Colaboração
Emmanuel
Em sua condição de movimento renovador das consciências, a
Nova Revelação vem despertar o homem para o lugar determinado que a Providência
lhe confere, esclarecendo-o, acima de tudo, de que o egoísmo, filho da
ignorância e responsável pelos desvarios da alma, é perigosa ilusão.
Trazendo-nos a chave dos princípios religiosos, vem compelir-nos à observância
das leis mais simples da vida, revelando-nos o impositivo de colaboração a que
não conseguiremos fugir.
A vida, pródiga de sabedoria em toda parte, demonstra o
princípio da cooperação, em todos os seus planos.
O verme enriquece a terra e a terra sustenta o verme.
A fonte auxilia as árvores e as árvores conservam a fonte.
O solo ampara a semente e a semente valoriza o solo.
As águas formam as nuvens e a nuvens alimentam as águas.
A abelha ajuda a fecundação das flores e as flores
contribuem com as abelhas no fabrico do mel.
Um pão singelo é gloriosa síntese do trabalho de equipe da
natureza. Sem as lides da sementeira, sem as dádivas do Sol, sem as bênçãos da
chuva, sem a defesa contra os adversários da lavoura, sem a assistência do
homem, sem o concurso do moinho e sem o auxílio do forno, o pão amigo deixaria
de existir.
Um casaco inexpressivo é fruto do esforço conjugado do fio,
do tear, da agulha e do alfaiate, solucionando o problema da vestidura.
Assim como acontece na esfera das realizações materiais, a
Nova Revelação convida-nos, naturalmente, a refletir sobre a função que nos
cabe na ordem moral da vida.
Cada criatura é peça significativa na engrenagem do
progresso.
Todos possuímos destacadas obrigações no aperfeiçoamento do
espírito.
Alma sem trabalho digno é sombra de inércia no concerto da
harmonia geral.
Cérebros e corações, mãos e pés, em disponibilidade ,
palavras ocas e pensamentos estanques constituem congelamento deplorável do
serviço da evolução.
A vida é a força divina que marcha para diante.
Obstruir-lhe a passagem, desequilibrar-lhe os movimentos,
menoscabar-lhe os dons e olvidar-lhe o valor é criar aflição e sofrimento que
se voltarão, agora ou mais tarde, contra nós mesmos.
Precatem-se, portanto, aqueles que julgam encontrar na
mensagem do Além o elixir do êxtase preguiçoso e improdutivo.
O mundo espiritual não abriria suas portas para consagrar a
ociosidade.
As almas que regressam do túmulo indicam a cada companheiro
da Terra a importância da existência na carne, acordando-lhe na consciência não
só a responsabilidade de viver, mas também a noção do serviço incessante do
bem, como norma de felicidade imperecível.
XAVIER, Francisco Cândido. Da obra: Roteiro. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 9a edição. Rio de Janeiro: FEB, 1994.
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