82-O ORVALHO
Casimiro Cunha
Se a chuva pode tardar, há sempre a bênção do orvalho, sustentando a Natureza no campo do seu trabalho.
Ao termo de cada noite, nas auroras coloridas, podemos felicitá-lo nas ervas agradecidas.
A planta nunca descrê; espera, trabalha e dá.
Na luta jamais se esquece que o Pai não a esquecerá.
Se o ano é de chuva escassa para o bem das produções, muitas vezes basta o orvalho na força das estações.
Ao seu beijo a terra espera, a folha volta ao verdor, a flor ostenta-se em festa, o dia é renovador.
Nas forças da Natureza, o orvalho é como o sorriso que desce diariamente das bênçãos do paraíso.
Seu hálito carinhoso ameniza a atmosfera; no verão mais sufocante é filho da primavera.
É sempre um fraterno amigo, um símbolo de defesa, do bem entre as forças várias que oprimem a Natureza.
A nós outros, ele ensina, no efeito de sua ação, quanto pode conseguir a boa disposição.
Sorrisos, calma, bondade, prudência, paz, bom humor, são em tudo o brando orvalho da altura do nosso amor.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 82, p.83.
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