Sonho e vida
Eros
O lago plácido refletia o luar de prata, enquanto o homem
apaixonado se enamorava de Selene.
A brisa leve e perfumada derrubou pequenina folha sobre a
superfície tranquila das águas, arrebentando o cromo poético.
Enquanto o deserto abrasador se alongava, o viajante cansado
se ajoelhou emocionado e feliz: mas estava diante da miragem de um oásis
verdejante...
Deitou-se o caminhante na praia imensa,e, sedento, não podia
sorver uma baga do líquido precioso do mar salgado.
Cultivando o corpo que ia morrer descuidava-se de si mesmo,
que seguiria por toda a Eternidade.
Sentia fome e possuía grãos.
Impaciente, cozeu-os todos e se alimentou com fartura.
Porque não tivesse usado a previdência, depois pereceu esfaimado.
Impaciente, cozeu-os todos e se alimentou com fartura.
Porque não tivesse usado a previdência, depois pereceu esfaimado.
Comovido, o artista se demorava estudando fotos da natureza,
enquanto, em derredor, havia uma festa natural no jardim, no pomar, na floresta
que ele nunca tinha tempo de contemplar.
O orador infundia entusiasmo nos ouvintes, decantando a
beleza e a glória do sofrimento, que ele ainda não tivera ocasião de
experimentar.
O mundo é rico de fantasias, fantasistas e fantasmas...
A realidade sorrateira, porém, chega e põe um ponto final,
doloroso, na ilusão.
Feliz é aquele que, ante o licor não se embriaga, nem diante
da imaginação enlouquece.
Viver o programa da realidade com beleza, é a conquista mais
auspiciosa pela qual deve lutar, quem planeja possuir a paz.
FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Eros. Do livro Em
algum lugar do futuro, 2.ed, 1987, p. 09.
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