Minutos de Paz !

sábado, abril 21, 2018

Você Já Morreu? - Cezar Braga Said




Você Já Morreu?

Cezar Braga Said


Não estranhe a pergunta, pois há pessoas que apesar da boa condição financeira, da juventude, da saúde robusta, do poder que concentram em torno de si mesmas e do conhecimento que acumularam, vivem como se fossem cadáveres insepultos, isto é, morreram e não foram enterradas.


São criaturas que envelheceram por dentro e sentem-se como se já tivessem visto tudo, ido a todos os lugares, lido todos os livros e dissecado todos os assuntos.


Estão sempre aborrecidas e angustiadas, nada é capaz de alterar o humor delas, a vida é cinza e sem graça e não entendem o porquê de ainda estarem “por aqui”.


Não vibram com a alegria de uma criança, não torcem para nada nem ninguém, não gostam de piadas, fogem de uma boa conversa, corrigem os outros a todo instante e a vida para elas é um fardo muito pesado. 


São os mortos a que se refere Jesus (Mateus 8:22).


São criaturas que podem estar num estado depressivo precisando de tratamento, mas podem precisar muito mais de renovação interna, reencantamento com a vida e criação de novas metas a fim de superarem tal morbidez.


A vida é uma dádiva, um presente de Deus para nós! E o que fazemos dela é o nosso presente para Ele.


Viver ruminando frases, caras e bocas, atitudes e lembranças de um passado que não retorna mais, é perder tempo, é deixar escapar possibilidades maravilhosas de aprender, descobrir e repartir nossas conquistas, abraçar antigos afetos e criar novas amizades.


Todos os dias o sol nos convida a despertar não apenas para o trabalho profissional e doméstico, mas despertar do sono existencial que nos impede de ver beleza nas coisas mais simples.


Já foi dito que viver é simples, nós é que complicamos. 


Complicamos a nossa e a vida dos outros com tantas queixas, murmurações, descrenças, insatisfações e mau humor.


Despertar é mudar o jeito de se olhar, é acordar a gratidão dentro de nós e revelá-la num sorriso, num pensamento de confiança, numa palavra, num gesto despretensioso. 


É esvaziar-se!


Esvaziemo-nos do lixo emocional que temos acumulado com tantas mágoas, desencantos e ressentimentos. 


Esvaziemo-nos das certezas engessadas, deste pessimismo justificado como realismo e senso crítico. 


Isto não é clareza e conhecimento, é analfabetismo emocional!



Recicle seu lixo psíquico antes que ele se transforme em algo ainda mais perigoso!



Busque a magia que há em cada dia de lutas e de adversidades. 


Não se trata de autoajuda, autossugestão, enganação, efeito placebo ou milagre, mas de despertamento e cuidado consigo.


Não viva como quem já morreu! 


Desperte!



Cezar Braga Said

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