A fada do mármore
Possivelmente
poucos têm notícias de que Sócrates, o filósofo grego, era também escultor. De
um modo geral, todos o conhecem como o mestre de Platão. O precursor das idéias
cristãs.
Mas ele era
também um escultor muito bom.
Um dia, ele
recebeu um pedido da prefeitura de Atenas para esculpir em mármore a estátua de
uma fada, que deveria ser colocada em um bosque, próximo de uma fonte.
Sócrates
aceitou a encomenda. Tratou logo de providenciar um bloco de mármore branco e
se pôs a trabalhar.
Durante algum
tempo ficou olhando para o imenso bloco branco. Mentalizou, idealizou
intensamente a estátua e, então, colocou
mãos a obra.
Empunhou o
martelo e foi desbastando a pedra. Lascas enormes voavam para um e outro lado
da sua oficina.
Mais tarde,
ele largou o martelo e os outros instrumentos pesados, rústicos, e empunhou
ferramentas mais leves como o cinzel.
Para o
acabamento da estátua serviu-se de uma pedra esmeril, com muita delicadeza.
Finalmente, a
estátua ficou pronta para admiração do povo.
Era a figura
de uma jovem esbelta, como os antigos concebiam as divindades dos bosques e das
águas. Seu aspecto era tão leve que ela parecia flutuar no ar. E, no entanto,
era toda de mármore.
Ante os
elogios do povo, Sócrates explicou que ele verdadeiramente não esculpira a
estátua.
Quando olhara
o bloco de mármore, ele vira que a ninfa das águas estava pronta, dentro dela.
O que fiz,
dizia, foi simplesmente retirar o excesso de pedra que a cobria e descobri-la
para os olhos de todos.
* * *
Assim também
é no ser humano. A maioria das pessoas somente vê o material, o corpo físico. E
por essa aparência adjetiva a criatura como feia, bonita, simpática,
antipática, etc.
Poucos podem
ver o invisível, a alma do ser que carrega aquele corpo.
E a alma,
para se revelar em toda a sua grandeza, necessita passar por um processo
semelhante ao do mármore.
É assim que
temos o martelo da dor, retirando as arestas, o cinzel da disciplina e a pedra
esmeril do tempo trabalhando juntos, a fim de que o Espírito mostre toda a sua
beleza e seu potencial.
É por isso
que se torna importante o homem entender o porquê da dor, da disciplina, a
sabedoria do tempo para que ele se mostre na sua totalidade: a estátua de
beleza e leveza, esplendorosa, oculta sob a capa da matéria bruta.
* * *
Jesus,
enquanto na Terra, Se permitiu ver por três dos Seus apóstolos em toda a sua
beleza espiritual.
O episódio se
deu no Monte Tabor, no fenômeno conhecido como Transfiguração e teve como
testemunhas oculares, Pedro, Tiago e João.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. A ninfa oculta
no bloco de mármore, do livro Porque sofremos, de Huberto Rohden, ed. Martin Claret.Disponível em www.momento.com.br.
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