Minutos de Paz !

domingo, março 27, 2011


Amor a si mesmo

Adenáuer Novaes


Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo é a máxima fundamental do saber humano. É um dos princípios básicos do cristianismo e que resume toda a mensagem de seu Augusto Autor.

Esta é regra áurea para uma convivência harmônica com o outro e consigo mesmo.

O amor a si mesmo é essencial para o equilíbrio psíquico do ser humano na Terra. Sua harmonia vital só é possível graças ao amor que se autodedica. Amar a si mesmo é perceber-se como ser no mundo. Quem não se ama acaba por morrer, acreditando que a vida não tem sentido.

Aceitar-se é condição fundamental para a continuidade da coesão interna do ser pensante. O aparelho psíquico humano utiliza- se da energia da libido para sua dinâmica e ela se alimenta do amor do Eu Superior a si mesmo.

Amar-se é autovalorizar-se sem exceder-se no culto à própria personalidade. Essa valorização pressupõe a aceitação de si mesmo com suas virtudes e defeitos. Aceitar-se como pessoa, percebendo seus limites e possibilidades.


A depressão advém da não aceitação de si mesmo como se é, além de um alto nível de exigência em relação às atitudes pessoais. Geralmente essa depressão vem quando o indivíduo tem pena de si próprio e acredita que há uma injustiça contra sua vida. Ele espera que alguém o observe e o ajude a sair da situação em que se encontra, como se fosse uma criança que espera ansiosamente o colo de mãe.

Os sentimentos depressivos em geral se aliam aos de incapacidade de lidar com suas imperfeições, com sua sombra. A percepção de seus próprios defeitos, amando-se no nível de evolução em que a criatura se encontra, é passo decisivo para a saída do conflito depressivo.


Perceber sua sombra inconsciente, que contém os aspectos negativos e ocultos da própria personalidade, aceitando-os e entendendo-os como fatores dinâmicos do ser, é parte do processo de autoconhecimento que não se pode desprezar. É importante usar tais aspectos negativos, descobrindo os ocultos, em favor de seu próprio crescimento.

Vença a depressão com o amor a si mesmo, não se entregando ao derrotismo nem as falsas influências e armadilhas psíquicas que nos arrojam ao derrotismo e ao complexo de inferioridade.

Os defeitos que assinalamos em nossa personalidade, presentes em todo ser humano, constituem sinais pelos quais devemos iniciar o processo inexorável de autoconhecimento e autodescoberta do Eu Superior.

Amar-se é fundamental para o crescimento pessoal face aos desafios da convivência com o outro. Deus não nos fez aos pares e nem clones uns dos outros. Conviver, portanto, é desafiar o sentido intrínseco da individualidade.

O caminho para o amor a si mesmo é a observação de suas próprias atitudes e os reflexos que elas causam nos outros.

O outro é um espelho vivo para o conhecimento que precisamos ter sobre nós mesmos.

Para a compreensão do mecanismo do amor a si mesmo é fundamental separarmos o que pertence ao ser eterno, imortal e individualizado, daquilo que é da influência coletiva, oriundo das sucessivas experiências reencarnatórias.

Somos seres coletivos e individuais ao mesmo tempo. O outro nos estrutura como ser no mundo. Sem o tu não há o eu nem o nós.

O amor a si mesmo nos faz enxergar o ser imortal que somos, enquanto que com a convivência, assimilamos atitudes que nos tornam coletivos, sem nos tirar a percepção de nossa própria construção individual.

Nem sempre conseguimos vencer a rejeição à nossa maneira de ser. Geralmente isso se dá pela falta de auto-estima, a qual nos coloca em paz com nossa consciência pelo sentimento de igualdade para com os outros.

Estimamo-nos porque somos iguais aos outros. Essa linha de pensamento nos leva à percepção de que temos os mesmos defeitos e virtudes do outro. Somos o que somos e o que nos distingue uns dos outros é o amor de Deus em paralelo ao amor a nós mesmos.

O amor a si mesmo nos revigora a alma e nos torna mais entusiasmados a viver e a realizar. Mesmo que você não consiga enxergar o valor de sua vida, certamente ela o tem para alguém e principalmente para Deus que é o criador de sua vida.

Não se entregue à desvalorização de si mesmo. Não permita que forças ocultas penetrem no seu psiquismo e o coloquem como a última das criaturas. Para Deus, cada um de nós é alguém em especial.

O amor a si mesmo é conscientizado no amor-próprio que nos coloca em condições de viver liberto de relações estagnantes e que nos anulam na vida.

*

Jesus demonstrou o amor a si mesmo quando renunciou a ferir, imolando-se em favor da humanidade
e pela equivalência entre suas atitudes e suas palavras.


NOVAES, Adenauer. Do livro Amor Sempre . Lar Harmonia.


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