Um sentido para a vida
Um dos graves problemas da atualidade é a falta de sentido
da vida para um grande número de pessoas.
Isso redunda em um expressivo montante de suicídios,
sobretudo de jovens.
Jovens que possuem beleza física, boas condições
financeiras, que cursam as melhores universidades, que têm boa estrutura
familiar.
Enfim, criaturas que têm tudo para serem felizes, para
desejarem viver.
E, contudo, buscam a morte voluntária, numa escala que,
estatisticamente, informa que o suicídio é a causa mais frequente de morte, nos
Estados Unidos, depois dos acidentes de trânsito.
O psiquiatra vienense Viktor Frankl, em uma de suas
conferências, contou que, certa feita, foi acordado pelo telefone, às três
horas da manhã.
Do outro lado da linha, uma mulher dizia que acabara de
tomar a decisão de se suicidar. Ela estava curiosa para saber a opinião dele.
Calmamente, ele lhe disse o que sempre existe para se falar
contra o suicídio. Durante um largo tempo eles discutiram todos os prós e
contras.
Por fim, Viktor conseguiu que ela prometesse não fazer nada
nas próximas horas. E pediu-lhe que fosse ao seu consultório naquela manhã.
Pontualmente às nove horas, conforme ele estabelecera, ela
apareceu. E confessou:
O senhor vai se enganar, doutor, se estiver achando que
qualquer um dos argumentos que o senhor me apresentou essa madrugada teve o mínimo
efeito sobre mim.
Se alguma coisa me impressionou, foi o fato de tirar um
homem do seu sono e, em vez de brigar comigo, ele me escutou pacientemente por
mais de meia hora.
E depois conversamos. A partir daí, cheguei à conclusão de
que, se isso existe, então quer dizer que é preciso dar mais uma chance à vida,
à continuação da vida.
Uma relação humana tinha se estabelecido e, nesse caso,
salvo uma vida.
O famoso psiquiatra, criador da Logoterapia, considerada a
Terceira Escola Vienense de Psicoterapia, contou ainda que, certa manhã, chegou
à clínica e cumprimentou um pequeno grupo de professores, psiquiatras e
estudantes americanos que estavam em Viena, com o intuito de realizar algumas
pesquisas.
Ele lhes disse que um programa televisivo, nos Estados
Unidos, escolhera algumas pessoas e lhes pedira que resumissem numa frase o
objetivo da vida.
Bem, disse Viktor, eu fui selecionado. O que os senhores
acham que eu escrevi?
Todos ficaram pensando até que um estudante respondeu:
O senhor escreveu que o sentido de sua vida era ajudar os
outros a ver o sentido de suas vidas.
Exato, respondeu o médico, foi precisamente isso que
escrevi.
* * *
O mestre Galileu já prescreveu, há mais de dois mil anos:
Amai o vosso próximo. Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam.
Tratai todos os homens como desejai que eles vos tratem.
Se passarmos a nos importar com o semelhante, com quem
caminha ao nosso lado, encontraremos sentido na vida porque sempre haverá uma
lágrima para enxugar, um coração para consolar, alguém para agasalhar, um
carinho a dar.
Pensemos nisso e tracemos objetivos para nossas vidas.
Crescer em intelectualidade, mas não esquecer que somos gente, rodeados de
gente e que todos ansiamos muito por alguém que se importe conosco.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. O ser humano que
sofre, do livro O que não está escrito nos meus livros, de Viktor E. Frankl,
ed. É realizações e nos versículos 12, do cap. VII e 39 do cap. XXII do
Evangelho de Mateus, e no versículo 31, do cap. VI do Evangelho de Lucas. Disponível
em www.momento.com.br.
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