Cem anos e mil vestidos
A senhora Lillian Weber tem uma missão e nem pensa em parar
seu trabalho voluntário.
Todos os dias ela faz um vestido para uma criança, que ela
nunca vai conhecer.
Eles são recolhidos e enviados para meninas da África, por
um grupo cristão chamado "Pequenos Vestidos Para a África".
Nos últimos dois anos ela fez mais de oitocentos e quarenta
vestidos, e planeja fazer mais de cento e cinquenta até dia seis de maio de 2015.
Nesse dia, Lillian vai completar cem anos de idade e será
seu milésimo vestido.
É apenas uma daquelas coisas que você aprende como fazer e
desfrutar, diz ela.
Lillian costura na Fazenda onde mora, em Scott County,
Minnesota, Estados Unidos.
Apesar de todos os vestidos obedecerem a um padrão, cada um
recebe um detalhe diferente, uma costura extra, para dar a cada criança um
pouco de orgulho adicional.
Ela os personaliza, diz a filha de Lillian, Linda Purcell.
Ela tem que colocar algo na frente, para torná-lo especial, para dar o seu
toque.
O que começou como um hobby tornou-se um trabalho diário de
amor.
Lillian diz que começa a trabalhar em um vestido de manhã,
faz uma pausa no horário do meio-dia, e coloca os toques finais no período da
tarde.
Estou muito, muito orgulhosa da minha mãe. – Comenta Linda.
Família e amigos vão continuar a ter orgulho de Lillian,
depois de seu vestido de número mil. Afinal, mil é apenas um número.
Quando eu chegar a mil, se eu ainda for capaz, não vou
desistir. Vou fazer novamente, porque não há nenhuma razão para não fazer nada.
Quando Lillian terminar seus vestidos, suas filhas vão
entregá-los a Pequenos vestidos para a África, Organização Beneficente Cristã
fundada em 2008, em Michigan.
A Entidade já entregou cerca de dois milhões e meio de
vestidos para orfanatos, igrejas e escolas no continente africano.
Lillian acaba de ser indicada para o prêmio Pay it forward,
que incentiva as pessoas a fazerem boas ações e passarem adiante, para que
outros sigam o exemplo.
Como alguém pode afirmar que a velhice é tempo de
inutilidade, perante histórias como esta?
Há tantas maneiras de servir!
O que fizemos, sobretudo na sociedade capitalista, foi
sempre atrelar a utilidade à capacidade econômica, isto é, a pessoa não ser
mais economicamente ativa - como se diz.
Mas é tão limitado este pensamento! É tão absurdo pensar que
só podemos ser úteis à sociedade, à vida como um todo, dessa forma!
Como se tudo o que precisássemos estivesse apenas na esfera
da matéria...
Então, um voluntário em hospital, que cede parte de sua
semana para se misturar a enfermeiras, a funcionários, para ajudar em tarefas
simples, não está sendo útil?
E quem não tem mais a disposição do corpo, mas ensina,
aconselha, transmite otimismo e alegria através das palavras, não está exalando
utilidade por todos seus poros?
E o mais belo é que não há idade limite para a utilidade. A
utilidade também não exige conhecimento, formação acadêmica, nem qualquer outro
pré-requisito, além de disposição para servir, isto é, vontade.
* * *
Ouçamos o convite de servir à causa do bem.
Quem tiver ouvidos de ouvir, ouça.
Que possamos servir até o limite de nossas forças, deixando
neste mundo um legado de trabalho, esforço e dignidade.
Inutilidade, nunca!
Redação do Momento Espírita, com base em notícia publicada em
17 de agosto de 2014, no site www.sonoticiaboa.com.br.
Disponível em www.momento.com.br.
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