A
SERPENTE INVISÍVEL
Emmanuel
No campo do serviço cristão, mesmo nos arraiais do
Espiritismo Evangélico, tudo é alegria e esperança enquanto há céu azul.
Diante do sol reconfortante e amigo, é doce a expectativa,
em torno do futuro, e sob o pálio estrelado da noite tranqüila é mais belo
sonhar com a vida noutros mundos.
Então, os aprendizes são firmes na confiança e seguros nas
promessas.
A natureza se faz o trono de Deus, a expressar-se em
prodígios de sabedoria e as criaturas são almas irmãs em demonstrações
recíprocas de entendimento e de amor.
Entretanto, quando as nuvens se adensam no horizonte e a
tormenta desaba, eis que as disposições do crente se modificam.
A preguiça – serpe invisível a se nos ocultar renitente, nas
próprias almas exterioriza-se de imediato, através de máscaras diversas.
Ante o fascínio da desculpa incondicional às ofensas
alheias, paralisa-se-nos coração, a sugerir em forma de dignidade ferida:
Impossível esquecer.
À frente do trabalho árduo no socorro às necessidades humanas,
nosso próprio espírito enverga a túnica de pretensa humildade confundido:
Quem sou eu para auxiliar?! ...
Sou um poço de vermes, um vaso de imperfeições!
Perante os difíceis testemunhos de paciência, costumamos
exibir suposta superioridade moral e afirmarmos peremptórios:
Não alcancei a santidade!
Agora não posso mais...
Renteando com a luta aflitiva, em favor dos companheiros infelizes, junto aos quais a vida nos pede recapitulação de atitudes e ensinamentos, adotamos imaginária fadiga e gritamos sem razão:
Fiz o que pude!
Que outros agora venham à liça para a cooperação fraternal.
Diante da prestação de serviço urgente ao próximo,
habituamo-nos freqüentemente a esposar preocupações falsas no tempo e alegamos
petulantes:
Amanhã! Amanhã cuidaremos disso.
Se te interessas realmente pelo própria renovação, à luz do
Evangelho, anota o momento que voa e não menosprezes o ensejo sublime de ser
mais útil.
Recorda que a ociosidade mental é antiga serpente sedutora, asfixiando-nos a vida e somente em lhe olvidando o veneno suave e mortífero, trabalhando e servindo sempre, é que conseguiremos assimilar o ideal da perfeição com Jesus, nosso Mestre e Senhor.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Construção
do Amor.
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