Há
muitas moradas na casa de meu pai, se não fosse assim, eu mesmo diria...
Antonio Carlos Piesigilli
A
casa do Pai é o Universo.
As diferentes moradas são os mundos que circulam no
espaço infinito e oferecem, aos Espíritos que neles encarnam, moradas
correspondentes ao adiantamento dos mesmos Espíritos.
Independente da
diversidade dos mundos, essas palavras de Jesus também podem referir-se ao
estado venturoso ou desgraçado do Espírito na erraticidade.
Conforme se ache
este mais ou menos depurado e desprendido dos laços materiais, variarão ao
infinito o meio em que ele se encontre, o aspecto das coisas, as sensações que
experimente, as percepções que tenha.
Enquanto uns não se podem afastar da
esfera onde viveram, outros se elevam e percorrem o espaço e os mundos;
enquanto alguns Espíritos culpados erram nas trevas, os bem-aventurados gozam
de resplendente claridade e do espetáculo sublime do Infinito; finalmente,
enquanto o mau, atormentado de remorsos e pesares, muitas vezes insulado, sem
consolação, separado dos que constituíam objeto de suas afeições, pena sob o
guante dos sofrimentos morais, o justo, em convívio com aqueles a quem ama,
frui as delícias de uma felicidade indizível.
Também nisso, portanto, há muitas
moradas, embora não circunscritas, nem localizadas.
Diferentes
categorias de mundos habitados
Do
ensino dado pelos Espíritos, resulta que muito diferentes umas das outras são
as condições dos mundos, quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade dos
seus habitantes.
Entre eles há-os em que estes últimos são ainda inferiores aos
da Terra, física e moralmente; outros, da mesma categoria que o nosso; e outros
que lhe são mais ou menos superiores a todos os respeitos.
Nos mundos
inferiores, a existência é toda material, reinam soberanas as paixões, sendo
quase nula a vida moral.
A medida que esta se desenvolve, diminui a influência
da matéria, de tal maneira que, nos mundos mais adiantados, a vida é, por assim
dizer, toda espiritual.
Nos
mundos intermédios, misturam-se o bem e o mal, predominando um ou outro,
segundo o grau de adiantamento da maioria dos que os habitam.
Embora se não
possa fazer, dos diversos mundos, uma classificação absoluta, pode-se contudo,
em virtude do estado em que se acham e da destinação que trazem, tomando por
base os matizes mais salientes, dividi-los, de modo geral, como segue: mundos
primitivos, destinados às primeiras encarnações da alma humana; mundos de
expiação e provas, onde domina o mal; mundos de regeneração, nos quais as almas
que ainda têm o que expiar haurem novas forças, repousando das fadigas da luta;
mundos ditosos, onde o bem sobrepuja o mal; mundos celestes ou divinos,
habitações de Espíritos depurados, onde exclusivamente reina o bem.
A Terra
pertence à categoria dos mundos de expiação e provas, razão por que aí vive o
homem a braços com tantas misérias.
Os
Espíritos que encarnam em um mundo não se acham a ele presos indefinidamente,
nem nele atravessam todas as fases do progresso que lhes cumpre realizar, para
atingir a perfeição.
Quando, em um mundo, eles alcançam o grau de adiantamento
que esse mundo comporta, passam para outro mais adiantado, e assim por diante,
até que cheguem ao estado de puros Espíritos.
São outras tantas estações, em
cada uma das quais se lhes deparam elementos de progresso apropriados ao
adiantamento que já conquistaram.
É-lhes uma recompensa ascenderem a um mundo
de ordem mais elevada, como é um castigo o prolongarem a sua permanência em um
mundo desgraçado, ou serem relegados para outro ainda mais infeliz do que
aquele a que se vêem impedidos de voltar quando se obstinaram no mal.
Destinação
da Terra: Causas das misérias humanas
Muitos
se admiram de que na Terra haja tanta maldade e tantas paixões grosseiras,
tantas misérias e enfermidades de toda natureza, e daí concluem que a espécie
humana bem triste coisa é.
Provém esse juízo do acanhado ponto de vista cm que
se colocam os que o emitem e que lhes dá uma falsa ideia do conjunto.
Deve-se
considerar que na Terra não está a Humanidade toda, mas apenas uma pequena
fração da Humanidade.
Com efeito, a espécie humana abrange todos os seres
dotados de razão que povoam os inúmeros orbes do Universo.
Ora, que é a
população da Terra, em face da população total desses mundos?
Muito menos que a
de uma aldeia, em confronto com a de um grande império.
A situação material e
moral da Humanidade terrena nada tem que espante, desde que se leve em conta a
destinação da Terra e a natureza dos que a habitam.
Faria
dos habitantes de uma grande cidade falsíssima ideia quem os julgasse pela
população dos seus quarteirões mais íntimos e sórdidos.
Num hospital, ninguém
vê senão doentes e estropiados; numa penitenciária, vêem-se reunidas todas as
torpezas, todos os vícios; nas regiões insalubres, os habitantes, em sua
maioria são pálidos, franzinos e enfermiços.
Pois bem: figure-se a Terra como
um subúrbio, um hospital, uma penitenciaria, um sítio malsão, e ela é
simultaneamente tudo isso, e compreender-se-á por que as aflições sobrelevam
aos gozos, porquanto não se mandam para o hospital os que se acham com saúde,
nem para as casas de correção os que nenhum mal praticaram; nem os hospitais e
as casas de correção se podem ter por lugares de deleite.
Ora,
assim como, numa cidade, a população não se encontra toda nos hospitais ou nas
prisões, também na Terra não está a Humanidade inteira.
E, do mesmo modo que do
hospital saem os que se curaram e da prisão os que cumpriram suas penas, o
homem deixa a Terra, quando está curado de suas enfermidades morais.
Instruções dos Espíritos
Mundos
Inferiores e mundos superiores
A
qualificação de mundos inferiores e mundos superiores nada tem de absoluta; é,
antes, muito relativa.
Tal inundo é inferior ou superior com referência aos que
lhe estão acima ou abaixo, na escala progressiva.
Tomada
a Terra por termo de comparação, pode-se fazer idéia do estado de um mundo
inferior, supondo os seus habitantes na condição das raças selvagens ou das
nações bárbaras que ainda entre nós se encontram, restos do estado primitivo do
nosso orbe.
Nos mais atrasados, são de certo modo rudimentares os seres que os
habitam.
Revestem a forma humana, mas sem nenhuma beleza.
Seus instintos não
têm a abrandá-los qualquer sentimento de delicadeza ou de benevolência, nem as
noções do justo e do injusto.
A força bruta é, entre eles, a única lei.
Carentes de indústrias e de invenções, passam a vida na conquista de alimentos.
Deus, entretanto, a nenhuma de suas criaturas abandona; no fundo das trevas da
inteligência jaz, latente, a vaga intuição, mais ou menos desenvolvida, de um
Ente supremo.
Esse instinto basta para torná-los superiores uns aos outros e
para lhes preparar a ascensão a uma vida mais completa, porquanto eles não são
seres degradados, mas crianças que estão a crescer.
Entre
os degraus inferiores e os mais elevados, inúmeros outros há, e difícil é
reconhecer-se nos Espíritos puros, desmaterializados e resplandecentes de
glória, os que foram esses seres primitivos, do mesmo modo que no homem adulto
se custa a reconhecer o embrião.
Nos
mundos que chegaram a um grau superior, as condições da vida moral e material
são muitíssimo diversas das da vida na Terra.
Como por toda parte, a forma
corpórea aí é sempre a humana, mas embelezada, aperfeiçoada e, sobretudo,
purificada.
O corpo nada tem da materialidade terrestre e não está,
conseguintemente, sujeito às necessidades, nem às doenças ou deteriorações que
a predominância da matéria provoca.
Mais apurados, os sentidos são aptos a
percepções a que neste mundo a grosseria da matéria obsta.
A leveza específica
do corpo permite locomoção rápida e fácil: em vez de se arrastar penosamente
pelo solo, desliza, a bem dizer, pela superfície, ou plana na atmosfera, sem
qualquer outro esforço além do da vontade, conforme se representam os anjos, ou
como os antigos imaginavam os manes nos Campos Elíseos.
Os homens conservam, a
seu grado, os traços de suas passadas migrações e se mostram a seus amigos tais
quais estes os conheceram, porém, irradiando uma luz divina, transfigurados
pelas impressões interiores, então sempre elevadas.
Em lugar de semblantes
descorados, abatidos pelos sofrimentos e paixões, a inteligência e a vida
cintilam com o fulgor que os pintores hão figurado no nimbo ou auréola dos
santos.
A
pouca resistência que a matéria oferece a Espíritos já muito adiantados torna
rápido o desenvolvimento dos corpos e curta ou quase nula a infância.
Isenta de
cuidados e angústias, a vida é proporcionalmente muito mais longa do que na
Terra.
Em princípio, a longevidade guarda proporção com o grau de adiantamento
dos mundos.
A morte de modo algum acarreta os horrores da decomposição; longe
de causar pavor, é considerada uma transformação feliz, por isso que lá não existe
a dúvida sobre o porvir.
Durante a vida, a alma, já não tendo a constringi-la a
matéria compacta, expande-se e goza de uma lucidez que a coloca em estado quase
permanente de emancipação e lhe consente a livre transmissão do pensamento.
Nesses
mundos venturosos, as relações, sempre amistosas entre os povos, jamais são
perturbadas pela ambição, da parte de qualquer deles, de escravizar o seu
vizinho, nem pela guerra que daí decorre.
Não há senhores, nem escravos, nem
privilegiados pelo nascimento; só a superioridade moral e intelectual
estabelece diferença entre as condições e dá a supremacia.
A autoridade merece
o respeito de todos, porque somente ao mérito é conferida e se exerce sempre
com justiça.
O homem não procura elevar-se acima do homem, mas acima de si
mesmo, aperfeiçoando-se.
Seu objetivo é galgar a categoria dos Espíritos puros,
não lhe constituindo um tormento esse desejo, porem, uma ambição nobre, que o
induz a estudar com ardor para os igualar.
Lá,
todos os sentimentos delicados e elevados da natureza humana se acham
engrandecidos e purificados; desconhecem-se os ódios, os mesquinhos ciúmes, as
baixas cobiças da inveja; uni laço de amor e fraternidade prende uns aos outros
todos os homens, ajudando os mais fortes aos mais fracos.
Possuem bens, em
maior ou menor quantidade, conforme os tenham adquirido, mais ou menos por meio
da inteligência; ninguém, todavia, sofre, por lhe faltar o necessário, uma vez
que ninguém se acha em expiação.
Numa palavra: o mal, nesses mundos, não existe.
No
vosso, precisais do mal para sentirdes o bem; da noite, para admirardes a luz;
da doença, para apreciardes a saúde. Naqueles outros não há necessidade desses
contrastes.
A eterna luz, a eterna beleza e a eterna serenidade da alma
proporcionam uma alegria eterna, livre de ser perturbada pelas angústias da
vida material, ou pelo contacto dos maus, que lá não têm acesso.
Isso o que o
espírito humano maior dificuldade encontra para compreender. Ele foi bastante
engenhoso para pintar os tormentos do inferno, mas nunca pôde imaginar as
alegrias do céu.
Por quê?
Porque, sendo inferior, só há experimentado dores e
misérias, jamais entreviu as claridades celestes; não pode, pois, falar do que
não conhece.
A medida, porém, que se eleva e depura, o horizonte se lhe dilata
e ele compreende o bem que está diante de si, como compreendeu o mal que lhe
está atrás.
Entretanto,
os mundos felizes não são orbes privilegiados, visto que Deus não é parcial
para qualquer de seus filhos; a todos dá os mesmos direitos e as mesmas
facilidades para chegarem a tais mundos.
Fá-los partir todos do mesmo ponto e a
nenhum dota melhor do que aos outros; a todos são acessíveis as mais altas
categorias: apenas lhes cumpre a eles conquistá-las pelo seu trabalho,
alcançá-las mais depressa, ou permanecer inativos por séculos de séculos no
lodaçal da Humanidade. (Resumo do ensino de todos os Espíritos superiores.)
Mundos
de expiações e de provas, caso da Terra!
Que
vos direi dos mundos de expiações que já não saibais, pois basta observeis o em
que habitais?
A superioridade da inteligência, em grande número dos seus
habitantes, indica que a Terra não é um mundo primitivo, destinado à encarnação
dos Espíritos que acabaram de sair das mãos do Criador.
As qualidades inatas
que eles trazem consigo constituem a prova de que já viveram e realizaram certo
progresso.
Mas, também, os numerosos vícios a que se mostram propensos
constituem o índice de grande imperfeição moral. Por isso os colocou Deus num
mundo ingrato, para expiarem aí suas faltas, mediante penoso trabalho e
misérias da vida, até que hajam merecido ascender a um planeta mais ditoso.
Entretanto,
nem todos os Espíritos que encarnam na Terra vão para aí em expiação.
As raças
a que chamais selvagens são formadas de Espíritos que apenas saíram da infância
e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se
desenvolverem pelo contacto com Espíritos mais adiantados.
Vêm depois as raças
semicivilizadas, constituídas desses mesmos os Espíritos em via de progresso.
São elas, de certo modo, raças indígenas da Terra, que aí se elevaram pouco a
pouco em longos períodos seculares, algumas das quais hão podido chegar ao
aperfeiçoamento intelectual dos povos mais esclarecidos.
Os
Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir dessa forma, são exóticos, na
Terra; já tiveram noutros mundos, donde foram excluídos em conseqüência da sua
obstinação no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de
perturbação para os bons.
Tiveram de ser degradados, por algum tempo, para o
meio de Espíritos mais atrasados, com a missão de fazer que estes últimos
avançassem, pois que levam consigo inteligências desenvolvidas e o gérmen dos
conhecimentos que adquiriram.
Daí vem que os Espíritos em punição se encontram
no seio das raças mais inteligentes.
Por isso mesmo, para essas raças é que de
mais amargor se revestem OS infortúnios da vida.
E que há nelas mais
sensibilidade, sendo, portanto, mais provadas pelas contrariedades e desgostos
do que as raças primitivas,cujo senso moral se acha mais embotado.
A
Terra, conseguintemente, oferece um dos tipos de mundos expiatórios, cuja
variedade é infinita, mas revelando todos, como caráter comum, o servirem de
lugar de exílio para Espíritos rebeldes à lei de Deus.
Esses Espíritos tem aí
de lutar, ao mesmo tempo, com a perversidade dos homens e com a inclemência da
Natureza, duplo e árduo trabalho que simultaneamente desenvolve as qualidades
do coração e as da inteligência.
E assim que Deus, em sua bondade, faz que o
próprio castigo redunde em proveito do progresso do Espírito. ( Santo
Agostinho. Paris, 1862.)
Mundos
regeneradores
Entre
as estrelas que cintilam na abóbada azul do firmamento, quantos mundos não
haverá como o vosso, destinados pelo Senhor à expiação e à provação!
Mas,
também os há mais miseráveis e melhores, como os há de transição, que se podem
denominar de regeneradores.
Cada turbilhão planetário, a deslocar-se no espaço
em torno de um centro comum, arrasta consigo seus mundos primitivos, de exílio,
de provas, de regeneração e de felicidade.
Já se vos há falado de mundos onde a
alma recém-nascida é colocada, quando ainda ignorante do bem e do mal, mas com
a possibilidade de caminhar para Deus, senhora de si mesma, na posse do
livre-arbítrio.
Já também se vos revelou de que amplas faculdades é dotada a
alma para praticar o bem.
Mas, ah! há as que sucumbem, e Deus, que não as quer
aniquiladas, lhes permite irem para esses mundos onde, de encarnação em
encarnação, elas se depuram, regeneram e voltam dignas da glória que lhes fora
destinada.
Os
mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os
mundos felizes.
A alma penitente encontra neles a calma e o repouso e acaba por
depurar-se. Sem dúvida, em tais mundos o homem ainda se acha sujeito às leis
que regem a matéria; a Humanidade experimenta as vossas sensações e desejos,
mas liberta das paixões desordenadas de que sois escravos, isenta do orgulho
que impõe silêncio ao coração, da inveja que a tortura, do ódio que a sufoca.
Em todas as frontes, vê-se escrita a palavra amor; perfeita equidade preside às
relações sociais, todos reconhecem Deus e tentam caminhar para Ele,
cumprindo-lhe as leis.
Nesses
mundos, todavia, ainda não existe a felicidade perfeita, mas a aurora da
felicidade.
O homem lá é ainda de carne e, por isso, sujeito às vicissitudes de
que libertos só se acham os seres completamente desmaterializados.
Ainda tem de
suportar provas, porém, sem as pungentes angústias da expiação. Comparados à
Terra, esses mundos são bastante ditosos e muitos dentre vós se alegrariam de
habitá-los, pois que eles representam a calma após a tempestade, a
convalescença após a moléstia cruel.
Contudo, menos absorvido pelas coisas
materiais, o homem divisa, melhor do que vós, o futuro; compreende a existência
de outros gozos prometidos pelo Senhor aos que deles se mostrem dignos, quando
a morte lhes houver de novo ceifado os corpos, a fim de lhes outorgar a
verdadeira vida.
Então, liberta, a alma pairará acima de todos os horizontes.
Não mais sentidos materiais e grosseiros; somente os sentidos de um perispírito
puro e celeste, a aspirar as emanações do próprio Deus, nos aromas de amor e de
caridade que do seu seio emanam.
Mas,
ah! nesses mundos, ainda falível é o homem e o Espírito do mal não há perdido
completamente o seu império.
Não avançar é recuar, e, se o homem não se houver
firmado bastante na senda do bem, pode recair nos mundos de expiação, onde,
então, novas e mais terríveis provas o aguardam.
Contemplai,
pois, à noite, à hora do repouso e da prece, a abóbada azulada e, das inúmeras
esferas que brilham sobre as vossas cabeças, indagai de vós mesmos quais as que
conduzem a Deus e pedi-lhe que uni mundo regenerador vos abra seu seio, após a
expiação na Terra. - Santo Agostinho. (Paris, 1862.)
Progressão
dos mundos
O
progresso é lei da Natureza. A essa lei todos os seres da Criação, animados e
inanimados, foram submetidos pela bondade de Deus, que quer que tudo se
engrandeça e prospere.
A própria destruição, que aos homens parece o termo
final de todas as coisas, é apenas uni meio de se chegar, pela transformação, a
um estado mais perfeito, visto que tudo morre para renascer e nada sofre o
aniquilamento.
Ao
mesmo tempo que todos os seres vivos progridem moralmente, progridem
materialmente os mundos em que eles habitam.
Quem pudesse acompanhar um mundo
em suas diferentes fases, desde o instante em que se aglomeraram os primeiros
átomos destinados e constituí-lo, vê-lo-ia a percorrer uma escala
incessantemente progressiva, mas de degraus imperceptíveis para cada geração, e
a oferecer aos seus habitantes uma morada cada vez mais agradável, à medida que
eles próprios avançam na senda do progresso.
Marcham assim, paralelamente, o
progresso do homem, o dos animais, seus auxiliares, o dos vegetais e o da
habitação, porquanto nada em a Natureza permanece estacionário.
Quão grandiosa
é essa ideia e digna da majestade do Criador!
Quanto, ao contrário, é mesquinha
e indigna do seu poder a que concentra a sua solicitude e a sua providência no
imperceptível grão de areia, que é a Terra, e restringe a Humanidade aos poucos
homens que a habitam!
Segundo
aquela lei, este mundo esteve material e moralmente num estado inferior ao em
que hoje se acha e se alçará sob esse duplo aspecto a um grau mais elevado.
Ele
há chegado a um dos seus períodos de transformação, em que, de orbe expiatório,
mudar-se-á em planeta de regeneração, onde os homens serão ditosos, porque nele
imperará a lei de Deus. - Santo Agostinho. (Paris, 1862.)
Fonte
PIESIGILLI
, Antonio Carlos . Há muitas moradas na
casa de meu pai, se não fosse assim, eu mesmo diria... Disponível em https://www.facebook.com/antoniocarlos.piesigilli/posts/1688330257886274.
Acesso : 05 Nov 2017.
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