Na via pública
André Luiz
A rua é um departamento importante da escola do mundo, onde
cada criatura pode ensinar e aprender.
Encontrando amigos ou simples conhecidos, tome a iniciativa
da saudação, usando cordialidade e carinho sem excesso.
Caminhe em seu passo natural ou dentro da movimentação que
se faça precisa, como se deve igualmente viver: sem atropelar os outros.
Se você está num coletivo, acomode-se de maneira a não
incomodar os vizinhos.
Se você está de carro, por mais inquietação ou mais pressa,
atenda as leis do trânsito e aos princípios do respeito ao próximo,
imunizando-se contra males suscetíveis de lhe amargurarem por longo tempo.
Recebendo as saudações de alguém, responda com
espontaneidade e cortesia.
Não detenha companheiros na vida pública, absorvendo-lhes
tempo e atenção com assuntos adiáveis para momento oportuno.
Ante a abordagem dessa ou daquela pessoa, pratique a bondade
e a gentileza, conquanto a pressa, freqüentemente, esteja em suas cogitações.
Em meio às maiores exigências de serviço, é possível falar
com serenidade e compreensão, ainda mesmo por um simples minuto.
Rogando um favor, faça isso de modo digno, evitando
assovios, brincadeiras de mau gosto ou frases desrespeitosas, na certeza de que
os outros estimam ser tratados com o acatamento que reclamamos para nós.
Você não precisa dedicar-se à conversação inconveniente, mas
se alguém desenvolve assunto indesejável é possível escutar com tolerância e
bondade sem ferir o interlocutor.
Pessoa alguma, em sã consciência, tem a obrigação de
compartilhar perturbações ou conflitos de rua.
Perante alguém que surge enfermo ou acidentado,
coloquemo-nos, em pensamento, no lugar difícil desse alguém e providenciemos o
socorro possível.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito André Luiz.
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