Ser jovem
O general Mac Arthur teve oportunidade de se pronunciar a
respeito das fases da vida e o fez nos seguintes termos:
A juventude não é um período da vida. Ela é um estado de
espírito, um efeito da vontade, uma qualidade da imaginação.
É uma intensidade emotiva, uma vitória da coragem sobre a
timidez, do gosto da aventura sobre o amor ao conforto.
Não é por termos vivido um certo número de anos que
envelhecemos. Envelhecemos porque abandonamos o nosso ideal.
Os anos enrugam o rosto. Renunciar ao ideal enruga a alma.
As preocupações, as dúvidas, os temores e os desesperos são os inimigos que
lentamente nos inclinam para a terra e nos tornam pó antes da morte.
Jovem é aquele que se admira, que se maravilha e pergunta,
como a criança insaciável: e depois?
É aquele que desafia os acontecimentos e encontra alegria no
jogo da vida.
Considerando tudo isso, com certeza, é que Malba Tahan dizia
que não importava se ter noventa, trinta ou dezessete anos.
Porque, afirmava, só o homem comum envelhece com o passar
dos dias e dos anos.
O Espírito superior, porém, indiferente ao escoar do tempo,
só envelhece com a perda dos seus ideais, o aniquilamento das suas ilusões e
com o abandono de seus sonhos.
A mocidade é medida pela confiança e pelo esplendor dos seus
sonhos.
Pode-se ser jovem com a própria fé, a coragem, que
ultrapassa a timidez.
Pode-se ser velho com nosso próprio medo. A velhice se
implanta quando a ânsia de aventura é vencida pelo desânimo e a pessoa somente
deseja ficar repousando, viver tranquila.
Assim, seremos jovens enquanto nos conservarmos receptivos
às mensagens da natureza. Enquanto tivermos olhos de ver a diversidade infinita
de cores da paisagem.
Enquanto tivermos ouvidos de ouvir a melodia do vento nos
ramos do salgueiro e o tamborilar da chuva no telhado, escorrendo pela calha.
Seremos jovens enquanto nos deixarmos arrebatar por tudo que
é belo, bom, grande.
Enquanto o verde da esperança predominar na policromia da
nossa alma. Enquanto o desânimo não conseguir adentrar a porta do coração e a
preguiça não dominar a mente.
Enquanto tivermos forças para tecer a colcha de retalhos da
nossa vida com sentimentos positivos: um quadradinho azul de amor, um
quadradinho rosa de perdão. Um retalhinho lilás de compreensão. Um arremate
branco de amizade.
* * *
Se temos um trabalho para cansar, uma tristeza para sentir,
uma comida da qual reclamar, não nos permitamos enrugar, envelhecendo.
Se nosso sonho foi desfeito, permitamo-nos outros sonhos e
sigamos em frente.
Lembremos de agradecer a Deus, pelo que temos, pelo que o
dia nos oferece. Pois existem muitos que dariam tudo para estar em nosso lugar.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. O tempo, de
Malba Tahan; no cap. Lembre-se, de autoria desconhecida e no cap. Ser jovem, do
general Mac Arthur, do livro Momentos de luz, v. 1, ed. Kuarup. Disponível em
www.momento.com.br.
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