Por você mesmo
Momento Espírita
No contexto da existência imortal, o nascimento e a morte do corpo são fenômenos que se repetem incontáveis vezes.
Quanto à chegada nos berços do mundo, sabe-se o que ordinariamente envolve.
Entretanto, a criatura humana costuma se indagar a respeito de como será sua chegada no plano espiritual.
Por intermédio do fenômeno mediúnico, não faltam relatos a respeito dessa marcante ocorrência.
Conforme a grandeza íntima de quem desencarna, o evento se modifica.
Há os transes angustiosos e os extremamente felizes.
Contudo, em se tratando de Espíritos razoavelmente equilibrados, há um fenômeno um tanto comum.
Muitas vezes, eles são cercados por manifestações do mais puro amor.
Antigos afetos, que o tempo talvez tenha até riscado da memória, ressurgem de improviso.
Amigos, a quem supunham ter prestado pequenos serviços, repontam nesse dia novo, de braços abertos.
Sorrisos espontâneos, por flores de carinho, desabrocham em semblantes luminosos.
Quase sempre, contudo, quem chega se reconhece, nesse festival de pura alegria, como ser obscuro e endividado.
Quanto mais a bondade fulgura em torno, mais ele sente o peso da frustração.
Tem o peito à semelhança de violino quebrado, que não consegue acompanhar a harmonia de júbilo que o rodeia.
Entre a alegria de muitos pelo reencontro, deseja chorar em profundo arrependimento.
Lamenta as lutas recusadas e as oportunidades perdidas.
Deplora a passada rebeldia, ante os apelos do bem.
É que essas lutas benditas lhe teriam granjeado merecimento e luz íntima.
Lamenta também a fuga deliberada aos testemunhos de humildade, que o teriam renovado de modo definitivo.
Percebe-se amparado por indizíveis exaltações de claridade e ternura.
Contudo, por dentro, carrega remorso e necessidade de renovação.
E, por reconhecer que pouco lutou e evoluiu, suplica o retorno a um corpo de carne pois sonha com a redenção e a consciência tranquila, as quais demandam aquisições de experiência e valor.
* * *
Se você chora em suas lutas do dia a dia, pense bem antes de reclamar.
Perceba o valor da experiência que o dilapida com vistas a uma felicidade perene.
Entenda as dificuldades por desafios e as decepções por bênçãos.
Elas impedem que você se perca em fantasias e loucuras, em detrimento de seu objetivo real.
Abençoe o pranto que lava os escaninhos do seu ser.
Execute com paciência o trabalho que a vida lhe pede.
Um dia, os companheiros que o precederam na jornada de luz estarão com você em preces de triunfo.
Viva de modo a merecer estar com eles, livre e vitorioso!
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 49, do livro Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Disponível em www.momento.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
“Deixe aqui um comentário”