23 Desforço
Joanna de Ângelis
Fere,
profundamente, o sentimento e a razão, a injustiça.
Magoa,
sem dúvida, a agressão injustificável.
A
rede das maldades, quando envolve alguém, asfixia-o e aflige-o.
São
muitos os fatores e acontecimentos que surgem à frente, obstaculizando
a tua marcha.
Não
o deplores, nem revides deixando-te empolgar pelo anseio do
desforço.
*
Os
outros, os infelicitadores, já são infelizes sem que lhes aumentes
a carga de desar com os revides e a vingança, tão covardes e
insensatos quanto as más ações danosas.
Certamente,
não mereces muitas dessas dores, pelo menos na atual
conjuntura e na forma como te alcançam...
Sem
embargo, não és viajor de primeira experiência, incurso num
passado que te serve de base para o presente.
Como
deves lutar para modificar, nas causas, os efeitos perniciosos que
afetam a muitas outras criaturas, não te é lícita a ação ignóbil
de vingança.
Só
os homens de pequeno porte moral se desforçam, tombando em
fosso mais profundo do que aquele em que se encontra o seu
perseguidor.
*
Se
desculpas o acusador, és melhor do que ele.
Se
perdoas o inimigo, te encontras em mais feliz situação do que
a dele.
Se
ajudas a quem te fere, seja por qual motivo for, lograste ser
um homem de bem, um verdadeiro cristão.
Desforço,
jamais!
FRANCO,
Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Episódios Diários.Cap. 23, p.
44-45.
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