Lição de sabedoria
Eros
A ânsia de conhecimento atormentava o jovem, que mergulhava
no estudo sem parar.
Inconformado ante os próprios limites, certo dia buscou um
sábio em meditação e indagou-lhe, ansioso:
- Tenho intentado adquirir a sabedoria desde quando comecei
a pensar.
Leio e caço informações em toda parte, exaurindo-me, às vezes,
diante de tanto por aprender.
Quando, porém, me poderei considerar pleno,
satisfeito diante do que haja armazenado em saber?
O mestre fitou-o, compreensivo, e respondeu:
- Quando lograres a paz, libertando-te da ambição e da
ansiedade.
- Isto, porém, - retrucou, apressado - fará de mim um
místico e não um sábio.
- Equivocas-te - esclareceu o pensador, tranquilo.
- A paz
advirá da consciência harmonizada em decorrência de haver compreendido que se
possui “sabedoria, quando não se sabe e se sabe que não se sabe; e, quando se
sabe, saber que se sabe”, não ambicionando o conhecimento absoluto que só o
Criador possui.
A presunção faz parecer que se sabe o que não se sabe; e a insegurança do saber, em falsa humildade, afirma que não se sabe o que em verdade se sabe.
A presunção faz parecer que se sabe o que não se sabe; e a insegurança do saber, em falsa humildade, afirma que não se sabe o que em verdade se sabe.
O homem é sábio quando sabe o quão pouco sabe...
O moço, que buscava mais a proeminência do conhecimento do
que a sabedoria, ferido no brio, afastou-se, resmungando, decepcionado,
demonstrando o quanto ainda lhe faltava para ser um sábio.
Em toda parte havia experimentado a incompreensão alheia e a
dor se lhe agasalhava na alma.
FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Eros. Do livro Em
algum lugar do futuro, 2.ed, 1987, p. 08.
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