13- GOTAS
Casimiro Cunha
Insultos, provocações,
Não retenhas na memória.
A inveja é sempre um tributo
Que a mesquinhez rende à glória.
Não te esqueças da bondade
No trato com toda a gente.
É tão difícil ser justo
Que mais vale ser clemente.
Quando estamos dominados
Pelo egoísmo vibrante,
O mal alheio é um cabelo
E o nosso é sempre um gigante.
Humilhações do caminho
São golpes e ulcerações.
Mas quem humilha a si mesmo
Recolhe grandes lições.
Realmente, somos donos
Dos olhos, dos pés, dos braços,
Mas Deus é sempre o Senhor
Da força de nossos passos.
A riqueza que garante
Bondade, paz e alegria,
Caminha por toda a parte
Como o Sol que se irradia.
Foge à sombra da tristeza
E ao gelo do desengano.
Amargura dentro d’alma
É como a traça no pano.
Alma grande consagrada
À virtude meritória
Converte todo fracasso
Em plantação de vitória.
A luz só encontra a luz
No brilho do próprio seio.
Quem muitas nódoas possui
Vê nódoas no rosto alheio.
Miséria parada e escura
É sempre triste labéu,
Mas pobreza que trabalha
É condução para o Céu.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Gotas de luz. Rio de Janeiro: FEB, ed.9 , 1.994. Cap. 15,p.25-26.
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