SER E PARECER
Pelo Espírito Joanna de Ângelis
A essência, o ser em si mesmo, constitui a individualidade, que avança mediante o processo reencarnatório, adquirindo experiências e desenvolvendo as aptidões que lhes jazem inatas, heranças que são da sua origem divina. A expressão temporária, adquirida em cada existência corporal, com as suas imposições e necessidades, torna-se a personalidade de que se reveste o Espírito, a fim de atingir a destinação que o aguarda. A primeira tem o sabor da eternidade, enquanto a outra é transitória. No âmago do ser encontra-se a vida pulsante, imorredoura, embora, na superfície, a aparência, o revestimento, quase sempre difere da estrutura que envolve. A individualidade resulta da soma das conquistas, através do êxito como do insucesso, logrados ao largo das lutas que lhe são impostas. A personalidade varia conforme a ocasião e as circunstâncias, os interesses e as ambições. Esta passa, enquanto aquela permanece. Máscara, forma de aparecer, a personalidade se adquire sem transformação substancial, profunda, ocultando, na maioria das vezes, o que se é, o que se pensa, o que se aspira. Legítima, a individualidade se aprimora, qual diamante que fulge ao atrito abençoado do cinzel. A personalidade extravasa, formaliza, apresenta. A individualidade aprimora, realiza, afirma. À medida que o ser evolui, mergulha no mundo íntimo, introspectivamente, desenvolvendo os valores que dormem em embrião e se agigantam. O exterior desgasta-se e desaparece. O interior esplende e agiganta-se. A semente que morre semente, não viveu, não realizou a missão que lhe estava reselvada: multiplicar e produzir vida. A gema, sem lapidação, jamais fulgura. Faze a tua indagação à vida, em torno da tua destinação. Quem és hoje e o que pretendes alcançar? Cansado da aparência, realiza-te intimamente e desata as aptidões superiores que aguardam oportunidade e cresce para as finalidades elevadas da Vida. Tenta ser, por fora, conforme evoluis por dentro, sendo a pessoa gentil, mas nobre, fulgurante e abnegada, afável, todavia leal. Tua aparência, seja também tua realidade, esforçando-te, cada vez mais, para conseguir a harmonia entre a individualidade e a personalidade, refletindo os ideais de beleza e amor que te vitalizam. Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Coragem. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA: LEAL. 1988. |