A Ciência Comprova – Fazer O Bem
Faz Bem
Lúcia Moysés
"Fazer o bem faz bem!”.
Esta
frase, que poderia perfeitamente ser atribuída a um espírita, é o título de um
artigo sobre os avanços das neurociências.
Com o advento dos exames de
neuroimagem, os pesquisadores dessas áreas estão conseguindo desvendar os
segredos do cérebro.
Muitos dos seus estudos não estão mais restritos aos meios
científicos.
Pelo interesse que despertam, estão chegando ao público leigo por
meio de livros, revistas, vídeos e artigos na internet.
Foi assim que tomamos
conhecimento de alguns avanços dessa área que, ao serem cotejados com
ensinamentos cristãos espíritas, mostram perfeita sintonia.
Tal é o caso dos
benefícios advindos da ação no bem.
Dois neurologistas brasileiros,
atualmente trabalhando no Rio de Janeiro, mas que há algum tempo desenvolviam
pesquisas nos Estados Unidos – Dr. Ricardo de Oliveira Souza e Dr. Jorge Moll
Neto –, realizaram um experimento bastante interessante, tentando descobrir o
que acontece no cérebro de quem se dispõe a ajudar o próximo.
Do ponto de vista
metodológico, o experimento consistiu, basicamente, em submeter 19 voluntários,
estudantes universitários, a exames de ressonância magnética funcional enquanto
realizavam uma tarefa determinada pelos pesquisadores.
Antes do exame, os voluntários
receberam U$128,00 e a explicação que essa quantia poderia ser doada a determinadas
instituições beneficentes apoiadas pelo Fundo das Nações Unidas, e que o saldo
(ou todo o dinheiro, caso quisessem), poderia ser embolsado pelo participante.
Em seguida, receberam explicações sobre as ações desenvolvidas pelas referidas
instituições.
Durante o exame, em intervalos de
sete segundos, em um telão eram projetados os nomes dessas instituições (40, ao
todo) e os voluntários teriam que decidir se queriam fazer doações no valor de
cinco dólares para cada uma delas ou ficar com o dinheiro.
Os resultados mostraram uma
intensa ativação do sistema de recompensa do cérebro sempre que o voluntário
decidia reter o dinheiro para si.
Ou seja, ganhar dinheiro gera prazer.
Um dado
inesperado, no entanto, surgiu quando se observou os exames dos que resolveram
fazer doações para as referidas instituições.
Além do sistema de recompensa,
outra área do cérebro também fora ativada, o córtex pré-frontal, no qual se
situam os sentimentos de empatia e que entra em ação quando nos ligamos
afetivamente a alguém ou quando praticamos uma caridade.
Ou seja, o ato de doar gerou
prazer e esse veio acompanhado de um sentimento de solidariedade para com
aquelas pessoas atendidas pelas instituições beneficentes.
Esse resultado permitiu aos
pesquisadores inferirem que fazer o bem traz sensações prazerosas àquele que o
faz, sensação acrescida de um sentimento positivo: a empatia para com o
beneficiado.
Ou seja, há uma recompensa ao
praticar o bem.
O corpo confere, através de mecanismos internos automáticos, um
prêmio àquele que o praticou.
Ganha quem recebe e ganha quem pratica o bem.
Pode-se enquadrar essa reação do corpo como um processo homeostático.
De forma automática e
inconsciente, todos os organismos vivos nascem com dispositivos que solucionam
automaticamente, sem qualquer raciocínio prévio, os problemas básicos da vida
com a finalidade precípua de garantir a manutenção da vida e promover o
bem-estar.
Nisso consiste a homeostasia.
Refletindo acerca dos resultados
da pesquisa, nos indagamos se Deus não teria permitido que, ao longo da
evolução, o homem desenvolvesse esse mecanismo compensatório a fim de que
florescesse inicialmente como grupo e, a partir daí, se expandisse até chegar à
atual configuração da sociedade humana.
É certo que o homem primitivo só
conseguiu sobreviver porque pode contar com a ajuda dos que lhe estavam
próximos.
Tantos e tão perigosos eram os desafios que enfrentavam no dia a dia,
que agrupar-se e prestar colaboração recíproca foram os únicos caminhos
possíveis para a manutenção da própria vida.
Então, a recompensa interna seria
uma forma de motivá-lo a continuar ajudando o seu próximo.
Não nos parece de todo absurdo
pensar que as ativações cerebrais resultantes da boa ação sejam processos
homeostáticos que, apesar de inconscientes, passaram a ter uma profunda função
social.
Portanto, ajudar ao próximo,
praticando a caridade, tal como preconiza a Doutrina Espírita, corroborando a
máxima cristã, está na nossa própria natureza, faz parte do ser humano.
A rigor, como já temos uma
recompensa interna, não seria necessário esperarmos por qualquer recompensa
externa para tal prática.
Deveríamos nos contentar com a alegria dela
decorrente, a verdadeira alegria cristã de que nos fala André Luiz:
“Atenda ao
bem pela alegria de servir, sem cobrar tributos de gratidão”.
Fonte
MOYSÉS, Lúcia. A ciência comprova- fazer o bem faz bem.SEI – Serviço Espírita de
informações – boletim número 2.172.
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