Na Exaltação Do Amor
André Luiz
Cap. XI – Item 10
A folha ressequida que cai, anônima,
do pedúnculo em que nasceu, é bem o símbolo do poder oculto de Deus em a
Natureza.
Poder que é força, vida e amor...
Quem a recolheu?
O Sol?
Não.
O Vento?
Não.
O Homem?
Não.
A folha desceu por si mesma, segundo
os ditames preestabelecidos pelas leis gerais do Universo, para o seio
fecundante da Terra, que a transforma em novo elemento no laboratório da
incessante renovação.
Assim também se movem as criaturas e
os destinos.
A folha cai...
Os mundos caminham...
O homem evolve...
Brilha o Sol, naturalmente, mantendo
a família planetária nos domínios da Casa Cósmica.
Avança o vento, sem esforço, nutrindo
a euforia das plantas.
Em princípios de soberana
espontaneidade, constrói o homem a própria existência.
Saber não é tudo.
Só o amor consegue totalizar a glória da vida.
Quem vive respira.
Quem trabalha progride.
Quem sabe
percebe.
Quem ama respira, progride, percebe,
compreende, serve e sublima, espalhando a felicidade.
Siga, pois, seu roteiro, louvando o
bem, esquecendo o mal e edificando sem repouso.
Se o caminho é áspero e sombrio,
prossiga com destemor.
Lembre-se que na vanguarda há mais
amplo local para a sua esperança.
Busque ouvir a mensagem do amor, onde
passe.
Estude amando.
Responda aos imperativos da evolução,
amando onde esteja.
Atenda ao semelhante, amando com
alegria.
Satisfará, em tudo, a você mesmo, amando sempre.
Na marcha ascendente para o Reino Divino, o Amor é a Estrada Real.
As outras vias chamam-se experiências que a Eterna Sabedoria, ainda por
amor, traçou à grande viagem das almas para que o espírito humano não se perca.
Antes de você, o amor já era.
Depois de você, o amor será.
Isso, porque o Amor é Deus em tudo.
Viva, assim, a vida, amando-a para
entendê-la.
Viver e amar...
Amar e compreender...
Compreender e viver abundantemente...
Ângulos de uma verdade só – A Vida
Eterna.
No entanto, viver sem amar é respirar sem trabalho digno;
querer com exclusivismo tonteante é contemplar situações e
circunstâncias com apriorismos que geram a enfermidade e a morte.
Se você sabe, portanto, o que é
viver, por que não vive?
Só vive realmente quem ama.
Só ama efetivamente quem age para o
bem de todos.
Só age, sem dúvida, para o bem de
todos, quem compreende que o amor é a base da própria vida.
Fora dessa verdade, há também
movimento e ação de sombra que tornará fatalmente à luz em ciclos determinados
de choro, provação e martírio.
Nada novo, sempre a Lei, que funciona
compassiva, mas inexorável, restituindo a cada sementeira a colheita certa.
Comande a embarcação de seu destino e
não atribua a outrem os erros que as suas mãos venham a cometer.
De você mesmo depende a própria
viagem. Instrua a você, sem procurar encobrir, ante a própria consciência, as
faltas que lhe arrojam a alma ao desencanto ou ao agravo das próprias
necessidades do espírito.
Ainda que a noite lhe envolva o
passo, alente, no imo do ser, o dia eterno da fé.
Não se confie ao sabor da
invigilância, para que a invigilância não lhe arraste a existência ao sabor do
sofrimento.
Antes de nós, o Universo era o
Santuário da Glória Divina.
Lembremo-nos, pois, de que Deus nos
criou para acrescentar-Lhe a grandeza.
Não Lhe diminuamos o esplendor,
cultivando a treva...
Enganaremos a forma.
Jamais enganaremos a vida que
palpita, triunfante, em nós mesmos.
Aprenda a buscar aquilo de que você
carece no próprio aperfeiçoamento, antes que alguém lhe ensine a preço de
aflição.
Busque o roteiro exato, antes que
outros se lhe ofereçam, no dia de sua perturbação, para guias de sua dor.
Força é poder.
Ideia é força.
Mas só o amor condiciona o poder para
a vitória da luz.
Ame o caminho.
Caminhe e vença.
Anote hoje os seus movimentos, no
ritmo do trabalho e da oração, e o amanhã surgirá com brilho sempre novo.
Sorria para os lances mais difíceis
da estrada e os panoramas próximos e remotos descerrar-se-ão sorrindo à sua
alma.
Não pare senão para refazer o fôlego
atormentado.
Mais além, é a estrada de destino.
Não escute o murmúrio das sombras
senão para socorrer as vítimas do mal, a fim de que os gemidos enganadores do
nevoeiro não lhe anestesiem o impulso de elevação.
A fraternidade ser-lhe-á anjo
sentinela entre os pântanos da amargura.
Cante o poema da caridade, seja onde
for, e as criaturas irmãs, ainda mesmo quando algemadas ao crime,
responder-lhe-ão com estribilhos de amor.
Guarde compaixão e a paz ser-lhe-á
doce prêmio.
Exemplifique a fé que lhe honra a
inteligência e o mundo abençoar-lhe-á todas as palavras.
Amanheça todo dia no serviço que lhe
compete e o dever retamente cumprido manterá você, invariavelmente, na manhã
luminosa da vida.
Antes de amparar a você, ampare
aqueles que, desde muito, suspiram pela migalha de seu amparo.
Antes de nossa vontade, a vontade do
Senhor.
Antes do bem para nós, o bem
necessário aos outros.
Seja para você a justiça que observa
e corrige e seja para o irmão de jornada a bondade que ajuda e absolve sempre.
Sobretudo, guarde a certeza de que o
amor se emoldura na humildade que nunca fere.
Coloque você em último lugar e a vida
encarregar-se-á de sua própria defesa em qualquer parte.
Ainda mesmo com sacrifício, sob
chuvas de fel e gritos de calúnia, renda diariamente seu culto ao amor e o amor
na própria vida brilhará em sua alma, convertendo-a em estrela para a Glória
Sem-Fim.
XAVIER, Francisco Cândido; Waldo Vieira Por Espíritos Diversos. Espírito da verdade, cap 78. Folhas caindo: Ilustração Reproduzida da Internet.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
“Deixe aqui um comentário”