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Desforço
Joanna de Ângelis
Fere, profundamente,
o sentimento e a razão, a injustiça.
Magoa, sem
dúvida, a agressão injustificável.
A rede das
maldades, quando envolve alguém, asfixia-o e aflige-o.
São muitos os
fatores e acontecimentos que surgem à frente, obstaculizando
a tua marcha.
Não o
deplores, nem revides deixando-te empolgar pelo anseio do desforço.
*
Os outros, os
infelicitadores, já são infelizes sem que lhes aumentes a carga de desar
com os revides e a vingança, tão covardes e insensatos quanto as más ações
danosas.
Certamente, não
mereces muitas dessas dores, pelo menos na atual
conjuntura e
na forma como te alcançam...
Sem embargo,
não és viajor de primeira experiência, incurso num passado que te
serve de base para o presente.
Como deves
lutar para modificar, nas causas, os efeitos perniciosos que afetam a
muitas outras criaturas, não te é lícita a ação ignóbil de vingança.
Só os homens
de pequeno porte moral se desforçam, tombando em fosso mais profundo
do que aquele em que se encontra o seu perseguidor.
*
Se desculpas o
acusador, és melhor do que ele.
Se perdoas o
inimigo, te encontras em mais feliz situação do que a dele.
Se ajudas a
quem te fere, seja por qual motivo for, lograste ser um
homem de bem,
um verdadeiro cristão.
Desforço,
jamais!
FRANCO, Divaldo Pereira , pelos Espírito Joanna de Ângelis. Episódios Diários, 1985.
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