Reclamações e Queixas
Joanna de Ângelis
Lenta,
mas, sistematicamente, vai-se arraigando na personalidade do
homem o hábito infeliz da queixa e da reclamação.
Insubordinado,
em razão da predominância dos próprios instintos agressivos,
o indivíduo sempre encontra motivos para apresentar- se
insatisfeito.
Saúde
ou doença, trabalho ou desemprego, alegria ou tristeza, calor
ou frio, servem-lhe sempre de pretexto para queixar-se, para reclamar...
Instala-se,
esse vício, fixando-se no comportamento, que se torna
azedo e desagradável, ao tempo em que fomenta distonias íntimas,
neuroses, abrindo campo para que se originem diversas enfermidades.
O
queixoso padece de hipertrofia da esperança e do otimismo.
Atrai
a desdita e sintoniza com amargura, passando a sofrer aquilo
de que aparenta desejar libertar-se.
Para
quem deseja encontrar, nunca faltam motivos de queixas e
reclamações.
*
Estabelece,
no teu cotidiano, o compromisso de solucionar dificuldades, ao
invés de gerá-las, ou complicá-las quando se te apresentem.
Silencia
o queixoso, propondo-lhe fazer o melhor que lhe esteja ao
alcance em detrimento do tempo perdido em reclamações.
O
azedume responde pela idéia malsã de tudo ver de forma negativa,
engendrando mecanismos de falso martirológio.
O
queixoso, normalmente, gosta da indolência e se compraz no
pessimismo.
Põe
sol e beleza nas tuas paisagens, passando de uma para outra área
de ação sem o fardo do mau humor, efeito de algo desagradável que
por acaso tenha-te acontecido na anterior.
Quem
sabe confiar e trabalha, sempre alcança a meta que busca.
Divaldo
Pereira Franco - Episódios Diários - Pelo Espírito Joanna de Ângelis p. 70-71.
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