A cada mil lágrimas
Em caso de dor ponha gelo
Mude o corte do cabelo
Mude como modelo
Vá ao cinema.
Dê um sorriso
Dê um sorriso
Ainda que amarelo, esqueça seu cotovelo
Se amargo foi já ter sido
Troque já esse vestido
Troque o padrão do tecido
Saia do sério, deixe os critérios
Siga todos os sentidos
Faça fazer sentido
A cada mil lágrimas sai um milagre...
A cada mil lágrimas sai um milagre...
* * *
A letra da belíssima canção de Itamar Assumpção e Alice Ruiz
é inspiradora.
Fala-nos de como encarar as dores do mundo com inteligência,
com coragem e com estilo.
Inteligência de quem vê na dor oportunidade de mudança e
aprendizado.
Coragem de quem aceita mudar.
Estilo de quem sofre e ainda consegue sorrir, chorar, sem
perder a linha, sem perder o passo.
A dor chega sem aviso, de cara cruel, como um monstro invencível
e desproporcional ao nosso tamanho.
Chega destruindo tudo...
E tudo parece o fim.
E tudo parece o fim.
Mas não...
Descobrimos que ela ensina, orienta, cuida.
Descobrimos que ela ensina, orienta, cuida.
É o cinzel que esculpe, que talha, que faz o bloco amorfo de
mármore se transformar em estátua, em obra de arte.
A dor é o convite à mudança de hábitos, de pensamento, de
rumo, talvez.
Trocar o vestido da alma é renová-la.
Mudar o padrão de seus tecidos é não permanecer preso às mesmas ideias, aos mesmos vícios.
Mudar o padrão de seus tecidos é não permanecer preso às mesmas ideias, aos mesmos vícios.
É necessário deixar a vida fazer sentido.
Uma vida sem sentido é quase como uma escuridão. Nada se vê,
nem a si próprio. Nada se encontra, pois não se sabe onde está e onde se deve
chegar.
E o milagre após as lágrimas é tantas coisas!...
O milagre de se encontrar, de ver a si mesmo com suas forças
e fraquezas, mas sem máscaras, sem ilusões.
O milagre de perceber que se está melhor, que as feridas
cicatrizam sempre, e que ali a pele se torna mais resistente.
O milagre do recomeço, de nascer de novo, de se dar nova
chance.
O milagre de descobrir os amores ao redor, e quanto prezam
por nós; de descobrir aqueles que nunca nos abandonam, não importa o que
aconteça.
O milagre de saber que a vida procura nos levar sempre para
cima, para diante, e nunca para trás, e a dor é lei de equilíbrio e educação.
A cada mil lágrimas sai um milagre.
* * *
O sofrimento, muitas vezes, não é mais do que a repercussão
das violações da ordem eterna cometidas.
Mas, sendo partilha de todos, deve ser considerado como
necessidade de ordem geral, como agente de desenvolvimento, condição do
progresso.
Todos os seres têm de, por sua vez, passar por ele. Sua ação
é benfazeja para quem sabe compreendê-lo.
Mas, somente podem compreendê-lo aqueles que lhe sentiram os
poderosos efeitos.
Redação do Momento Espírita, com base na letra
da música Milágrimas, de Itamar Assumpção
e Alice Ruiz e pensamentos finais extraídos do Cap XXVI do livro O problema do ser, do destino e da
dor, de Léon Denis, ed. Feb. Disponível em www.momento.com.br.
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