11-DE TODA PARTE
Casimiro Cunha
Lisonja é moeda falsa
Cunhada pela ilusão
Que a nossa própria vaidade
Coloca em circulação.
Virtude eleita e sublime
Que em solidão se consome
É diamante belo e frio
Que não nos sacia a fome.
A fama é tuba comprida
De curto discernimento
Que toca mais a fortuna
Que ao justo merecimento.
Evita a bajulação
Que te aparece na estrada.
A língua do adulador
É qual lâmina de espada.
O sábio corrige em si,
Na luta em que se rodeia,
Aquilo que o desagrada
No campo da vida alheia.
Ajuda com diligência,
Sem condições e sem ágio.
O auxílio tardo e' socorro
Quem vem depois do naufrágio.
A coragem da justiça
Tem gritos de tempestade,
Mas perdão e paciência
São as forças da humanidade.
Uma palavra que emende,
Uma palavra que corte...
Uma pode dar a vida,
Outra pode dar a morte.
Dinheiro, poder, conforto,
Nadando em vida insegura,
São tormentos da riqueza
Sobre o trono da fartura.
Se desejas luz e paz
Na aflição que te aniquila,
Procura contigo mesmo
A consciência tranquila.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Gotas de luz. Rio de Janeiro: FEB, ed.9 , 1.994. Cap. 11,p.19-20.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
“Deixe aqui um comentário”