Tiago, um dos apóstolos de Jesus, era bastante fiel às tradições da época, ao cumprimento das Leis e aos livros sagrados de seu povo.
Costumava refletir sobre a profundidade dos ensinamentos de Jesus, e sobre a grande oportunidade que era conviver com Ele.
Certa vez interrogou o Mestre, preocupado com as sucessivas crises políticas e econômicas que o povo local vivenciava, por conta do domínio esmagador de Roma.
Queria saber por que viviam entre crises econômicas sucessivas, e, se uma crise pior ainda estava por acontecer.
Jesus, na Sua infinita calma, bondade e sabedoria respondeu: A pior crise, Tiago, é a de caráter moral do homem,que acaba por causar todas as outras.
Explicou que o ser humano ainda se acomoda na ignorância, ligado a paixões que o dominam e o infelicitam.
Salientou que, na raiz da crise moral se encontra o egoísmo, o qual sempre atuará prejudicando o próximo.
Na falta da solidariedade e da fraternidade florescem a ambição, a loucura, a perturbação e os desastres decorrentes desses vícios morais.
As pessoas isolam-se em seu orgulho, na ilusão do poder, da raça, da fé religiosa ou política, contribuindo para a desarmonia entre as criaturas.
A ambição desmedida pelas posses materiais causa profundos desequilíbrios, com alguns possuindo muito, e tantos possuindo quase nada.
O consumo desenfreado pode levar indivíduos e, até mesmo uma nação, à ruína.
Em sua conversa com Tiago, o Mestre diz que a severa crise daqueles dias era a mesma, desde o início dos tempos, e que se prolongaria ainda por um longo período na sociedade terrestre.
Jesus encerra dizendo: No futuro, as crises existenciais, políticas e morais cederão lugar ao entendimento, com base no amor, porque, então, a mais severa das crises do ser humano estará resolvida: a crise moral.
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As considerações feitas por Jesus há mais de dois mil anos nos são de uma atualidade impressionante.
Hoje, as crises morais, como crimes e corrupção, tomam enorme tempo em noticiários e grandes manchetes em jornais.
As crises políticas na forma de guerras se repetem, baseadas na ilusão da posse, no orgulho e no poder.
As crises econômicas, baseadas no descaso político, na ganância dos que comandam o sistema financeiro, e na obsessão individual de amealhar bens se repetem, causando desequilíbrios de grande porte.
No entanto, sabemos, escutando nosso caro Amigo e Guia, que a mudança real começa em cada um de nós, e que o mundo caminha, mesmo que a passos lentos aos nossos olhos, para uma mudança real.
Um novo mundo só será possível se for baseado no amor, com os atos valendo mais do que as palavras, com entendimento e fraternidade.
No futuro, crise será uma palavra restrita ao dicionário.
Mas para que isso aconteça uma longa e silenciosa batalha deve ser travada no íntimo do ser humano, em busca do equilíbrio e do amor!
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 11 do livroA mensagem do Amor Imortal, pelo Espírito Amélia Rodrigues,psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.