Mundial, elaborou
uma evocação que nos parece muito oportuna para darmos início ao nosso
encontro.
Essa evocação tem passado através de diferentes épocas, como
sendo de um autor anônimo, com muitas variantes.
Ele disse mais ou menos assim:
“Senhor, dá-nos a serenidade,
para aceitar tudo quanto devemos aceitar, para aceitar tudo aquilo que é
difícil de ser aceitado. Mas, dá-nos sobretudo sabedoria, para distinguir uma
coisa da outra.”
É essa sabedoria que deve vigir em nossos sentimentos, para
discernirmos aquilo que podemos modificar.
E aquilo que não nos é possível alterar.
Aceitando e incorporando ao nosso “modus vivende” e de
maneira agradável, positiva e realmente feliz.
A grande problemática do binômio
saúde-doença, é das mais relevantes da historiografia do processo antropológico
do ser humano.
Se examinarmos essa problemática, ela tem sido motivo de
discussão em todas as áreas do pensamento.
E naturalmente, a ciência aliada à tecnologia tem avançado,
para oferecer ao ser humano longevidade.
Não apenas uma vida muito longa, senão uma vida muito
saudável.
O importante não é que vivamos muitos anos, é que vivamos
bem em cada momento da nossa vida.
A existência terrestre não deve ser contada apenas pelo
número de anos que o ser biológico viveu.
Mas, pelos incomparáveis momentos de felicidade, que todos
podemos fruir a cada instante.
A Organização Mundial de Saúde, para poder situar bem a
problemática do binômio saúde-doença, estabeleceu que saúde não é a falta de
doença.
Durante muito tempo pensávamos, que uma pessoa saudável é
uma pessoa que não se encontrava doente.
A visão psicológica, sociológica da Organização Mundial de
Saúde neste momento, é muito ampla e holística.
Estabelece que saúde é o resultado de três fatores que se
conjugam: harmonia fisiológica, bem-estar psicológico e equilíbrio
sócio-econômico.
Nós vemos que muitas nações perderam a saúde.
E toda vez que as bolsas do Oriente cambaleiam, a saúde das
bolsas do mundo, também periclita.
Para que tenhamos saúde, é necessário que nos encontremos em
equilíbrio sócio-econômico, para evitarmos tensões, preocupações,
consequentemente, desarmonia.
A grande proposta hoje, da Ciência Médica, é aquela que
objetiva o ser integral.
Não apenas o indivíduo que desfrute de saúde orgânica e que
se encontre no patamar ainda inferior, na sua proposta de natureza de
consciência.
É exatamente oferecer esses recursos que a psicossomática
denomina como preponderante no comportamento humano.
Nós somos uma realidade muito diferente daquilo que estamos.
Estamos numa personalidade transitória, elaborada por
fatores genéticos psicossociais, sócio-econômicos, sócio educacionais.
Mas, nós somos um ser de interação universal, um ser eterno,
que transita etapa a etapa, através desse fenômeno biológico da fecundação e
que abandona o processo orgânico por outro fenômeno biológico da morte o da
desencarnação.
Para as modernas pesquisas da psicologia transpessoal o ser
não é apenas a argamassa celular.
Estabeleceu-se no academicismo
físiopsicológico que a criatura humana era o seu cérebro, e esse cérebro
passou por grandes avaliações.
No começo do século acreditava-se que a criatura humana era
os seus neurônios.
E esses neurônios, até mais ou menos 1920, eram calculados
em 5 bilhões aproximadamente.
Havia se estabelecido e mantém-se, que esses
neurônios nascem com o indivíduo, é a fatalidade biológica.
Mas a medida em que eles morrem, não há uma renovação.
E por isso, obedecendo a lei da termodinâmica na área da
entropia (medida da quantidade de desordem num sistema), envelhecer e o morrer
são inevitáveis.
A viagem para o caos, para o desgaste, para a desorganização
da energia, é um fator irreversível.
Mais ou menos na década de 40, os neurofisiologistas
constataram, que o nosso cérebro possui aproximadamente 10 bilhões de
neurônios.
Com o advento dos telescópios e microscópios eletrônicos,
particularmente dos últimos, a década de 50 foi muito auspiciosa.
Nós seríamos dotados de 50 bilhões de neurônios.
Mais recentemente, ao eclodir a década de 80, as
investigações levaram-nos a aproximadamente, 75 bilhões a 100 bilhões de
neurônios.
Estabelecendo que o homem tem muito mais neurônios do que as
mulheres, para nada, absolutamente inócuos.
O cérebro deixou de ser aquele órgão mítico e desconhecido,
para ser considerado uma glândula.
Porque se percebeu que esses neurônios funcionavam quase
como as glândulas endócrinas.
Eles elaboravam enzimas.
Até há 10 anos se havia classificado o número de 36 enzimas,
mas hoje, são aproximadamente, 60 peptídeos ou neuropeptídeos.
A sua área mais forte, está exatamente, na área
límbico-hipotalâmica, que é chamada área quente.
Aí é que está praticamente, a nossa vida, a nossa saúde.
Nas paredes gastrointestinais, esses peptídeos encontram-se
numa larga rede.
Graças a eles, nós temos admiráveis enzimas, como a
interferona, a endorfina, a hemoglobina e tantos outros.
Temos um choque, imediatamente vem um colapso periférico,
uma sudorese, um resfriamento.
Temos uma emoção, alguns enrubescem, eu empalideci.
Nós naturalmente começamos a evocar uma cena agradável, e
temos uma descarga de adrenalina na corrente sanguínea.
Uma cena desagradável, e naturalmente, experimentamos uma
grande descarga de dopamina.
Tomamos um choque e antes que o cérebro registre a reação,
já ele percebeu que íamos tomar um choque, um golpe, e derrama a endorfina e
não temos nenhuma sensação.
As vezes temos um hematoma, uma equimose e dizemos, não
lembrar do momento da pancada.
Graças as nossas endorfinas.
Mas hoje, a ciência de tal forma se tornou elástica que
matou muitos mitos, o mito da velhice.
Acreditava-se que uma pessoa de 40 anos era praticamente
inválida.
Em nosso país ela não é inválida, mas está quase inválida.
Vemos uma pessoa de 40 anos e dizemos:
“Meu Deus, já tem 40
anos!”
E nós os que temos alguns meses mais de 40 anos, vingamo-nos
dizendo:
“Eu já cheguei até aqui, agora você eu não sei.” (É uma praga)
Estamos desejando que a pessoa morra de acidente ou de uma
outra coisa qualquer.
É a vingança do adulto que tem inveja do jovem. Somente
envelhece quem quer.
E somente é velho, quem velho se considera.
A nossa atividade mental mantém a nossa juventude.
É quando dizemos:
“Eu já não tenho mais a mesma facilidade
para memorizar. Estou perdendo a memória”.
Pois procure-a, ela está lá no arquivo, é somente buscá-la,
não espere que ela chame por você.
As pessoas mentalmente ativas, mantém a memória muito
lúcida.
Eu a tenho hoje, melhor do que quando contava 20 anos.
Simplesmente, porque me recusei a ser velho, aceitei a
beleza do envelhecimento.
Porque cada idade tem seu contributo, tem a sua maravilha,
tem as suas conquistas.
E não pode haver nada mais fascinante, do que cada momento
do vir a ser.
A verdadeira psicologia não é apenas aquela do que fomos, do
que fizemos, do onde estávamos.
Mas é essa proposta das nossas possibilidades inatas, desse
imenso oceano a descobrir, a conquistar, dessas terras do sem fim, por onde nós
iremos caminhar.
Na medida em que nós nos esforçarmos, a memória atende
exceto, diante das psicopatologias ou de outros processos degenerativos que
fazem parte da nossa máquina.
Este é o século das pessoas macróbias.
Eu me recordo, por exemplo, de Charles De Gaulle e Golda
Meyer, e de quantos homens e mulheres notáveis, que ao ultrapassar os 80 anos,
risonhos e joviais.
Aí está Chico Xavier, com aproximadamente 88 anos, e sempre
dizendo:
“A máquina está gasta, mas eu estou muito bem comandando a máquina.”
E vemos no entanto, máquinas jovens, novas, tão mal
direcionadas e tão gastas.
Porque os comandos perderam a linha do equilíbrio.
Uma das condições para a saúde mental, é o exercício dos
neuropeptídios, da máquina de natureza psíquica.
Não dar trégua a máquina cuja a função é atender as
exigências do Eu superior, também chamado Self, também chamado espírito, também
com outras designações conforme a corrente filosófica, cultural ou religiosa
que cada um professe.
Mas se estabeleceu que esse ser profundo, esse ser
transpessoal que independe do cérebro, é o comandante da máquina.
E ela
atende-o, conforme o direcionamento que ele dê, tendo-lhe as rédeas na mão.
Afirmávamos que somente é velho quem quer.
Conheço pessoas, que a partir dos 40 anos, aos 45,
principalmente quando se aposentam, que assinam o próprio atestado de
decadência.
A palavra aposentado passou a ser o carimbo da senectude.
“Ele é aposentado, é inútil, é a cadeira velha que rasgou a
palhinha e se coloca no canto e não deixa ninguém sentar, porque está furada.”
Aí sim é uma coisa velha.
Mas a pessoa aposenta-se para começar a trabalhar.
Na Índia nós vamos encontrar no Bhagavad Gita, e
particularmente no Vedanta uma proposta comportamental.
O indivíduo até os 18 anos, “pertence” aos seus pais;
dos 18
aos 50, “pertence” a família,
a partir dos 50, “pertence” a si mesmo, para
entregar-se a vida espiritual, ele é totalmente livre.
É o momento da sua maturidade, das suas experiências.
Mas, nós somos escravos de convenções, de imposições
injustificáveis, de tabus e de superstições.
Em nosso país, uma pessoa aposentada, assinalada por esse
timbre de decadência orgânica e mental, é um indivíduo que se nega a viver.
E não pode haver um espetáculo mais hediondo, do que as
pessoas com mais de 40 anos, principalmente os homens, de boné, numa praça
pública, jogando dama ou gamão e falando dos seus maravilhosos, detestáveis
tempos do passado.
Porque nada é mais detestável do que o “meu tempo”.
“Ah! Antigamente.”
Era horrível.
Nada pior do que as viagens de antigamente.
A pessoa de guarda pó branco para entupir-se de areia e de
pó de todas as cores.
Nada mais maravilhoso hoje, do que uma pista de asfalto ou o
suave deslizar de um avião.
Sou pioneiro na aviação.
Viajei nos primeiros que chegaram ao Brasil na década de 40.
E posso avaliar hoje, um boeing atravessando o oceano e indo
pousar suavemente, em outro continente, na Europa ou na Ásia.
A pessoa sair tão confortavelmente quanto entrou, sem dar-se
conta da viagem que fez.
Então nós devemos negar-nos, para uma boa saúde psicológica,
a esse timbre de ser aposentado.
Apresentaria uma sugestão às esposas:
"Ponham para fora de
casa os maridos aposentados".
Não pode haver nada pior do que um homem aposentado dentro
de casa.
A mulher liga a luz,
ele apaga.
Ela abre o bico de gás, ele apaga, para fazer economia.
Não admitam, ponham-no para trabalhar no Lar Fabiano de
Cristo, que aceita esses mamutes para reatualizá-los.
E também a mulher, no período mais belo da sua vida, quando
ela desabrocha.
Não pode haver nada mais belo e pleno do que a mulher de 40
anos, 50 e 70 também.
Que é a plenitude.
A mulher de Balzac já está totalmente ultrapassada(30 anos
seria Balzaquiana).
Saúde é um estado de espírito e o espírito jovial é sempre
saudável.
Karl Gustav Jung dividiu a humanidade em dois biótipos: o introvertido,
que é sempre um candidato a doenças e o extrovertido, que é um indivíduo
saudável, é aquele que facilmente faz a catarse, que exterioriza conflitos, que
se libera de todo esse tormento.
William James também dividiu as criaturas em dois grupos: os
indivíduos fortes e os indivíduos fracos.
Os indivíduos fortes são aqueles que se aceitam como são e
se ama exatamente porque assim o é!
O indivíduo fraco é aquele mesquinho, calceta, reclamador,
descontente, sempre ambiciona aquilo que jamais terá.
Tem por meta algo que nunca conseguirá, porque ele é
atormentado psicologicamente.
Será possível manter saúde desde que saibamos
manter o estado de espírito.
O Dr. Berg Single, cirurgião oncologista, paladino da saúde
integral.
Eu, por exemplo, poderei aqui estar, absolutamente saudável,
com um câncer em grande desenvolvimento.
Tecnicamente, eu estaria doente, mas como esse câncer ainda
não atingiu os feixes de nervos sensíveis e o meu cérebro não detectou a dor,
eu estou com saúde.
Então, saúde é esse bem estar, que nós poderemos e deveremos
manter quando a doença nos chama a atenção para a problemática da agressão ao
organismo físico, aos sentimentos ou aos distúrbios mais profundos da psique.
Ele narra do seu consultório, uma bela experiência:
"No mês de janeiro de 1981, chegou um paciente com 78 anos,
John Florio.
Homem jovial, corado e de muito bom aspecto.
Ele disse que oportunamente sentia um mal estar estomacal.
Na época foi detectado uma úlcera.
Naquele tempo ele era de temperamento violento, estava de
mal com a vida.
Resolveu dedicar-se a jardinagem.
E notou que o mundo é muito bonito e pode ser ainda mais
belo, se nós o auxiliarmos.
Se ao invés de deixarmos espinhos pelo caminho,
plantarmos flores, árvores que deem flores e que sejam frutíferas.
E agora ele estava com câncer e ali estava exatamente para
que o médico pudesse fazer uma avaliação.
Ele levara todos os exames e quando o médico viu a extensão
do câncer, sugeriu-lhe uma cirurgia imediata.
Operando teria uma sobrevida de seis a dez meses.
Não operando teria uma sobre vida de dois a quatro meses,
caso não ocorra uma parada cardíaca.
Ele então diz:
“— Como eu me amo, vou dizer para o câncer, que me respeite.
Vou dizer para o estômago, que por favor se imponha, que não admita que um
sujeito estranho lhe invada a residência, crie uma situação desagradável e se
expanda.
Assim que passe a primavera, eu voltarei doutor.”
E o médico disse:
“— Não posso forçar.”
Esqueceu-se do cliente".
Oportunamente ele chegou ao seu consultório e ao examinar as
fichas da clientela para atender no dia, lá estava John Florio.
Ele verificou que se haviam passado 6 meses.
Chamou a enfermeira e lhe disse:
“— Você se enganou, este homem já morreu.”
“— Então ressuscitou,
porque ele está aí na sala.”
“— Mas não pode, ele
deve estar alquebrado.”
“— Não parece.”
“— Então mande-o entrar.”
E John Florio entrou sorridente e disse:
“— Olá doutor, vim operar-me agora.”
Fez uma bateria de exames e o câncer não havia crescido, nem
tinha metástase.
Ele foi operado e retirou ¾ partes do estômago.
Recomendou quimioterapia como medida preventiva.
Mais tarde, 6 anos, chegava ao consultório e lá estava a
ficha dele.
Pensou:
“Ele não pode estar com 84 anos, após uma cirurgia tão
delicada.”
Ele entrou sorridente, corado:
“— Olá doutor.”
“— Veio fazer alguma revisão?”
“— Não.
Eu esqueci de
fazer uma pergunta.
E tenho urgência em fazer doutor.
Gostaria de saber o que
eu posso comer doutor?”
“— O senhor coma aço inoxidável com qualquer substância
corrosiva, porque no senhor não faz mal.
Agora sente-se e me explique o que o
senhor fez da sua vida.”
“— Eu tinha dito ao
senhor que o estômago tinha que reclamar com o câncer e diariamente eu dizia
para o estômago: você se alimentou o suficiente, agora vai se alimentar o
necessário.
Porque eu preciso viver, colocar beleza no mundo, ter alegria e
estou planejando com a minha família a celebração do meu centésimo
aniversário.”
Diante da doença podemos tomar uma das 3 seguintes atitudes:
revolta (por que eu?);
passividade (eu) ou
naturalidade (também eu).
Afinal, todos nós estamos na alça de mira dos fenômenos
patológicos, biológicos, psicopatológicos.
Por que eu?
Porque sou uma criatura humana e acontece com todos.
A única exceção que existiu na Terra, é Jesus Cristo.
Ele jamais enfermou, porque era um excelente psicoterapeuta,
que fazia a auto cura e aos outros curava.
Todos passamos por essas experiências que são eminentemente
psicobiológicas, da maquinaria fisiológica.
Então, nós deveríamos perguntar diante dessa intercorrencia
da notícia cruel:
“— Por que eu?”
Porque também estou vivo e é maravilhoso estar vivo.
Conta Berg Single, que uma paciente que estava com um
processo degenerativo irrecuperável.
Era enfermeira em um hospital, a doença apresentou-se
lentamente, foi se instalando e ela recebeu o diagnóstico de esclerose múltipla
irreversível.
Ela perguntou ao médico:
“— Quanto tempo?”
Ele lhe respondeu:
“— 6 meses.
A senhora
deseja ser útil à humanidade?
Assine, oferecendo seu corpo para investigações
médicas.”
Ele foi muito sutil e otimista.
Ela recusou-se a dar o corpo a alguém que lhe acabava de
tirar a razão de viver.
Foi para casa e no dia seguinte o hospital despediu-a e no
dia imediato, enquanto ela estava tratamento médico, a sua residência foi
invadida e roubaram-lhe tudo o que de melhor ela tinha.
Quando ela chegou de cadeira de rodas e a enfermeira
deixou-a diante do espelho, ela olhou aquele corpo e odiou.
Odiou com todas as veras do sentimento e descobriu que
sempre havia odiado o corpo.
Sempre se havia detestado, como sendo uma mulher que não
tinha o direito de ser feliz e muito menos de viver em harmonia.
A enfermidade foi se desenvolvendo, crescendo,
imobilizando-a.
Em certo dia, enquanto estava sendo preparada para o banho,
ela se olhou no espelho.
A perna direita, absolutamente fragilizada, era
reminiscência de uma paralisia infantil.
A outra que era normal, parecia deformada junto daquela
frágil.
O corpo, desprezível, caído, informe.
Ela então desejou morrer.
Ela contava 24 anos, era tão jovem e morrer era um alívio.
Ninguém nunca a tinha dito:
“Eu amo você.”
Ela lembrou-se que havia lido oportunamente a referência de
um grande cientista de Harvard, Dr. Marck Lider, havia dito que estava medindo
a curvatura do amor e a interferência do amor nos linfócitos e no sistema
imunológico.
Poderá o amor, um sentimento, mudar o desenvolvimento dos
linfócitos e trabalhar no sistema imunológico?
Ele partia de uma premissa.
Ele tivera oportunidade de assistir uma conferência de um
desvairado, um psicólogo tresloucado.
Ele dizia que a interação mente-corpo, espírito-matéria era
possível.
E que através da mente o indivíduo pode retificar o
metabolismo orgânico, o equilíbrio fisiológico.
E claro, o grupo de cientistas sorriu complacente e misericordioso
daquela estupidez.
Ele foi convidado a desenvolver um seminário em Harvard.
E demonstrou que era mesmo um psicopata.
Ao invés de se ater ao seminário, ele tomou de um livro e
começou a ler a história dos amantes de Lady Chatterley.
Começou a ler, particularmente naquele ângulo erótico, em
que são descritas as cenas mais agressivas de uma sensualidade vil.
Subitamente parou, olhou o auditório e disse:
“— Creio que 90% dos senhores e senhoras, estão com reações
fisiológicas no aparelho genésico. Não é verdade?”
Houve um leve murmúrio na platéia.
“— É verdade, porque eu também estou sensibilizado e eu
penso que os senhores também são pessoas normais.”
Todos disseram:
“— É claro, o senhor encenou, nós vimos a cena, nós a vivemos.
” Ele disse:
“— Os senhores acreditam que a sua mente pode ativar o
aparelho genésico?”
Responderam:
“— É óbvio.”
Ele disse:
“— E por que não pode ativar o sistema imunológico? É uma
questão de aparelhagem.
Se direcionarmos para uma área temos uma resposta.
Se
direcionarmos para outra, temos outra resposta.
E eu faço parte da corrente
neurofisiológica, que não separa em três sistemas o nosso organismo: sistema
nervoso central, endócrino e sistema imunológico.
Eu proponho que seja erguida uma nova ciência, Psiconeuroimunologia.
Através do psiquismo haverá uma reação neurológica, e claro,
de efeitos imunológicos.”
Ela havia lido isso.
Então, começou a
pensar que durante a vida inteira esteve matando-se e agora estava morrendo.
Não foi a doença que se instalou no organismo, foi ela quem
instalou no seu organismo a doença.
Era um mecanismo do inconsciente para tirá-la daquela
situação detestável, daquele corpo que lhe era tão desagradável.
A ciência hoje é mais ousada, chama de
psiconeuroendócrinoimunologia.
A mente atuando no nosso sistema psíquico, endócrino,
naturalmente, vai atender ao aparelho imunológico.
E nós poderemos, por intermédio dos peptídeos,
neuro-peptídeos e das enzimas, restabelecer o equilíbrio.
Mas não se trata apenas de uma proposta para que se creia, é
uma realidade demonstrada em laboratório.
Entre os grandes ases da Física Quântica e Nuclear, que
adotam como uma realidade, destacam-se: David Ball um dos pais da Física e Stil Wolf.
Eles estabeleceram que o medo, o pessimismo e o azedume,
produz reações em nosso campo de elétrons.
O amor, a afetividade, a esperança, a alegria, tem a ver com
nossas moléculas fóton.
São essas que preservam a vida, enquanto aquelas desgastam
as energias da vida.
Aquela jovem, Eve, acordou naquele momento, e já que
precisava viver, era necessário mudar sua atitude mental.
Como fazer?
Amar esse corpo horrível?
Ela havia sonhado sempre em ser esbelta, em ter medidas
exatas, que nunca ia conseguir por causa da perna, que foi vitimada pela
paralisia infantil.
Mas agora, que ela estava pela primeira vez meditando, sem
nenhum curso, nenhuma técnica, simplesmente, estava reflexionando em torno de
si.
Será que nós aqui, já reflexionamos em torno do Si que somos?
Será que já paramos para fazer uma análise do Si profundo ou
sempre estamos esbravejando, pedindo, agradecendo, tudo rápido?
Pela primeira vez ela estava fazendo essa análise:
“Se eu quero viver, eu deverei mudar o meu padrão de
correntes alternativas da minha consciência.
As minhas vibrações eletroquímicas
do meu cérebro, as minhas sinapses cerebrais deverão ser harmônicas!
Se eu
fizer um eletroencefalograma, terei um biorritmo dos mais desastrosos.”
Ela então relaxou, havia tomado banho quente e sem dar-se
conta entrou em alfa.
Foi suavizando e
notou que tinha olhos muito bonitos.
Pediu papel a enfermeira e anotou que tinha olhos muito
bonitos.
Porque muita gente tem pernas lindas e são vesgas.
Ela tinha olhos lindos e as pernas frágeis.
Os cabelos eram lindos, naturalmente encaracolados.
Ela então, notou que seu rosto era muito bem desenhado.
Tinha um queixo muito bem trabalhado.
Nariz delicado.
Ela nunca tinha visto, porque sempre olhava o que não
deveria olhar, o lado que lhe perturbava.
E claro, quem costuma olhar para o pântano não vê o céu
transparente.
É necessário que em nosso cárcere, possamos tomar uma das
duas seguintes atitudes:
uma pessoa está no cárcere ao lado de outra.
Um, é um homem feliz, o outro um desgraçado.
Eles têm o contato com o mundo, um quadrângulo gradeado.
Diariamente, cada um chega e olha por aquele quadrângulo.
Por que são tão diferentes?
O primeiro olha sempre para cima e vê o sol e o céu.
O outro olha sempre para baixo, olha a lama e a podridão.
O lugar é o mesmo, o direcionamento e a aspiração de cada um
é que é diferente.
Ela começou a notar o que havia de bonito nela.
Pediu a enfermeira para que estabelecesse uma dieta e já que
seu corpo estava totalmente modificando-se, pediu um corpete para poder
sustentar-se e diariamente enxergava naquele espelho não a perna, mas os olhos,
o cabelo, e começou a dizer a sua enfermidade:
“Olha está na hora de parar, porque eu vou viver.”
Seis meses depois a enfermidade estava absolutamente
estacionada.
Seis anos depois a enfermidade havia regredido.
Ela continuava com dificuldade de movimentos, mas estava
noiva.
O jovem enfermeiro que foi trabalhar com ela, ficou tão
encantado com a irradiação que dela saía, que se apaixonou.
Ela então lhe disse:
“Não nos casemos por enquanto.
Você está ainda encantado.
Casemo-nos dentro de cinco anos, se eu viver e se você viver.
Porque você terá
tempo de se desencantar e terá tempo de me amar.”
Quando o livro foi escrito eles deveriam casar-se.
O primeiro passo para
aquisição da saúde:
Ame-se como você é.
Aceite-se como você é.
Não aspire a ser o que você não vai conseguir.
A beleza externa é tão suscetível de variação.
A infância leva à juventude, a maturidade leva à senectude,
quando não advém a morte antes, e há o momento da desencarnação.
Mas quando a pessoa é interiormente bela, todos os períodos
são enriquecedores e quando a pessoa não é interiormente plena, todos os
períodos são conflitantes.
Daí a primeira regra para viver com saúde é o autoamor.
Ame-se, porque quem não se ama a ninguém ama. Trabalhe
interiormente para ser saudável.
E quando você adquirir essa postura, de uma pessoa saudável,
lembre-se de que você é algo mais que um corpo.
As células estão imantadas umas as outras, graças ao
equilíbrio psicofísico, na estrutura molecular da Física Quântica através de
íons, uma micro partícula.
Micro partícula essa, inerente ao psicossoma, ao
perispírito, ao corpo astral, como se queira.
É este campo modelador que estrutura as células, graças ao
agente, que é o espírito.
O espírito que pensa, esse campo vibratório que modela, a
matéria que se corporifica.
Do campo da mente, vem a realidade para o mundo da forma.
Do mundo da forma vão as mensagens para o campo da mente.
Não ignoramos que há em volta da Terra um campo magnético,
nós não sentimos nada.
Mas uma bússola, de imediato detecta o norte magnético do
planeta.
Nós temos um campo de energia específica, chamado aura.
É a irradiação da realidade que somos.
Da realidade pensante, que é o mundo causal.
Da realidade verbal, aquilo que exteriorizamos, da realidade
atuante, aquilo que fazemos.
Essa irradiação tem o degradê de tonalidades que
correspondem a mente, ao verbo e a ação.
Ao pensamento, desejo e o mundo da forma.
É natural que de acordo com aquilo que nós cultivamos,
exteriorizamos respostas equivalentes.
Se começarmos o trabalho de auto amor, vamos estimular os
linfócitos, o aparelho imunológico.
E digo isso, sem presunção, com autoridade, porque eu me
recusei a morrer.
Tive um infarto do miocárdio, há 15 anos, logo depois uma
parada cardíaca, vi-me morto, olhei o corpo, os meus filhos chorando.
O meu filho médico disse:
“Tio Divaldo acaba de morrer.”
Eu digo assim:
Ele está enganado.
Não morri, saí do corpo, que maravilhoso.
Meu guia espiritual me havia dito faz anos:
“Quando te acontecer
algo e despertares aturdido e eu me apresentar, já desencarnastes.”
Então disse: Só falta agora me aparecer Joanna De Ângelis.
Olhei em volta, desejando que ela não aparecesse e ela não apareceu.
Apareceu minha mãe
que já era desencarnada.
Ela disse:
“Meu filho, os Espíritos Nobres, aqueles que
conduzem a tua existência na Terra, estão discutindo se tu vais ficar ou se tu
voltarás.”
Eu disse:
"O que a senhora está fazendo aqui? vá para lá
depressa!
Vai interferir, vá dar uma de advogado".
Não é que eu tenha medo da morte, é que eu quero viver mais
um pouquinho.
Ela desapareceu e dali a pouco retornou sorrindo e me chamou
como de hábito:
“Di meu filho, eles resolveram que tu vais ficar na Terra.”
Então, senti uma dor terrível no peito, era o infarto.
Mas, eu abri o olho e disse:
Meu Deus, estou vivo.
Porque naqueles minutos antes, eu tive uma conversa com
Deus, de filho para Pai, nada de padrasto para com enteado.
Eu disse:
Se eu ficar, o Senhor vai continuar me governando.
Se eu voltar, o Senhor vai ficar me governando, qual é a
diferença?
Para o Senhor nenhuma, mas para mim é muito importante que
eu volte.
Eu só Lhe peço 10 anos.
Eu voltei meus amigos e aqui estou.
Usei vasodilatadores que facilitavam o coração e
arrebentavam a cabeça de dores.
Até que um dia eu
disse:
como eu pedi 10 anos, não vou me gastar com tanto remédio.
Comecei a trabalhar, comecei a me dizer:
vamos corrigir esse
coração.
Estava com 95% de uma
artéria bloqueada, 70% de outra e 35% de outra.
Porque comigo é assim, tudo ou nada, foi logo uma coleção de
bloqueios.
Então, eu comecei a trabalhar e a desbloqueá-las.
Um espírito muito amigo, que dialoga comigo desde quando eu
era muito jovem, aliás não faz muito tempo, ele me disse:
“— Divaldo, tu és tão mesquinho, avaro, insignificante.
Eu disse:
— Muito obrigado, são palavras
estimuladoras, mas por que?
Ele respondeu:
“— Tu pediste a Deus 10 anos, já se
passaram 8, só te faltam 2.
Por que não pediste 50?
” Eu já estava com cinqüenta
e tal, com mais 50 era abusar.
Ele disse:
“— Mas Divaldo a Deus nunca se pede
pouco.
Pede-se muito, porque se Ele estiver de mal humor ele corta a metade.”
Então, ele me contou uma anedota de espírito.
Um espírito chegou-se até Deus e perguntou:
“— Senhor, eu não tenho ideia da eternidade, ajude-me.
Para
que eu conceba a eternidade, 1 trilhão de anos, que tempo representa na
eternidade para vós?”
Deus respondeu:
“— Um segundo.”
Ele perguntou:
“— E 1 trilhão de dólares?”
Deus disse:
“—
Para mim, 1 trilhão de dólares representam 1 centavo.”
A alma disse:
“— Senhor,
então dá-me 1 centavo.”
E Deus respondeu:
“— Espera 1 segundo.”
“Tu deverias pedir a
Deus, Divaldo, 50 anos.”
E eu que tenho a cabeça rápida disse:
Eu pedi 10 anos, foi o
que saiu.
Mas eu pensei viver até o ano 2010, foi o que eu quis dizer.
E como já se passaram 15, Ele leu o meu pensamento
naturalmente.
Eu já estou pensando o que vou dizer em 2008.
Há 1 ano e 8 meses, na série de checkup que faço a cada
semestre, eu estava radicalmente curado e o meu cardiologista, que é um filho
adotivo, disse:
“Tio, o que você fez?”
Eu disse: me recusei a ser cardíaco, eu acho tão enjoado
ficar respirando com dificuldade.
Imagina fazer palestra e “um momentinho que eu vou
respirar”.
Não, eu me recusei, eu amo uma doutrina de otimismo, de
vida, o que não quer dizer que eu vá morrer.
O autoamor, eu descobri que não me amava.
Eu pregava o amor aos outros.
Eu ainda não havia feito uma avaliação, porque eu vinha de
uma doutrina muito castradora, de uma convicção religiosa muito pessimista,
negar o mundo para afirmar Deus, negar-se para entregar-se a Deus.
Não, não está no Evangelho.
Negar o mundo, é não ser mundano, pervertido.
É afirmar o mundo sendo cidadão.
Optar por Deus, é ter Deus dentro, não se pode amar o Deus
de fora se não ama o deus que está em nós.
É necessário que eu primeiro ame o deus que sou, para poder
identificar o Deus no qual estou.
Jesus disse-nos isso:
“Se vós não amais ao que vedes, como amareis aquilo que não
vedes.”
A moderna proposta das terapias alternativas na área da
psicologia transpessoal e na área das doutrinas da autocura e da cura aos
demais, começa no auto amor.
Um amigo disse:
“Será que você não
está divulgando o orgulho, o egoísmo?
Autoamar-se não é ter egoísmo?”
eu disse: Não.
Eu conheço pessoas
que se detestam e são ególatras, amam ao ego, não a si.
O ego é a máscara.
Egoísta é aquele que açambarca para si.
Autoestima e auto amor é aquele que trabalha para ser
melhor.
Para expender luz, é o que põe combustível na chama, para
que ela adquira tonalidades miríficas e possa brilhar.
Essa é a diferença sutil.
Quando eu descobri que não me amava, isto é, muitas vezes me
impunha sacrifícios absolutamente desnecessários.
Era uma reminiscência masoquista.
Deus não é de sofredores, ele ama os sofredores também, mas
é dos triunfadores, sofredores que chegarão lá.
Não é esse Deus dos infelizes, que Castro Alves canta tão
bem no Degredo da África, quando ele fala do Deus dos escravos, dos infelizes,
do navio negreiro.
Mas é o Deus que deseja a nossa plenitude, não é o Deus que
quer que nós soframos.
O sofrimento é opção nossa.
Ele é o enfoque errado que nós adquirimos, porque optamos
por uma atitude menos feliz.
A visão de Deus não é punitiva, é educativa, é reparadora.
Se eu causar um prejuízo a essa casa de espetáculos, importa
aos seus proprietários que o prejuízo seja resgatado, não é importante para
eles quem faça o resgate.
Agora, para mim é importante que eu não fique a dever quem
pague o resgate por mim.
Se um amigo resgatar por mim, eu não poderei dizer que estou
livre, porque meu débito mudou só de mão.
Mas, na hora que eu faça algo a alguém que corresponda em
equivalência àquele valor, eu estou quite com a lei universal.
Por isso que o perdão é bom para quem perdoa, não para quem
é perdoado.
E se a pessoa também não perdoa, problema dela.
Porque o outro se autoperdoa.
O segundo passo é esse: perdoe-se, dê-se o direito de ser
gente, e quem é gente se equivoca.
Tire da cabeça essa ideia de pecado, essa ideia castradora
do mal.
O mal real do ponto de vista filosófico não existe.
O mal é apenas a ausência do bem.
É a sensação desagradável que foi resultado de uma escolha
infeliz, uma escolha negativa.
Agora vamos partir para a segunda etapa, que é o auto
perdão.
Muitos dizem:
“Eu perdoo com muita facilidade, mas não esqueço.”
Não esqueça mesmo, é psicológico.
Porque esquecer é da memória, perdoar é do sentimento, e nem
sempre a memória apaga quando nós queremos.
Perdoar é não desejar o mesmo mal que nos foi feito.
É dar o direito de ser uma pessoa menos feliz e não revidar.
Não é amar tresvairadamente.
Nós vamos começar a nos perdoar, mas perdoar mesmo.
Uma senhora me disse que cometeu 16 abortos, e esperou que
eu tivesse uma reação.
Eu disse assim:
—
Pois não.
— “O senhor não se espanta?”
— Não senhora.
— “Mas por que não?”
— Porque a senhora teve o direito de praticar os 16 abortos.
— “Mas não é um crime?”
— Já é outra coisa, estamos agora no julgamento.
A senhora me contou o crime.
Vamos deixar o julgamento para a sua consciência e a
Divindade.
Tem a sua justificativa, mas a senhora não tem o direito
agora de destruir a vida porque cometeu 16 abortos.
A senhora está viva, não deveria ter feito, mas fez.
Vamos agora tentar reparar os danos que causou.
— “Mas como? Eu não poderei ter 16 filhos na idade em que
estou.”
— A senhora comece procurando algumas crianças que
necessitam estudar e que tem dificuldade, ajude-as.
Ajude familiares menos abastecidos economicamente.
Ajude-se primeiro a si.
Faça uma análise do porque. Já que a senhora sabe que o sexo
leva a conseqüências dessa natureza.
Refaça seus conceitos e comece tudo outra vez.
— “Mas seu Divaldo,
todo mundo me condena.”
— Mas não é
importante que os outros lhe condene, nós nos condenamos reciprocamente por
mecanismos de transferência.
Faz-nos bem condenar os outros. Preocupe-se com o seu estado
de consciência.
O que a senhora sente?
— “Me sinto abjeta.”
— Pois agora comece a sentir-se gente.
Viva plenamente, ame.
Até agora a senhora não amou, a senhora experienciou
manifestações sexuais, e elas deixaram queimaduras morais, tente amar.
— “Senhor Divaldo, estou com câncer uterino. Foram os 16
abortos?”
— Eu conheço muita gente que tem câncer uterino e nunca teve
relacionamento sexual.
Por que temos que fazer logo a culpa e a punição?
Não, é uma incidência natural, porque a senhora tem útero,
se não tivesse útero, teria câncer de outra coisa.
— “Mas o que fazer?”
— Siga a orientação do médico e diga ao seu útero cansado:
desculpe-me meu amigo, vamos recomeçar tudo.
Não é questão de arrepender-se e ficar atormentada, sair de
um conflito, para outro conflito.
Liberte-se do conflito.
A senhora reconhece que não deveria ter feito, ok.
Comece a fazer coisas que a senhora acha que deve e que pode
fazer.
Ela fez uma histerectomia, libertou-se do útero, dos órgãos
anexos, continua uma mulher plena, não morreu.
Mudou de atitude.
Ninguém agora leve para o outro lado que eu sou favorável ao
aborto, não se trata disso.
O aborto é um crime hediondo.
Eu não sou juiz daqueles que abortam.
E a finalidade é psicoterapeutica e não condenatória.
A pessoa tem o direito de fazer da sua vida o que lhe apraz,
e sofrer as conseqüências daquilo que elegeu.
A nossa função é terapêutica, ajudar a pessoa a sair do
conflito, a sair do problema.
Então, eu comecei a trabalhá-la no autoperdão.
Ela me diz: “Eu tenho dificuldade.”
Porque não amou a nenhum desses homens, no dia em que você
amar a um homem e fizer a curva da ternura, vai ver como é possível perdoar-se.
Ela já está com 50 anos.
Não encontrou especificamente um amor, mas ela resolveu amar
e foi muito melhor.
Agora ela ama a muitas pessoas, está muito tranqüila.
E um amigo que é comum e que lhe conhece o conflito, disse:
“Mas Divaldo, não sei como você suporta Dona Fulana, ela é
tão obsidiada.”
E eu perguntei: Como
você sabe?
Ele respondeu:
“Ela é abortista.”
E como você sabe que ela tem obsessores?
“Aqueles que ela matou a estão obsidiando.”
Eu disse:
Curioso, eu nunca vi.
Porque o Deus a quem eu amo, não é aquele que pune com
obsessores, é o que abre a porta para quem deseja redenção.
E confesso que nunca me detive a ver se ela tinha obsessores
ou anjos de luz.
Por que não é importante, o importante é ela ser feliz.
Então, o segundo passo é o perdoe-se.
Se nós no auto amamos,
poderemos amar.
Se nós nos autoperdoamos, poderemos perdoar.
Nessa condição, já estamos fazendo a auto cura, porque
encontraremos a alegria de viver, motivação para viver e teremos o significado
em nossas vidas, que antes eram vazias.
Esse é o período das pessoas vazias.
Pessoas sem significado existencial.
São pessoas queixosas, estão só na superfície, ainda não
entraram, não quiseram ter o desafio de auto penetrar-se.
Na hora que eu começar a entender que tenho o direito de
errar, eu darei esse direito aos meus irmãos que erram.
Porque se eu erro, porque eles não?
Dou-lhes o direito e a vida se me fará muito mais saudável.
O Doutor Norman, teve oportunidade de fazer uma análise, na
Universidade da Califórnia e depois de um estudo cuidadoso, ele observou que os
pacientes terminais que riem, recobram a vida e os que introjetam conflito,
morrem mais rapidamente.
Ao lado de uma médica da mesma Universidade, o Doutor Norman
constatou que o riso jovial, natural e descontraído, proporciona saúde ao
organismo. E passaram eles a experiências científicas.
Tomaram pacientes portadores de AIDS, câncer e outras
doenças degenerativas e colocaram em uma sala, projetando filmes de Charles
Chaplin, dos irmãos Marx, dos Três Patetas e outros.
No começo os pacientes estavam inimigos da vida, mas os
filmes, principalmente, dos irmãos patetas, eram tão estúpidos que provocavam
risos.
E na medida que se foram entregando, terminaram pela opção
do riso.
Terminada a experiência tiveram medida a saliva, e então, se
constatou que naqueles pacientes que haviam sorrido bastante, havia uma alta
dosagem de imunoglobulina.
Uma enzima que imuniza o indivíduo a determinadas infecções.
Pegaram os jovens estudantes UCLA e colocaram numa sala e
projetaram filmes de sexo explícito, de guerra do Vietnã, o célebre Apocalipse
Now.
Quando terminaram, mediram a saliva e eles estavam com grande deficiência
de imunoglobulina.
Alguns já saíram da sala resfriados.
Portanto, suscetíveis a diversas infecções respiratórias.
As experiências foram tão notáveis, que a viúva McDonald,
ofereceu 2 milhões de dólares para que as experiências tivessem prosseguimento.
E o Dr. Norman e a Dra. Bárbara Millan demonstraram para
outros cientistas que adotaram o método, que sorrir faz bem.
O Dr. Berg Single aceitou em sua casa uma paciente.
E depois de três meses, ela despedindo-se, curada do câncer,
disse-lhe:
“Notei uma peculiaridade na sua família e tenho interesse em
relatar.
Notei que é uma família americana normal, que todo mundo briga.
Só que
depois da briga, continuam falando-se naturalmente.
Lá em casa não, quando nós
brigamos, nós mantemos essa situação, as vezes, por semanas.
Ficamos de mal,
aqui não".
E ele anotou:
“Aceitei como um elogio.
Outra pessoa poderia aceitar como
falta de vergonha da família.
Eu aceitei como uma referência otimista, porque
guardar ressentimento é intoxicar-se.
A pessoa que carrega mágoas, carrega lixo
atômico no seu mundo interior.
É claro que vai haver uma explosão, a questão é
de quando haverá essa explosão?”
No autoamor, no autoperdão, surge agora a
auto libertação.
Libertemo-nos da opinião dos outros.
Respeitemo-las, mas não
nos escravizemos.
Mantenhamos o nosso dever social de relacionamento, mas a
opinião das pessoas tem o valor que nós lhes emprestamos.
Na hora em que eu
achar que a opinião de uma pessoa não tem sentido, ela perde totalmente o
sentido.
Na hora que eu achar que ela é muito importante para a minha vida, ela
se torna um algoz da minha existência.
Por que então vou guardar ressentimento
porque alguém falou mal de mim?
Mas é uma maravilha.
As pessoas que vivem do
público, adoram serem mal faladas.
Quanto mais mal faladas, mais vendem.
Nós
temos a tendência de gostar do grotesco.
Aí está a mídia, apresentando o
grotesco.
Atingindo altos índices.
Por que?
Porque nós projetamos a nossa
imagem no grotesco.
É a transferência psicológica.
Vemos fazer o que nós
gostaríamos de fazer e não nos atrevemos.
O nosso grande esforço é para não
fazermos o que é grotesco.
Estamos saindo da fase primária do processo da
evolução, galgando patamares mais elevados, mais nobres.
Patamares superiores e
mais enriquecedores.
Então, a terapia do riso é muito boa e ademais, um técnico
de beleza disse, que a pessoa que ri não envelhece, por causa da
imunoglobulina.
Não faz pé de galinha, é a melhor massagem, porque o músculo
risório foi feito para mover-se e quando nós o contraímos, nós matamos a
vitalidade de algumas células que deixam sulcos.
A grande proposta do curar-se,
é remontar as causas para diluir os efeitos.
Não adianta manter causas e
trabalhar nos efeitos, porque eles irão sucedendo-se na razão direta da sua
própria causalidade.
Somente a partir da autocura é que nós podemos pensar em
curar os outros.
No Evangelho Segundo o Espiritismo, sem nenhuma tendência
doutrinária, nem nenhum objetivo doutrinal, há uma frase admirável dentre
outras, em que é feita essa proposta:
Médico, cura-te a ti mesmo.
Nós sempre
falamos do contágio da doença, porque não falamos do contágio da saúde.
Já
notaram o quanto é saudável conviver com pessoas saudáveis.
O quanto é agradável
conviver com pessoas otimistas.
O quanto faz bem estarmos ao lado de pessoas
que são comunicativas.
As vezes dizemos:
Eu gosto tanto de Fulano, não sei por
que?
Porque nos dá uma mensagem de encantamento.
Não é necessário que a
mensagem esteja rotulada, direcionada.
A violeta escondida exala perfume no ar
e todos a sentem, mesmo sem a ver.
Como diz Joanna de Ângelis, tudo começa no
pensamento.
Toda vez que vir o pensamento negativo, já que você não pode viver
sem pensar, mude para um pensamento positivo.
Já que é pensar, pensa coisa boa.
Eu fiz um seminário para 1900 pessoas num imenso salão e fiz uma visualização
terapêutica.
Ao terminar, fiz uma avaliação.
A proposta era recordar de um
momento feliz de sua vida.
E na avaliação, perguntei se alguém por acaso, não
conseguiu recordar-se de um momento feliz.
Levantou-se uma senhora da minha
idade e disse que não conseguiu.
Eu olhei para ela e com olho clínico calculei
que era minha contemporânea.
E perguntei:
— Por que não?
— “Porque nunca tive
um momento feliz na minha vida.”
— A senhora é uma dama muito bonita, deve ter sido uma
jovem bem atraente.
A senhora namorou?
— “Oh!!!”
— Então a senhora teve muitos
momentos felizes.
— “O senhor precisava ver as buchas que eu namorei.”
— Mas a
senhora casou?
— “Ah! Sim, eu me casei.”
— Então a senhora teve um momento
feliz.
— “Senhor Divaldo, eu descobri depois que ele era um alcoólatra.”
— A
senhora se tornou mãe?
— “Sim, duas vezes.”
— O pós-parto produz uma reação
fisiológica de bem estar.
Todo mundo dorme, até os maridos.
Porque há um relax.
A senhora teve dois momentos plenificadores, fisiopsicológico.
— “O senhor
precisa ver os filhos que eu tenho. Um é isso e o outro é aquilo.”
— A senhora
já notou que só se fixou no depois e não no durante?
Que é uma tendência
masoquista para ser infeliz.
A senhora quer que eu tenha pena da senhora, não
tenho.
É detestável ter pena.
Mas há pessoas que adoram.
Já vem com ar de
quarta-feira de cinzas.
Eu tinha uma colega, que já chegava e me perguntava
como eu a estava vendo hoje.
Eu dizia:
ótima.
— “Mas Divaldo eu estou tão
acabada.”
Vamos ver se meu otimismo vence a criatura.
Três, quatro meses
depois, ela me pegou no dia errado, era eu que não estava bem.
Quando foi
chegando e me perguntou:
“E então?” e disse: Está horrorosa.
Imagina se alguém
vai namorar com uma coisa dessa.
Ela disse:
“Ave Maria você não está nada bem.”
Ficou boa.
Nunca mais me perguntou.
Tratamento de choque.
Quando ela chegava me
olhava já dizia:
“Estou ótima.”
Nós temos o mal verso de cultivar as coisas
negativas, para inspirarmos compaixão. Complexo de inferioridade.
Achamos que
não somos capazes de inspirar amor.
Todos somos capazes de inspirar amor,
talvez não da pessoa que nós amemos.
Ela não é obrigada a me amar, ela tem esse
direito.
Ela por sua vez vai amar a outra, que não a ama.
Que vai amar a outro
que não o ama, que vai amar alguém que não a ama.
Até um dia que aparece uma
coisa e diz assim:
“Eu te amo.”
A gente olha, não era exatamente o que a gente
queria, mas numa época de jejum, qualquer coisa serve.
A gente diz assim:
Até
que é engraçadinho.
E vai descobrir depois que é o amor da nossa vida.
Aquele
ser encantador é projeção da imagem.
A maioria de nós se casa, adquire
parceiro, personalidade, personagem, que projetam exatamente o que não são.
A
gente se apaixona pela imagem.
Hoje é tão comum:
“Olha meu bem, até logo,
porque acabou o amor.”
Como se o amor fosse uma água gotejando e acaba.
É que a
pessoa estava entusiasmada pela imagem.
A imagem perdeu o seu brilho porque
revelou-se.
Porque se revelou a pessoa, e a gente não gosta da pessoa, gostava
da aparência, é natural.
Vamos inspirar amor.
Todos inspiramos amor. nós não
sabemos quantas pessoas tímidas nos amam e gostariam de nos dizer.
Como pesa
essa frase: Eu te amo.
E se diz invariavelmente quando não se ama, quando se
quer conquistar.
Quando estão em jogo determinados interesses sexuais, os
chamados jogos dos prazeres.
Porque, quando é realmente essa plenitude, a
pessoa tem dificuldade de dizer.
Nem timidez nem acanhamento, não, tem
dificuldade, porque é tão profundo.
Eu conheci em Zurique, num hospital de
aidéticos, um casal que mais me impressionou.
Foi terapia para uma sexóloga,
que tinha conflitos na área do comportamento sexual.
Eu lhe recomendei que
visitasse o casal.
Eu os adotei há 4 anos como meus afilhados.
Ela tem 25 anos,
ele tem 24 anos.
Ela era soro positivo e ele não sabia.
Tiveram um
relacionamento, ele se contaminou.
Quando ela teve uma doença parasitária e a
enfermidade estava em desenvolvimento, ele foi fazer o exame e deu soro
positivo.
O choque, creio, desenvolveu a doença.
Eles foram internados na mesma
clínica, no mesmo apartamento.
O que mais me comoveu, nos muitos diálogos que
mantive com ele, através de intérprete, porque eles são de língua alemã suiça,
foi o amor que eles se tem.
Eu perguntei ao rapaz se ele não ficou magoado por ela ter contaminado
você?
Ele respondeu:
“— Mas ela não sabia.”
Olha o amor, como tem uma visão
bonita.
E eu perguntei a moça:
E você não ficou em conflito por ter sido
instrumento de contágio para ele?
Ela respondeu:
“— No começo sim, mas eu não
tive culpa.”
Uma proposta psicológica: ninguém faça consciência de culpa.
Ninguém
tem culpa de nada.
A nova proposta psicoterapêutica: eu sou responsável, não
culpado.
A palavra é muito importante.
Eu sou responsável por este sucesso, mas
não são culpado pelo insucesso.
Quando eu sou responsável, eu me reabilito.
Quando sou culpado, me auto-puno.
Não tenho o direito de punir a mim mesmo.
Eu
perguntei a ele:
— Dizem-me que as pessoas portadoras do HIV, em determinados
períodos, tem muito estímulo sexual.
Vocês que tinham um relacionamento
bastante jovem, agora que vivem no mesmo quarto com toda liberdade, como vamos
de relacionamento?
Ele ergueu o sobrolho, quase me censurando e disse:
“— Qual
o relacionamento?”
Eu disse:
— O relacionamento mais intimo, vocês são tão
jovens.
Ele disse:
“— A gente quase não lembra.”
Eu disse:
— Por que não?
Ele
respondeu:
“— Porque a gente se ama.
Porque quando se ama, as vezes nem é
necessário, porque amar é um momento de busca de plenitude, e o jogo sexual, é
o momento de busca de sensação, que pode ou não levar a plenitude.”
Então,
quando a gente não se ama, a gente tem desejo.
Quando a gente ama, temos
emoções elevadas.
Eu perguntei para ele:
— Ela está muito mal, se ela morrer
agora, como é que você vai se sentir?
— “Eu vou me sentir como se tivesse
perdido ¾ partes de mim mesmo.”
— Mas por que, meu filho?
— “Porque não sei
como preencher o seu vazio.”
Eu lhe contei, que um psiquiatra materialista me
deu esta resposta.
Ele disse:
“Os senhores espiritualistas têm como consolar.
Mas eu que só aceito o quimismo cerebral, quando se dá a anoxia, morreu o ser.
Quando alguém chega e diz:
perdi meu filho, meu marido, o ser que eu mais
amava.
Eu não tenho que dizer: espere, vai haver o reencontro, estão vivos.
Eu
pergunto:
quanto tempo de convivência você fruiu desse amor?
por quanto tempo?
“
— Ah! por 20 anos.”
Então, você tem 20 anos de presença, não deixe que a
ausência esvazie seu sentimento.
A senhora teve momentos de felicidade
incomparáveis , mas resolveu eleger os momentos de felicidade para inspirar
compaixão.
Olhei para aqueles dois corpos, quase cadaverizados.
Falei-lhes da
imortalidade da alma, vi familiares ao lado deles.
Há 4 anos que os visito,
desta última vez, no mês de maio, ela me disse:
me abençoe que vou viajar.
Eu
disse:
minha filha, abençoa-te a ti mesma.
Tu te abençoas com a nobreza do teu
coração.
Ninguém abençoa a ninguém, ninguém maldiz a ninguém, são palavras.
Se
nós as aceitarmos, terão ressonância e essa ressonância perturba-nos, fazendo
com que se instale conflitos e doenças.
Mas, tu que te amas, já és abençoada.
Eu suplico a Deus que te receba em jubilo como tu mereces.
No mês de junho ela
partiu.
Ele me descreveu:
e agora preencherei a sua ausência com as lembranças
da sua presença.
Mas, este é um fenômeno natural.
A morte é inevitável por mais
longa que seja a vida.
Quando nós adquirimos esta postura de curar, nós
poderemos curar.
Porque nós irradiaremos.
Um toque de mão, quantas vezes
encontramos uma pessoa na rua e saudamos: que bom ter encontrado você.
E saímos
renovados.
Foi uma cura, alguém que nos irradiou uma energia poderosa.
Uma
Universidade em Montreal, Canadá, realizou uma experiência monumental sobre
essa irradiação que temos.
Pegaram água do mar e colocaram no vaso com uma boca
larga, água potável e água contaminada.
Pegaram sementes que ao contato com
água do mar perdem a faculdade de germinação.
Colocaram 5 no vaso com água
salgada, com água potável e com água contaminada.
Depois plantaram as sementes
em tabuleiros.
As que vieram da água salgada não germinaram, da água potável
germinaram, da água infeccionada não germinaram.
Aí estava a evidência
científica de que uma água contaminada mata o princípio vegetativo.
E a água do
mar também matava o princípio vegetativo.
Repetiram a experiência, mas
colocaram um indivíduo saudável para magnetizar a água salgada.
Pegaram um indivíduo
com manifestações esquizofrênicas, para que magnetizasse a água potável e pegaram um
indivíduo com faculdade curadora para que magnetizasse a água contaminada.
Plantaram as sementes.
Como não se esperava, a água salgada que recebeu o
magnetismo, repetiu todas as sementes.
A água potável que recebeu a energia
esquizofrênica, não permitiu que nascesse uma semente.
A água contaminada que
havia sido magnetizada por um curador, todas as sementes germinaram.
Estava a
prova científica de que o indivíduo irradia a energia que lhe é peculiar.
A
experiência foi repetida 5 mil vezes.
E nas 5 mil vezes, os dados estatísticos
foi que uma energia saudável pode mudar o campo vibratório de algo, alguém, que
sejam portadores de um desequilíbrio de qualquer natureza.
Como a energia
deletéria pode desarticular o campo vibratório de uma pessoa saudável.
Quando
nós somos bombardeados por uma pessoa pessimista, uma pessoa reclamadora e não
temos resistência, nós entramos na dela.
Daí a pouco a gente se irrita e fica
pior que ele.
Ter compaixão.
A compaixão é um sentido altruísta.
É considerar a
pessoa como menos boa, ainda no patamar menos feliz e para que ela saia daquela
faixa perturbadora.
A compaixão no sentido budista, tem outra interpretação.
Tudo o que você fizer, faça com paixão, com ideal, com entrega.
Realize esse
sentimento com desejo de ajudar esta pessoa recalcitrante, dissolvente,
desgastante e perturbadora.
Então, você conseguirá ser um curador natural.
Não
é necessário usar talismã, usar isto ou aquilo, que são artifícios de indução
sugestiva.
Não é o talismã que cura, é a energia sugestiva que o talismã leva.
Se dissermos:
coloque isso no bolso que não vai acontecer mais nada.
Essa
indução vai estimular as nossas enzimas para defender-nos, é o medicamento
placebo.
Berg Single e os grandes terapeutas desta área, fizeram experiências
com pessoas com insônia.
Pegaram o medicamento placebo e disseram:
com este,
temos a certeza que vai perder a consciência, porque nunca falhou.
E a pessoa
antes de tomar, já ia ficando condicionada, dormia profundamente.
E pegavam as
vezes hipnóticos e diziam:
eu não sei se vai fazer efeito.
A pessoa tomava e
ficava excitada.
É a alo indução.
A auto indução é muito mais favorável.
A
pessoa vai conjugar bem os verbos ser e estar.
Eu não sou doente, eu estou
doente.
Quem é, estruturalmente não tem jeito, quem está, condicionalmente, se
encontra em trânsito.
Nós vamos passar a dizer:
eu estou doente, estou com uma
infecção, um transtorno.
Vivemos a época dos transtornos neuróticos.
70% das
criaturas estivemos, estamos ou iremos estar com depressão.
Um estatístico
americano disse que em cada 10 cidadãos americanos, 7 são depressivos.
A
depressão é um transtorno e eventualmente, pode ser uma doença mais profunda,
um distúrbio com caráter psicótico mais profundo, é um transtorno neurótico.
Esse estado crepuscular que periodicamente nos abate, é saudável.
Porque uma
vida psicologicamente saudável, não é essa linha reta, monótona.
É uma linha
sinuosa, em que o medial é o equilíbrio.
Nós teremos piques para a exaltação e
teremos os decessos para a depressão.
Mas, quando nós começamos a negar-nos a
alegria.
E consideramo-nos como portadores do distúrbio, então aí, o nosso
caráter de neuropepitídeos mudam e nós passamos a absorver muitas enzimas
perturbadoras e necessitamos de terapia médica.
As várias escolas aí estão para
atender a variedade de distúrbios.
É muito comum encontrarmos nas doutrinas
religiosas da paranormalidade, no mediunismo, na umbanda, na quimbanda, no
espiritismo, na teosofia e noutras doutrinas e agora no holismo, uma maneira
simplista de examinar questões profundas.
Alguém está com depressão e eu digo:
é depressão.
Essa depressão é obsessiva.
Há interferências de agentes do mundo
espiritual, mas o campo vibratório é nosso.
Para que essa luz mande sua
mensagem, o plugue está na tomada.
Neste instante aqui, me retiraram todos os
aparelhos e claro, eu não me pude comunicar.
Se nós nos tornamos receptivos
porque caímos vibratoriamente, por erros destas, como de existências transatas,
de vidas passadas, atraímos àqueles a quem prejudicamos e que nos perturbam.
Mesmo neste caso, a terapia médica é relevante.
O conselho do psicólogo, a
terapia do psiquiatra, de acordo com o caso.
A análise do psicanalista, a ajuda
do grupo, porque as vezes, não temos resistência para sós.
Terapia de vidas
passadas com uma pessoa credenciada, que haja feito o curso médico, ou psicológico, ou psicanalítico
e haja feito um curso de pós-graduação de terapias de vidas passadas.
Não é
para que médiuns, presidente de grupos façam.
Entrar no nosso inconsciente é
uma viagem muito delicada.
Jung dizia que a visão de um iceberg, são apenas 5%
que estão a vista, é a nossa consciência, mas 95 % submersos são o nosso
inconsciente.
Freud exagerava um pouco mais, ou dizia mais verdade.
O nosso
inconsciente pode ser considerado o Oceano pacífico e a nossa consciência uma
casca de noz.
Ainda temos muito que conquistar.
Não se entreguem a pessoas
inaptas.
Resguardem sua saúde mental, não se deixe influenciar por pessoas que
se comprazem em prognósticos trágicos, em médiuns, em religiosos do fim do
mundo.
Tem pessoas que só vêem o lado negativo.
Se alguém está com uma
perturbação obsessiva, a terapia não vai piorar-lhe o estado.
Mude de atitude
mental, desplugue a energia perturbadora e você melhora.
Erga-se, a vibração
debaixo não me alcança.
O problema não é de obsessores, é de sermos um obsessor
encarnado, de sermos um espírito atribulado.
Mude de pensamento, pense no bem.
A medida que você pensar no bem, o bem lhe fará bem.
Há sim, obsessões
lamentáveis que produzem estados patológicos.
Allan Kardec estudou com
sutileza, Livro dos Médiuns, capítulo 23.
Nem toda obsessão é obsessão.
Muitas
vezes é loucura.
Mas nem toda loucura é loucura, invariavelmente, é uma
obsessão.
Os sanatórios têm mais obsidiados no tempo de Kardec, do que de
loucos no nosso tempo.
A depressão pode ser mudada com a disposição do
paciente.
Se ele alegar:
Ah! não tenho forças.
Sabemos que essas enzimas
deprimem, mudam o campo, mas comece a olhar o desabrochar de uma flor, abra a
janela da sua casa.
Os hospitais mundiais constataram, que no quarto que tem
uma janela para o jardim, o doente fica melhor mais rapidamente.
Os quartos sem
janelas, os doentes deprimem.
A depressão, de acordo com o seu nível, necessita
de um tratamento especializado.
Devemos procurar os nossos psico-terapeutas,
psicólogos, psiquiatras, quando estivermos saudáveis.
Se convencionou,
principalmente no Brasil, que quem vai falar com o psicólogo, psicanalista,
psiquiatra não está muito bem da bola.
Eu queria saber nesse país quem é que
anda bem.
E se alguém disser:
pois eu ando.
Transtorno neurótico de perfeição,
mania de ser melhor do que os outros.
Todos nós temos nossos transtornos
neuróticos.
As vezes estamos deitados e pensamos: será que eu fechei a porta?
Levanta e vai olhar. Já é um transtorno neurótico.
Está com o óculos na testa e
procura o óculos em todo lugar, transtorno neurótico.
A depressão é um
transtorno psicótico maníaco depressivo.
Tem vários fatores endógenos e
exógenos.
Mas o ser profundo que somos e o corpo que estamos, pode trabalhar
para restaurar o equilíbrio dos neuropepitídeos.
Chico Xavier adoeceu e fez um
transtorno psicótico depressivo.
Seu guia espiritual disse:
“A tua saúde vai
depender de uma frase com três palavras.
Toma de uma cartolina e escreve.
Coloca aos pés da cama.
Todas as vezes que despertares ou ao deitar tu verás e
isso vai te ajudar.
A frase diz:
Isto também passa.
Tudo passa, isto também
passa.
E ao considerar que isso também passa, já passou.
Então, harmoniza-te.
Diga as pessoas que por acaso aqui estejam com transtorno psicótico maníaco
depressivo, profundo ou superficial, que na raiz do distúrbio está também o seu
autodesamor.
A sua não aceitação.
Aceite-se.”
No binômio saúde-doença, ame-se,
perdoe-se, adquira razão de viver e doe-se.
Quando visitar alguém, não lamente
com o doente.
Quando ele começar a lamentação, dei-lhe 10 minutos no máximo,
não dê mais.
E diga assim:
— Mas eu esperava encontrar você pior.
— “Mas eu
estou morrendo.”
— Pois é, eu vim certo que você já estava morto.
Mas ainda não
morreu, e já que não morreu, vamos conversar.
Minha mãe na hora em que eu
cheguei disse: “
— É hoje que eu vou morrer meu filho?”
Eu disse: — Não, não
sei.
— “Mas meu filho
você nunca me visitou às 5 horas da manhã.
Os espíritos disseram que é hoje?”
—
Disseram sim senhora.
— “Então sente aí, eu não estou sentindo nada.
Enquanto a
morte não chega, vamos conversar.”
Nós conversamos até que a morte chegou.
Quando a morte chegou ela fez um coma, depois voltou do coma e disse:
“Meu
filho, é verdade, até logo.”
E morreu, foi numa boa, alegre com a vida.
Um
paciente chega ao Dr. Bern Single com metástase generalizada e pedi-lhe para
ele que se encarregue do caso.
Ele estuda o caso, anamnese, estudos
complementares e diz que a possibilidade de vida é mínima.
E o paciente diz:
—
“Sim doutor, é mínima, mas não acabou.
Eu estou vivendo.
Gostaria de saber do
senhor se terei uma probabilidade, uma em 100?”
— Não, estatisticamente você
não tem.
— “Em 1000?”
— Olha, eu lamento muito, eu nunca desanimo, mas não vou
lhe mentir, não tem.
— “Em 10.000?”
— Não vejo.
Aqui pelo seu quadro, como você
está se sentindo, é uma questão de um momento.
— “Dr., em 500.000
possibilidades eu terei uma?”
— Sim.
— “Então, trate-me.
Porque dos 500.000
cancerosos, eu sou aquele que vai ficar bom, eu sou a exceção.”
Então o doutor
percebeu que ele era a exceção, que queria ficar bom.
Trabalhou
psicologicamente com ele.
Começou a ajudá-lo a recuperar o mundo interior.
Seis
meses depois o homem não tinha morrido.
Quatro anos depois o homem está vivo.
Essa interação mente-corpo depende do espírito que somos.
Como mensagem final
nós recomendaríamos:
Ame-se para poder amar.
Perdoe-se para melhor perdoar.
Encontre o significado da vida, seja qual for, para poder ser feliz.
Acima de
tudo, aceite-se como você é.
Aceite a doença.
Não se rebele, acontece com todos
nós.
Mas, não se resigne como mártir, porque ela vai acelerar.
Diga: Olá
querida, você é bem vinda, mas não é amada por enquanto.
Eu lhe dou hospedagem
por um tempo, mas como todo hóspede, você tem que ir embora.
Você é alguém que
está em curso como eu, na probabilidade de acontecer.
Deixa acontecer, não se
rebele, nem se submeta.
E vai descobrir que vale a pena viver.
Aquela moça
paralítica, a Eve, não planejava coisa para daqui há 10 anos, ela planejava os
10 próximos minutos.
Façamos nosso planos mediatos, mas vivamos plenamente o
agora.
FRANCO, Divaldo Pereira . Cura e Autocura Palestra proferida por Divaldo Pereira Franco
Setembro de 1998 – Teatro Vannucci no 14º ENCONTRO ESPÍRITA SOBRE MEDICINA
ESPIRITUAL - 2003 . Disponível em http://www.espiritualidades.com.br/Artigos/F_autores/FRANCO_Divaldo_tit_Cura_e_Autocura.pdf. Acesso : 20 ABR 2015.
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