75-O LUAR
Casimiro Cunha
Nas bênçãos de paz da noite, talvez a maior beleza seja o luar que se espalha na vida da Natureza o campo dorme em silêncio, e o luar na estrada em flor distribui com toda a planta o orvalho confortador.
Do céu alto manda brisas alegres e perfumadas beijar as folhas mais pobres, tristonhas e abandonadas.
Por todo o lugar desdobra sua luz aberta em palmas, afagando as esperanças do divino amor das almas.
Em toda parte onde exista o anseio de um coração, ensina o carinho amigo do alfabeto da afeição.
Desde os tempos mais remotos, o luar, pelas estradas, foi tido como padrinho das almas enamoradas.
Ao nosso ver, todavia, nas grandes lições do mundo, sua imagem representa simbolismo mais profundo.
Sua luz mantém na noite a mais nobre das disputas, não cedendo à treva espessa as posses absolutas.
Entre os homens deste mundo, o mal, o crime e o ateísmo tudo ensombram provocando a noite de um grande abismo.
Mas a esperança resiste e acende na noite imensa.
A luz clara e generosa do eterno luar da crença.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 75, p.76.